Floriceno Paixão (Taquara (RS), 1919 – 2011) – O deputado da lei do 13º salário
“No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer jus”, diz o artigo primeiro da lei número 4.090, de 13 de julho de 1962.
Assinada pelo presidente João Goulart, a lei que garante o 13º salário ao trabalhador brasileiro foi proposta por Floriceno Paixão, gaúcho da cidade de Taquara.
Filho de plantadores de erva mate, Paixão formou-se em direito pela PUC de Porto Alegre. Depois, trabalhou como delegado do IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários).
Foi incentivado a tentar a política. Em 1959, assumiu como deputado federal pelo PTB. Ao todo, teve cinco legislaturas: as três primeiras, até ser cassado pelos militares. Voltaria para mais duas, de 1983 a 1991, pelo PDT.
Gostava de lembrar que não era o único pai da lei do 13º: dividia os créditos com o deputado Aarão Steinbruch.
Também foi autor das leis para que os bancários não trabalhassem mais aos sábados e para a criação da loteria esportiva, com a finalidade de ajudar o esporte amador, lembra a filha Ana Maria.
Foi dono da editora Síntese, onde lançou seus livros como “A Previdência Social em Perguntas e Respostas”, com mais de 40 edições. Em 2001, vendeu o negócio.
Desde os anos 90, era desiludido com a política. Não aguentou os lobistas batendo em sua porta, diz a filha.
Há poucos anos, começou a sofrer de Alzheimer. Morreu anteontem, aos 91, após uma parada cardiorrespiratória.
(Fonte: http://www..folha.uol.com.br – ESTÊVÃO BERTONI /DE SÃO PAULO – 26/02/2011)