Cantora Adelaide Chiozzo deu voz a ‘Beijinho Doce’
Ela trabalhou durante 27 anos na Rádio Nacional, da EBC
ÍCONE DA ERA DE OURO DA NOSSA RÁDIO
Adelaide Chiozzo (São Paulo, 8 de maio de 1931 – Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, 4 de março de 2020), atriz, cantora, instrumentista, compositora e acordeonista, foi um dos grandes sucessos na voz da artista a canção “Beijinho Doce”.
Ela integrou o elenco de cantoras famosas da Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde trabalhou por 27 anos.
Adelaide foi estrela da Atlântida Cinematográfica (atuando em 23 filmes, inclusive em musicais com Oscarito e Grande Otelo) e renomada cantora da Rádio Nacional, onde atuou por 27 anos, participando, dentre outros, dos programas “Alma do Sertão” e “Gente Que Brilha”.
A cantora participou de vários programas na Rádio Nacional, entre os quais “Alma do Sertão” e “Gente Que Brilha”. Foi estrela da empresa Atlântida Cinematográfica, onde atuou em vários filmes em parceria com a atriz Eliana, entre os anos de 1947 e 1975.
Adelaide fez sua estreia no cinema em 1946, na comédia “Segura esta mulher” ao lado do pai, Afonso Chiozzo. Sua música de maior sucesso foi Beijinho Doce.
Em seus mais de vinte discos gravados, é dona de sucessos como “Beijinho Doce“, “Sabiá na Gaiola“, “Pedalando” e “Recruta Biruta”. Recebeu vários prêmios e troféus, entre os quais, o título de “A Namoradinha do Brasil” (a primeira do País) e participou também como atriz nas novelas da Rede Globo: Feijão Maravilha e Deus nos Acuda.
Ela nasceu em São Paulo no dia 8 de maio de 1931. Foi casada com o violonista Carlos Matos e teve uma filha, Cristina Chiozzo.
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Em 1939, aos oito anos de idade começou a aprender acordeon. Com 15 anos, foi indicada pelo compositor Irani de Oliveira para participar do Programa Papel Carbono apresentado por Renato Murce na Rádio Clube do Brasil fazendo imitação do sanfoneiro e cantor gaúcho Pedro Raimundo.
Em 1946, estreou no cinema atuando na comédia “Segura esta mulher” ao lado do pai Afonso Chiozzo, com direção de Watson Macedo. Nesse filme acompanhou com o pai o cantor Bob Nelson na música “O boi Barnabé”, de Afonso Simão e Bob Nélson. Em 1947, atuou ainda com o pai na comédia “Esse mundo é um pandeiro”, de Watson Macedo. Em 1948, atuou em “É com esse que eu vou”, de José Carlos Burle. Por essa época foi contratada pela Rádio Nacional. Em 1950, estrelou o filme “Carnaval no fogo” no qual interpretou “Pedalando”, de Anselmo Duarte e Bené Nunes. Com esta mesma música estreou em disco cantando ao lado do instrumentista Alencar Terra na polca “Pedalando” e na rancheira “Tempo de criança”, de João de Souza e Eli Torquine. Em 1951, participou do filme “Aviso aos navegantes”, no qual interpretou com Eliana, com quem atuou em diversos filmes, um de seus maiores sucessos, a valsa “Beijinho doce”, de Nhô Pai. No mesmo ano, gravou dois discos com Eliana pela gravadora Star, interpretando “Beijinho doce”, o baião “Cabeça inchada”, de Hervé Cordovil, o baião “Sabiá na gaiola”, de Hervé Cordovil e Mário Vieira, e o rasqueado “Orgulhoso”, de Nhô Pai e Mário Zan. Em 1952, gravou com Eliana a polca “Zé da Banda”, de Alencar Terra, e o coco “Vapô de Carangola”, de Manezinho Araújo e Fernando Lobo.
No mesmo ano, participou do filme “É fogo na roupa”, de Watson Macedo, e “Barnabé, tu és meu”, de José Carlos Burle. Em 1953, gravou com Eliana a marcha “Queria ser patroa”, de Manoel Pinto e Aldari Almeida Airão, e o samba “Com pandeiro na mão”, de Manoel Pinto, Jorge Gonçalves e D. Airão.
