Arquiteto e artista plástico
Ele passou a se dedicar às artes plásticas apenas depois da aposentadoria, quando já tinha 55 anos
Paulo Villela rodeado por suas obras na sala de seu apartamento em Laranjeiras, em 2015 (Foto: Fernando Lemos)
Paulo Villela (Rio de Janeiro, em 1934 – Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2020), artista plástico e arquiteto carioca.
Depois de décadas dedicadas a uma carreira como arquiteto, o pintor deu vasão ao trabalho artístico apenas após sua aposentadoria, aos 55 anos.
Villela nasceu no Rio de Janeiro, em 1934. Formou-se em arquitetura pela antiga Universidade do Brasil (atual UFRJ). Entre seus mestres na pintura estão nomes como Ubi Bava, Abelardo Zaluar e Aluísio Carvão, com quem teve aulas no Museu de Arte Moderna (MAM).
Apesar da formação nessa escola, Villela se destacaria pelas simpáticas imagens de mulheres rechonchudas de seus quadros. “Os três são artistas abstratos e todos falavam que a pintura figurativa estava em baixa, que isso já tinha acabado. Fui abstrato por influência”,
disse Villela em entrevista ao GLOBO em 2015, referindo-se ao início de sua carreira como pintor.
Bem-humorado, o artista explicou no depoimento sua predileção pela estética das personagens de suas pinturas: “Tem mais espaço para pintar. Além disso, na História da Arte, quase não se vê as magras. Não tem estudos sobre elas. O contorno feminino é mais “pintogênico” do que o masculino. Os cabelos, os acessórios, as formas, tudo é muito plástico”.
Durante sua trajetória, o pintor participou de exposições em locais como Museu Nacional de Belas Artes (1997), na Galeria Matias Marcier (1990,1999, 2002, 2004) no Espaço Cultural dos Correios (1997) e no Espaço Cultural Mauá (1998).
Paulo Villela faleceu em 5 de setembro de 2020, aos 86 anos, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e foi vítima de fibrose pulmonar.
Villela deixa mulher, Maria Helena, três filhos — entre eles, o músico Jayme Vignoli —, oito netos e um bisneto. Seu corpo será cremado neste domingo, no Cemitério da Penitência, no Caju, em cerimônia fechada para a família.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA / Por O Globo 05/09/2020)