Ex-chanceler argentino Héctor Timerman ficou conhecido por ter participado de acordo com o Irã sobre atentado de 1994
Timerman também foi embaixador nos EUA entre 2008 e 2010 e dedicou grande parte de sua carreira ao jornalismo
Héctor Marcos Timerman (Buenos Aires, Argentina, 16 de dezembro de 1953 – 30 de dezembro de 2018), ex-chanceler da Argentina que ocupou o cargo entre 2010 e 2015 durante o governo de Cristina Kirchner.
o ex-chanceler argentino tentou reativar a causa do violento atentado contra o centro judeu AMIA mediante um polêmico acordo com o Irã.
Seu desempenho público gerou uma grande controvérsia aguda entre os que defenderam e os que criticaram o memorando com Teerã, assinado em 2013.
A origem dessa questão diplomática e política sensível foi a bomba que explodiu em 18 de julho de 1994 no prédio de sete andares da AMIA em Buenos Aires, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
Em 2006, o governo do falecido presidente Néstor Kirchner (2003-2007) acusou ex-governadores iranianos, incluindo o ex-presidente Ali Rafsanjani, do ataque.
A sucessora no poder, Cristina Kirchner (2007-2015) repetidamente pediu a Teerã para que permitisse investigar os suspeitos.
Por gestão de Timerman, o governo iraniano assinou um acordo para que uma comissão internacional de juristas realizasse a investigação em um país neutro.
O Congresso argentino aprovou o acordo por grande maioria, com o apoio de governos e aliados.
O parlamento iraniano, por outro lado, não o endossou.
O ex-presidente e ex-chanceler foram indiciados e julgados na justiça argentina por “traição contra a pátria” por causa desse acordo.
Além de ministro de Relações Exteriores e Cultura durante cinco anos, Timerman foi embaixador da Argentina nos Estados Unidos entre 2008 e 2010, e grande parte de sua carreira profissional desempenhou como jornalista, profissão exercida também pelo seu pai, Jacobo Timerman, fundador do jornal argentino La Opinión.
Timerman prestou depoimento por videoconferência em julho pela causa que investiga o suposto encobrimento do atentado terrorista a uma associação judaica em 1994 em Buenos Aires, que deixou 85 mortos e segue sem responsáveis.
Em seu depoimento, o ex-chanceler se declarou inocente e denunciou que o julgamento desenvolvia-se com lentidão, algo que atribuiu aos interesses de países como os Estados Unidos e Israel.
Devido ao seu delicado estado de saúde, Timerman cumpria prisão preventiva domiciliar ao ser processado por essa caso, e mais tarde recebeu uma libertação extraordinária por “razões humanitárias”, para viajar para os Estados Unidos e receber tratamento contra o câncer.
Em janeiro de 2015, dias antes de ser encontrado morto em circunstâncias que ainda são investigadas, o promotor Alberto Nisman denunciou a então presidente Cristina e funcionários como Timerman de realizar negociações com o Irã para favorecer o comércio com esse país.
faleceu em 30 de dezembro de 2018, aos 65 anos em consequência de um câncer no fígado.
O Ministério das Relações Exteriores argentino expressou suas condolências à família do falecido, juntamente com líderes e ex-funcionários da administração integrada por Timerman.
(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/30 – MUNDO / NOTÍCIA / Por Agência EFE – 30/12/2018)
(Fonte: https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral – Redação, O Estado de S.Paulo / BUENOS AIRES – 30 Dezembro 2018)
(Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/12/30 – NOTÍCIA / INTERNACIONAL / Por AFP – 30/12/2018)