Em 1954, filmou “O petróleo é nosso”, de Watson Macedo. No mesmo ano, gravou outro de seus grandes sucessos, a toada “Meu sabiá”, de Carlos Mattos e Antonio Amaral. Em 1955, gravou de Bruno Marnet, o fox “Passeio de bonde” e de Garoto, Fafá Lemos e Adair Badaró, o baião “Nós três”. Nesse ano, sua gravação da toada “Beijinho doce”, de Nhô Pai, em dueto com Eliana foi incluída no LP “Show Copacabana Nº 1” da gravadora Copacabana.
Em 1956, estrelou o filme “Sai de baixo”, de J. B. Tanko. No mesmo ano, gravou o baião “Papel fino”, de Mirabeau, Cid Ney e Dom Madrid, e a marcha “Vamos soltar balão”, de Luiz Gonzaga Lins.
Em 1957, gravou as marchas “A sempre viva”, de Paulo Gracindo e Mirabeau, e “Tua companhia”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal. No mesmo ano, tomou parte no filme “Garotas e samba” onde interpretou “O trenzinho do amor”, de Sivan Castelo Neto e Lita Rodrigues.
Também em 1957, participou de dois LPs da gravadora Copacabana: “Carnaval de 57 – Nº 1” com a marcha “A sempre viva”, e do LP “Festas juninas” com o baião “Papel fino”, de Mirabeau, Cid Ney e Don Madrid. Em 1958, gravou com Silvinha Chiozzo o rasqueado “Cabecinha no ombro”, de Paulo Borges, que tornou um grande sucesso e um clássico da Música Popular Brasileira. Nesse ano, lançou o LP “Lar… doce melodia” pela gravadora Copacabana no qual cantou três faixas: “Vá embora”, de Geraldo Cunha e Carlos Matos, “Pagode em Xerém”, de Alcebíades Barcelos, o Bide e Sebastião Gomes, “Meu veleiro”, de Lina Pesce, as demais nove músicas do disco ela interpretou ao acordeom: “Viagem à Cuba”, de I. Fields e H. Ithier, “Night and day”, de Cole Porter, “É samba”, de Vicente Paiva, Luis Iglesias e Walter Pinto, “Inspiração”, de Paulus e Rubinstein, “Deixa comigo”, de Índio, “Icaraí”, de Silvio Viana, “Padan-padan”, de Glanzberg e Contel, “Dance avec moi”, de Hornez e Lopez, e “Granada”, de Agustin Lara.
Em 1966, sua gravação da toada “Meu veleiro”, de Lina Pesce, foi incluída no LP “Lina Pesce – Seus grandes sucessos” da gravadora Copacabana. No mesmo ano, sua balada “Pra Que Sonhar”, parceria com o marido Carlos Matos, foi gravada pela cantora Joelma em LP da Chantecler.
Em 1972, participou do LP “Alma do Sertão”, da gravadora Copacabana produzido a partir do programa de Renato Murce na Rádio Nacional que levava o mesmo nome. Nesse disco, interpretou com Eliana a toada “Pingo D’água”, de Raul Torres e João Pacífico, e o rasqueado “Campo Grande”, de Raul Torres.
Em 1975, apresentou-se ao lado do marido e violonista Carlos Mattos no show “Cada um tem o acordeom que merece”, no Rio de Janeiro e em Niterói.
Em 1976, a gravadora Philips lançou dois LPs, um relembrando a Era de Ouro dos filmes musicais brasileiros e outro sobre os 40 anos da Rádio Nacional. No primeiro intitulado “Assim era a Atlântida” foram remasterizados vários fonogramas interpretados durantes os filmes incluindo três interpretações da cantora: “Pedalando”, de Anselmo Duarte e Bené Nunes, do filme “Carnaval no Fogo”, que ela interpretou sozinha, e “Recruta biruta”, de Antônio Almeida, Antônio Nássara e Alberto Ribeiro, e “Beijinho doce”, de Nhô Pai, ambas do filme “Aviso aos navegantes”, interpretadas juntamente com Eliana.
