Antônio Carlos Martins, o Russo do Pandeiro, famoso pandeirista do grupo musical Bando da Lua.

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Antônio Carlos Martins (Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1913 – Rio de Janeiro, 16 de maio de 1985), o Russo do Pandeiro, famoso pandeirista do grupo musical da década de 40 Bando da Lua, que acompanhava Carmem Miranda. Russo do Pandeiro faleceu dia 16 de maio de 1985, aos 72 anos, de ensuficiência cardíaca, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 22 de maio, 1985 – Edição 872 – DATAS – Pág; 83)

Frequentou as rodas de samba de diferentes sociedades carnavalescas do Estácio e do Rio Comprido como a União do Estácio, a Deixa Falar (primeira Escola de samba) e a Para o ano sai melhor. Em 1929, começou a tocar pandeiro num conjunto que se apresentava nas Festas da Penha. Fez parte da claque do Cine Central, do Teatro Lírico e do Cassino Beira-Mar. No casamento de sua irmã, tocou com Benedito Lacerda e Antônio Conceição e a partir desse encontro nasceu o grupo Gente do Morro, liderado por Benedito Lacerda e que acompanhou algumas gravações na Odeon. Com o grupo Gente do Morro participou de shows no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em 1935, fez sucesso no carnaval com o samba “Criança, toma juízo”, parceria com Benedito Lacerda gravado por Almirante na Victor. Nesse ano, atuou no filme “Alô, alô Brasil”, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro. Começou também a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Em 1936, teve o samba “Esqueci de sorrir” gravado por Carmen Miranda na Odeon com acompanhamento do Regional de Benedito Lacerda, do qual fazia parte. Nesse ano, participou da gravação da histórica marchinha carnavalesca “Mamãe eu quero”. Também nesse mesmo ano, viajou com o Regional de Benedito Lacerda para a Argentina acompanhando Francisco Alves e Alzirinha Camargo em temporada na Rádio El Mundo de Buenos Aires. Em 1937, Castro Barbosa gravou na Victor seu samba “Roda do samba”, parceria com Alcides e Raul Marques. Nesse período, apresentou-se com Carmen Miranda no Cassino da Urca. Em 1938, fez com Peterpan o samba “Era ela”, lançado por Sílvio Caldas na Victor. Em 1939, Fernando Alvarez gravou na Victor seus sambas “Reboliço nas cadeiras”, com Darci de Oliveira e “Não seja desigual”, com Peterpan. No mesmo ano, João Petra de Barros gravou, também na Victor, a marcha “Olha ela”, com Peterpan e o samba “Em cima da hora”, com Valfrido Silva. No mesmo ano, foi convidado pelo produtor Carlos Machado para participar e ajudar namontagem da orquestra que seria intitulada de Brazian Serenaders, titular do Cassino da Urca. Por essa época foi convidado pelo maestro Simon Bountman e passou a atuar na orquestra do Cassino Copacabana.

Na década de 1940, excursionou pelos Estados Unidos em companhia de Carmen Miranda. Em 1940, outra parceria com Valfrido Silva foi gravada por João Petra de Barros, o samba “Já passou da hora”. No mesmo ano, o samba “Amo em segredo”, com H. Villardo foi gravado na Odeon por Carlos Machado e sua orquestra do Cassino da Urca com vocal de Erasmo Silva. Ainda em 1940, acompanhou a cantora Josephine Baker que se apresentou no Cassino da Urca. Com ela viajou para Paris e se apresentou no Cassino de Paris e no Cabaré Bagtelle. Voltou ao Brasil devido à Segunda Guerra Mundial e foi trabalhar com a orquestra de Carlos Machado no Cassino da Urca. Em 1941, Linda Batista gravou os sambas “Quem sabe da minha vida sou eu”, com Alfeu de Brito, “Batuque no morro”, com Sá Róris, que fez razoável sucesso e “Quarta-feira, 17”, com Ari Silva. No mesmo ano, Nilton Paz gravou a marcha “Pequena sapeca”, parceria com Humberto Porto e Roberto Roberti. Em 1943, fez com Ari Monteiro a marcha “A noiva caiu do céu” gravada por Roberto Paiva e os samba “Chega”, gravado por Carlos Galhardo e “Terra de Ioiô”, por Linda Batista, todos na Victor. No mesmo ano, Arnaldo Amaral gravou na Columbia sua marcha “Conversa pra siri” e seu samba “Do mundo nada se leva”, parcerias com Valfrido Silva. Serviu na Força Expedicionária Brasileira durante a campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial, retornando em 1944. Nesse ano, a Orquestra de Zacarias regravou seu samba “Batuque no morro”. Foi indicado por Carmen Miranda e tocou durante duas semanas em Nova York nos Estado Unidos. Acabou ficando nove anos nos Estados Unidos. Em 1947, atuou nos filmes “Copacabana”, ao lado de Carmen Miranda e Groucho Marx e em “Uma ilha e você”, com Esther Williams. Atuou ainda em filmes de Dorothy Lamour, Bob Hope e Bing Crosby. Nos Estados Unidos fundou a orquestra “Russo and the samba kings” fazendo apresentações em praticamente todos os estados norte americanos.

Em 1953, o grupo vocal Garotos da Lua gravou seus sambas “O direito de chorar” e “Não interessa”, parcerias com Aristeu Queiroz e a cantora Marisa gravou na RCA Victor o samba-canção “Você esteve com meu bem”, parceria com João Gilberto, futuro papa da bossa nova. Ainda em 1953, a convite de Carlos Machado participou do espetáculo “Esta vida é um carnaval” apresentado na boate Casablanca. Atuou nos nas décadas de 1940 e 1950 nos regionais de Claudionor Cruz e de Benedito Lacerda. Nos anos 1950 tornou-se funcionário público e acabou abandonando a carreira artística. Mas ficaram-lhe a legenda e a história muito rica de vida e de atuações artísticas. Em 1960, participou do espetáculo montado por Carlos Machado apresentado no Radio City Music Hall em Nova York sendo um dos mais aplaudidos.

(Fonte: www.dicionariompb.com.br)

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