Asa Branca, foi o maior locutor de rodeios do país, o Asa Branca, conhecido como ‘lenda dos rodeios’

0
Powered by Rock Convert

Locutor Asa Branca famoso na década de 90, revolucionou os rodeios no Brasil

 

Foi o maior locutor de rodeios do país

 

 

Waldermar Ruy dos Santos (19 de abril de 1962 – São Paulo, 4 de fevereiro de 2020), famoso locutor de rodeios, popularmente conhecido como Asa Branca, foi o maior locutor de rodeios do país. Conhecido por revolucionar a locução de rodeios, Asa Branca passou a ser um ícone no meio ao narrar de forma inédita as apresentações usando um microfone sem fio. Ele se tornou milionário no ramo. O locutor se utilizava de voz potente para jogar com versos e jargões.

 

Foi uma das principais figuras da internacionalização do rodeio brasileiro, sendo a voz do principal deles, o evento de Barretos, cidade do interior de São Paulo. Com a fama e o dinheiro conquistados ele passou a ter uma vida de vícios, abusando de drogas e dos relacionamentos com mulheres de programa.

 

 

Lenda dos rodeios

Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos foi um ícone no mundo dos rodeios por criar um novo estilo de narração. Ele revolucionou as apresentações no final dos anos 1980 ao incrementar a locução a partir de um microfone sem fio, algo inédito para época.

Asa Branca aproveitou a evolução tecnológica para dar ainda mais ênfase ao famoso “segura, peão”, criado por José Antônio de Souza, o Zé do Prato, outro grande nome da locução de rodeios e que morreu em 1992.

A partir disso, o rei de versos e jargões e da potente voz inconfundível começou a fazer história nos rodeios Brasil afora.

Quando era aprendiz de peão, ele amarrava arame farpado em pneus para depois jogar no pescoço de cavalos. O sangue escorria pelas crinas enquanto os animais saltavam com dores. Após um tombo em que quebrou quatro costelas e perfurou o pulmão, mudou de ramo. Depois de uma temporada como imigrante ilegal no Texas, nos Estados Unidos, trouxe na mala um microfone sem fio.

 

O negócio era uma novidade na época no Brasil, e Asa Branca utilizou-o para começar a narrar os espetáculos dentro da arena, em vez de ficar em cima de um púlpito, como faziam seus concorrentes. Assim, seguuuraaaaa, peão!, revolucionou o ofício e tornou-se o mais famoso profissional do gênero no país, justamente no momento em que esses eventos começaram a ganhar musculatura e a se espalhar pelo território brasileiro, junto com o estouro da boiada da primeira leva de astros sertanejos. A glória ficou no passado.

 

 

TRAJETÓRIA

 

 

Waldermar Ruy dos Santos teve sua trajetória contata em um documentário. Ele ganhou o apelido Asa Branca porque tinha a mania de agarrar passarinhos. Nascido em Turiúba, São Paulo, Asa perdeu os pais aos 15 anos, após o seu pai se suicidar e sua mãe morrer devido à doença de Chagas. Ele sonhava em ser peão de rodeio e aos 15 teve a oportunidade de montar um touro em uma competição. Sofreu um acidente e teve o pulmão perfurado pelo chifre de boi, o que interrompeu a carreira de peão.

 

Começou a se dedicar a locução profissional. Embarcou para os Estados Unidos, onde viveu ilegalmente, mas aprendeu mais sobre a profissão. De lá, trouxe um microfone sem fio e passou a usá-lo nas locuções de rodeio.

 

Na década de 90, Asa Branca se tornou nacionalmente conhecido por narrar os principais rodeios do país. Ele, que se destacava por fazer a locução de dentro da arena, a dois metros do boi, começou a usufruir da fama. Morava em um flat em um bairro nobre de São Paulo, tinha 2 mil cabeças de gado nelore em fazendas arrendadas no Pará e em Mato Grosso, um helicóptero e um avião bimotor. Era sempre convidado para participar de programas e fez até pontas em novelas, como Mulheres de Areia e O Rei do Gado.

 

No auge da carreira faturava mais de 300 mil reais por mês. Investia o seu dinheiro em carros de luxo, cavalos, helicóptero, drogas e muitas festas. Ele também se relacionava com muitas mulheres. Disse em entrevista para a Veja que chegava a dormir com seis mulheres por noite e cheirar 3 gramas de cocaína em uma noitada. Em sua biografia, ele diz ter se relacionado com famosas como a apresentadora Marília Gabriela e as atrizes Alexia Dechamps e Isadora Ribeiro.

