Virgínia Vargas Villalobos, trabalhou ao lado de Cândido Norberto, Adroaldo Guerra e Carlos Nobre.

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Virgínia Berutti Vargas Villalobos (Porto Alegre, no dia 03 julho de 1926 – Porto Alegre, 8 de maio de 2011), viúva do humorista Carlos Nobre, Virgínia teve uma trajetória ligada ao rádio e às crianças. Começou cantando na Rádio Gaúcha antes dos 10 anos e seguiu se apresentando durante a adolescência.

Aos 21 anos, formada como professora, voltou ao rádio para atuar como radioatriz. Trabalhou ao lado de Cândido Norberto, Adroaldo Guerra e Carlos Nobre – nome artístico de José Evaristo Villalobos Júnior –, com quem acabou se casando em 1952. Como professora, trabalhou no Jardim de Infância do Colégio Rio Branco, na Capital. Paralelamente, mantinha atividades como a criação de painéis infantis e arranjos florais.

Nobre morreu em 1985. Foi um dos principais nomes do humor de jornal, rádio e TV do Rio Grande do Sul, liderando programas como Campeonato em Três Tempos, na Rádio Gaúcha, e Tudo É Nobre, apresentado em auditórios de Porto Alegre. Também publicou teve colunas nos jornais Última Hora, Zero Hora (Nobre antecedeu Paulo Sant”Ana em seu espaço em ZH) e Folha da Tarde. A partir de sua morte, Virgínia passou a reunir o material produzido pelo marido, incluindo fotos e colunas para Zero Hora. Garantiu, com o arquivo, a criação do portal www.carlosnobre.com.br, que mantém viva a memória do humorista. Virgínia Villalobos, 85 anos, faleceu dia 8 de maio de 2011, por falência múltipla dos órgãos, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.
(Fonte: www. zerohora.clicrbs.com.br – Memória – 9/5/11)

Virgínia Margarida Berutti Vargas Villalobos nasceu em Porto Alegre, no dia 03 julho de 1926. Apaixonada pelo rádio e pela arte de cantar, talento que traz consigo desde criança, Virgínia é um exemplo de profissional e também de mulher. O início de sua carreira no rádio aconteceu antes dos 10 anos de idade. Começou cantando num programa da Rádio Gaúcha, chamado A Hora Infantil, dirigido por Otávio Mariot Foques. Nesta época, o Érico Veríssimo tinha, na Farroupilha, o Clube dos Três Porquinhos, do qual ela também participou.

Aos 12 anos, ainda na Gaúcha, Virgínia passou para A Hora do Estudante, sob a direção de Penha Rodrigues. Foi aí, em uma de suas apresentações, que o Nilo Ruschel, um dos diretores da Rádio Gaúcha, a ouviu cantar e disse que iria contratá-la. Virgínia, então, começou a fazer uma vez por semana, à noite, um programa de 15 minutos onde cantava três músicas. Com 13 para 14 anos ganhou o primeiro lugar num concurso de calouros na Rádio Difusora, promovido por Piratini, cantando uma música da Aracy de Almeida. O repertório era composto, basicamente, por sambas e marchas. O acompanhamento ficava por conta do pianista Rui Silva.

E assim foi. Terminado seu contrato e juntamente com os estudos, Virgínia parou de trabalhar no rádio. Mas o destino lhe reservou outra surpresa. Aos 21 anos, já formada como professora, começou a trabalhar novamente na Gaúcha como radioatriz, à convite de sua colega Regina, do Instituto de Educação, que atuava em radionovelas. Sempre fazendo o papel de ingênua, seu nome artístico tornou-se Maria Cláudia e, depois, Sônia Sampaio. Aí, trabalhou ao lado de nomes como Cândido Norberto, Aida Terezinha, Alma Castro, Adroaldo Guerra e Carlos Nobre, que mais tarde veio a ser seu marido. Neste tempo, as radionovelas eram o grande sucesso no rádio, além dos programas de auditório e musicais. As novelas eram apresentadas ao vivo, no estúdio, após meia hora de ensaio dos personagens. Isto é o que Virgínia conta ter sido a grande magia das radionovelas – poder imaginar, criar a cena que estava sendo transmitida.

Em contrapartida, também sofreu com o preconceito que havia em relação às mulheres trabalharem nas novelas. Ao entrar para o magistério foi pressionada para sair do rádio, pois “moça de família” não deveria trabalhar ali. Mesmo assim continuou. O amor que tinha pelo rádio não diminuiu em nada a adoração pelo magistério.
Mas foi atuando como radioatriz que Virgínia conheceu Carlos Nobre, nome artístico de José Evaristo Villalobos Júnior, razão pela qual deixou definitavamente o rádio. Após muita insistência para que optasse entre ele e o rádio e sempre recebendo respostas negativas, Nobre conseguiu, enfim, fazer com que Virgínia saísse das radionovelas. Sua última apresentação foi em O Poder do Ódio, da qual saiu antes mesmo do final da novela. Casou-se em 1952 e deste casamento feliz e harmonioso nasceram dois filhos, dos quais ela tem muito orgulho.

Ainda hoje, aos 75 anos, Virgínia ouve rádio incansavelmente. Acorda e dorme com o companheiro sempre ao lado. Companheiro pelo qual é apaixonada e do qual guarda muitas recordações e saudades.
Entrevista gravada no estúdio da FAMECOS PUCRS no dia 03 de junho de 2002

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