Foi um dos pioneiros do teatro paulista
Ruggero Jacobbi (Veneza, na Itália, em 21 de fevereiro de 1920 – Roma, Itália 1981), diretor de teatro, durante 14 anos, de 1946 a 1960 morou no Brasil e, foi um dos fundadores do Teatro Brasileiro de Comédia de São Paulo, sendo um dos profissionais de teatro mais importantes da formação teatral brasileira, transitando entre a prática e a teoria teatral.
Em visita ao Brasil com a companhia de Diana Torrieri, em 1946, onde exerce a função de diretor artístico, decide permanecer no País e passa a integrar o Teatro Popular de Arte, de Maria Della Costa e Sandro Polloni. Durante sua permanência brasileira, trabalha em praticamente todas as principais companhias, como a de Procópio Ferreira, dirigindo “O Grande Fantasma”, de Eduardo de Filippo, “Lady Godiva”, de Guilherme Figueiredo, e “Lar, Doce Lar”, de Margaret Mayo; o Teatro dos Doze, de Sergio Cardoso e Sérgio Britto; e o Teatro do Estudante.
Em 1949, quando transfere-se para São Paulo, tem sua fase brasileira mais importante, ao ser contratado para dirigir com seu conterrâneo Adolfo Celi o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Nesse período, encena “Ele”, de Alfred Savoir, um dos grandes sucessos de público da companhia; “O Mentiroso”, de Carlo Goldoni, que marca a estreia de Sergio Cardoso em São Paulo; “Os Filhos de Eduardo”, de Marc-Gilbert Sauvajon, em que assina a direção com Cacilda Becker, em sua primeira incursão na direção; e “A Ronda dos Malandros”, de John Gay, que causa polêmica com a direção do TBC por sua versão com implicações políticas, que é retirada de cartaz e provoca seu desligamento da companhia, voltando somente em 1953, depois de reatar relações com Franco Zampari, permanecendo apenas um ano.
Depois de sua primeira saída do TBC, em 1950, funda uma nova companhia teatral com Madalena Nicoll, que tem curta duração, com as montagens de “Electra e os Fantasmas”, de Eugene O’Neill, e “A Voz Humana”, de Jean Cocteau.
Depois do TBC, dirige Cacilda Becker em “A Filha de Iório”, de Gabriele D’Annunzio, em comemoração ao IV Centenário da cidade de São Paulo; Maria Della Costa em “Mirandolina”, de Carlo Goldoni; Dercy Gonçalves, em “A Dama das Camélias”, de Hermilo Borba Filho; Nydia Licia e Sergio Cardoso, em Quando as Paredes Falam”, de Ferenc Molnar, e “Henrique IV”, de Pirandello.
Em 1958, transfere-se para Porto Alegre, onde assume a direção do Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Como teórico e professor, também passou pela Escola de Arte Dramática (EAD), pelo Conservatório Dramático e Musical e pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), como também pelo Teatro da Casa de Estudante do Brasil e pela Fundação Brasileira de Teatro (FBT), no Rio de Janeiro.
Em 1960 volta para a Itália, onde trabalha como encenador, crítico, ensaísta, roteirista, diretor de cinema e de televisão e professor, sendo inclusive diretor da Escola de Arte Dramática do Piccolo Teatro de Milão.
Direção
1948- Estrada do Tabaco, de Erskine Caldwell e Jack Kirkland
1948- Tereza Raquin, de Emile Zola
1948- O Grande Fantasma, de Eduardo De Filippo
1948- Lady Godiva, de Guilherme Figueiredo
1948- Lar, Doce Lar, de Margaret Mayor
1949- Arlequim, Servidor de Dois Amos, de Carlo Goldoni
1949- Ele, de Alfred Savoir
1949- O Mentiroso, de Carlo Goldoni
1949- A Tragédia de Hamlet, de William Shakespeare
1949- Tragédia em New York, de Maxwell Anderson
1949- Simbita e o Dragão, de Lucia Benedetti
1949- Estrada do Tabaco, de Erskine Caldwell e Jack Kirkland
1949- Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare
1950- A Ronda dos Malandros, de John Gay
1950- Os Filhos de Eduardo, de Marc-Gilbert Sauvajon
1950- Electra e os Fantasmas, de Eugene O’Neill
1950- A Voz Humana, de Jean Cocteau
1950- Lady Godiva, de Guilherme Figueiredo
1952- O Mentiroso, de Carlo Goldoni
1952- Senhorita Minha Mãe, de Louis Verneuil
1952- Pedacinho de Gente, de Dario Niccodemi
1952- Um Pedido de Casamento, de Anton Tchecov
1953- A Desconhecida de Arras, de Armand Salacrou
1953- Treze à Mesa, de Marc-Gilbert Sauvajon
1953- Improviso
1954- A Filha de Iório, de Gabriele D’Annunzio
1954- Brasil Romântico – O Primo da Califórnia, de Joaquim Manuel de Macedo
1954- Brasil Romântico – Lição de Botânica, de Machado de Assis
1955- Mirandolina, de Carlo Goldoni
1955- Os Filhos de Eduardo, de Marc-Gilbert Sauvajon
1955- Rua da Igreja, de Lennox Robinson
1956- Quando as Paredes Falam, de Ferenc Molnar
1956- Lição de Botânica, de Machado de Assis
1956- A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, adaptação de Hermilo Borba Filho
1957- Henrique IV, de Luigi Pirandello
1957- A Sempre Viúva, de Chico Anysio
1958- Egmont, de Goethe
1958- O Marido Confundido, de Molière
1958- O Novo Teatro, de Rosso di San Secondo
1959- O Corvo, de Carlo Gozzi
1959- Electra, de Sófocles
1959- Auto de Natal, de Irmão Arnulfo e Irmão Dionísio
1959- A Falecida Mrs. Blake, de William Dinner e William Morum
1959- Don Juan, de Guilherme Figueiredo
1959- O Leito Nupcial, de Jan de Hartog
1959- O Outro Lado do Rio, de Ruggero Jacobbi
1959- As Casadas Solteiras, de Martins Pena
Cenografia
1948- Lady Godiva
1949- Arlequim, Servidor de Dois Amos
1950- A Voz Humana
1950- Lady Godiva
1959- O Leito Nupcial
1959- O Outro Lado do Rio
1959- As Casadas Solteiras
(Fonte: www.spescoladeteatro.org.br – 8 de Dezembro de 2010)
(Fonte: Veja, 20 de agosto, 1975 DATAS Pág; 79 LITERATURA Pág; 64/65)