Austregésilo Carrano, escritor interpretado pelo ator Rodrigo Santoro no filme Bicho de Sete Cabeças

Escritor Austregésilo Carrano, que inspirou filme “Bicho de Sete Cabeças”

Austregésilo Carrano Bueno, escritor paranaense
Carrano foi autor do livro “Canto dos Malditos”, no qual narrou abusos psiquiátricos dos quais foi vítima na juventude em centros de internação de Curitiba e do Rio de Janeiro.

O livro serviu de base para o filme “Bicho de Sete Cabeças” (2001), da diretora Laís Bodanzky e protagonizado pelo ator Rodrigo Santoro.
“Creio que vai ficar a imagem de uma pessoa muito corajosa que expôs uma experiência triste e dolorosa que muitos esconderiam, devido ao preconceito. Mesmo sabendo que seria perseguido e taxado como alguém que foi internado em centro psiquiátrico, ele foi em frente com a intenção de fazer um grande alerta. Para mim, vai ficar a imagem de um homem que não teve medo de encarar a vida de frente”, declarou.

O livro do Carrano é um livro que foi cassado. Durante a pesquisa, chegou um exemplar de “Canto dos Malditos” nas minhas mãos. O Carrano mesmo vendia, em universidades e shoppings. Quando li, fiquei muito emocionada em ver aquela coragem dele de se expor, com aquele desejo de que outras pessoas nao vivessem o que ele viveu. Achei que o filme poderia amplificar esse alerta. Laís Bodanzky disse que conheceu o trabalho de Carrano durante uma pesquisa sobre saúde mental no Brasil. E foi o que aconteceu”, disse a diretora.
(Fonte: www1.folha.uol.com.br – Memória/ Por MIGUEL ARCANJO PRADO – 28/05/2008)

Austregésilo Carrano (Curitiba, 1957 – São Paulo, 27 de maio de 2008), escritor interpretado pelo ator Rodrigo Santoro no filme Bicho de Sete Cabeças. Quando Carrano tinha 17 anos, seus pais o internaram em um manicômio para evitar que ele fumasse maconha. Carrano descreveu os anos que passou em instituições desse tipo em Canto dos Malditos, que deu base ao filme. Carrano Bueno faleceu dia 27 de maio de 2008 , aos 51 anos, de câncer no fígado, em São Paulo.

(Fonte: Veja, 4 de junho, 2008 – Edição 2063 – ANO 41 – N° 22 – DATAS – Pág; 156)