No segundo LP, gravado a partir de acetatos gravados durante programas da Rádio Nacional, foi incluída suam interpretação para o samba canção “Nós três”, de Garoto, Chiquinho do Acordeom, Fafá Lemos e Badaró, cantado juntamente com Carlos Matos. Em 1978, atuou na novela “Feijão Maravilha”, na TV Globo.
Em 1992, trabalhou na novela “Deus nos acuda”, na TV Globo. A partir de então, realizou shows pelo Brasil acompanhada pelo marido e eventualmente, pelos três netos.
Em 1996, participou do Projeto Seis e Meia, no Teatro Dulcina no Rio de Janeiro juntamente com o cantor Francisco Carlos no show “Ídolos da Atlântida”.
Em 2001, teve lançado pelo selo Revivendo o CD “Tempinho bom”, que incluiu suas gravações para as músicas “Nós Três”, de Fafá Lemos, Chiquinho do Acordeom e Garoto; “Meu Sabiá”, de Carlos Matos e A. Amaral; “Tempinho Bom”, de Mário Zan e Sereno; “Minha Casa”, de Joubert de Carvalho; “Cada Balão Uma Estrela”, de Zé Violão e Carrapicho; “É Noite, Morena”, de Hervé Cordovil e René Cordovil; “Casório Lá No Arraiá”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal; “Pedalando”, de Bené Nunes e Anselmo Duarte; “Vai Comendo Raimundo”, de Petrus Paulus e Ismael Augusto; “Papel Fino”, de Mirabeau, Cid Ney e Don Madrid; “Tempo de Criança”, de João de Souza e Ely Turquino; “Nossa Toada”, de Carlos Matos e Luis Carlos, e “Meu Papai”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal, além de “Zé Da Banda”, de Alencar Terra; “Com Pandeiro Na Mão”, de Manoel Pinto, D. Airão e Jorge Gonçalves; “Vapô De Carangola”, de Manezinho Araújo e Fernando Lobo; “Orgulhoso”, de Mário Zan e Nhô Pai; “Queria Ser Patroa”, de Aldari De Almeida Airão e Manoel Pinto; “Cabeça Inchada”, de Hervé Cordovil; “Beijinho Doce”, de Nhô Pai, e “Sabiá Lá Na Gaiola”, de Hervé Cordovil e Mário Vieira, todas essas últimas interpretadas em dueto com a cantora e atriz Eliana.
Em 2012, passou a integrar o grupo As Cantoras do Rádio, em sua nova formação, que estreou no show “MPB pela ABL – A volta das cantoras do Rádio”, recita única no auditório Raimundo Magalhães Jr., todas acompanhadas por Fernando Merlino, com apresentação, criação e roteiro de Ricardo Cravo Albin.
Em 2014, participou, juntamente com as cantoras Lana Bittencourt e Ellen de Lima, do espetáculo “A Noite – Nas ondas da Rádio Nacional”, apresentado no teatro Rival BR.
Em 2017, apresentou-se na sexta-feira, no Domingo e na Segunda Feira de Carnaval no Baile da Cinelândia, tradicional baile carnavalesco promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Adelaide Chiozzo faleceu em 4 de março de 2020, em um hospital na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Adelaide estava internada após sofrer uma queda em casa há 12 dias. A artista foi operada, mas contraiu infecção urinária e pulmonar.
Cinelândia
Em sua página no Facebook, o radialista Osmar Frazão, da Rádio Nacional, se despediu da cantora. “Nossa amada cantora Adelaide Chiozzo parte para o mundo de esplendores. Bonita e cativante no rádio, na música e no cinema nacional. Uma das estrelas do Baile da Cinelândia. Uma saudade boa de sentir!”. Frazão apresenta o programa Histórias do Frazão”, todos os domingos, a partir das 8h, pela Nacional do Rio AM 1130.
(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/03/04 – NOTÍCIA / Por Luiz Vale, TV Globo – 04/03/2020)
(Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-03 – GERAL / NOTÍCIA / Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro – 04/03/2020)
(Fonte: https://www.namidia.net.br – ENTRETENIMENTO / De Uiara Zagolin – dezembro 2, 2018)
(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.650 – 5 DE MARÇO de 2020 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 31)