 

A vida desregrada o fez perder toda sua riqueza. Ele ainda contraiu o vírus HIV, em 2007. Em 2013, ficou hospitalizado por 83 dias devido a uma neurocriptococose, popularmente chamada doença do pombo, que atinge o sistema nervoso. Chegou a pesar 50 quilos e quase morreu. O primeiro diagnóstico do câncer veio em 2017, quando descobriu que estava em estágio avançado de um tumor maligno de orofaringe, localizado na parte de trás da boca, e que incluía a língua, a amígdala e as partes lateral e posterior da garganta. “Gastei tudo na noite com bebida, drogas, jatos, helicóptero e festas”, disse para Quem.

 

Pai de cinco filhos, cada um com uma mulher diferente, Asa começou a entrar nos eixos em 2008 após começar a namorar sua última mulher, Sandra dos Santos, também soropositiva. Ela ficou ao seu lado até o fim da vida, cuidando de sua saúde, trocando curativos e o ajudando com a alimentação via sonda.

 

“O Brasil tem ótimos locutores e me sinto orgulhoso quando me dizem que fiz escola. Me falam, ‘olha lá, Asa, está te imitando’. Eu respondo que isso é ótimo, é sinal que sou uma referência”, afirmou.

Documentário e longa metragem

 

Sucesso, excessos e fé transformaram Asa Branca em um mito. No documentário “A Última Lenda dos Rodeios”, lançado esse ano durante a Festa do Peão de Barretos, o locutor contou detalhes sobre a vida atribulada, a luta contra drogas, as relações amorosas e a batalha enfrentada para encarar de frente doenças como a Aids, e um câncer de boca.

Em maio de 2018, ele fez um rodeio em Fernandópolis (SP), e, mesmo recém-aposentado das arenas, se mostrou feliz em ver se aproximar o início das filmagens do longa-metragem “Asa Branca – A Voz da Arena”. “O Brasil tem ótimos locutores e me sinto orgulhoso quando me dizem que fiz escola. Me falam, ‘olha lá, Asa, está te imitando’. Eu respondo que isso é ótimo, é sinal que sou uma referência”, conclui.

Retomada da carreira – Asa Branca dá entrevista falando sobre a carreira, sobre a saúde. Ele relata ter escapado da morte quatro vezes. O locutor fala sobre a quinta esposa, Sandra Santos, com quem viveu até os dias atuais. “Tenho a minha família, meus filhos, meus netos, sou feliz por isso”
Viagem com extraterrestres – Em um evento de ufologia em Porto Alegre, em 2015, Asa Branca disse que teve chip na mão colocado por ETs. Ele afirmou já ter viajado em uma nave espacial e visto seres extraterrestres. “Estava em um rodeio com família e amigos. Estava de folga. Antes de terminar o rodeio, me senti cansado. Vozes falavam comigo, parecia que estava com fone de ouvido. Já estava hipnotizado, queria ir embora”.

Segundo ele, após sair do rodeio, estava andando de carro com uma mulher quando uma luz muito forte chamou a atenção dos dois. Parou o veículo e desceu para ver do que se tratava. Foi então que teria sido abduzido por extraterrestres após visualizar uma nave espacial que não chegou a tocar o chão.

“Achei que era um helicóptero, fui chegando mais perto tinha luzes muito fortes. A nave em formato oval estava parada. Desci do carro, mas a moça que estava comigo não conseguiu sair, ficou paralisada de medo. Pulei uma cerca que havia, eles já estavam encarnados em mim”, disse ao público, se referindo a seres alienígenas.

O locutor Asa Branca morreu em 4 de fevereiro, aos 57 anos de idade, após sua batalha contra o câncer na mandíbula. Ele estava internado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, em São Paulo, desde o sábado (25), com saturação de oxigênio muito baixa e fortes dores na região dos tumores. Desde domingo (2), Asa não se alimentava mais nem por sonda. Ele também não reconhecia mais familiares e amigos.

(Fonte: https://veja.abril.com.br/brasil – BRASIL / Por João Batista Jr. – 4 fev 2020)

(Fonte: https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2020/02 – QUEM NEWS – 04 FEV 2020)

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/02/04 – SÃO PAULO / NOTÍCIA / Por Glauco Araújo e Kleber Tomaz, G1 SP — São Paulo – 04/02/2020)

(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.625 – 5 de FEVEREIRO de 2020 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 35)

Powered by Rock Convert
Share.