Armando Manzanero, ícone mexicano do bolero, era um dos compositores mais emblemáticos da música mexicana contemporânea, criador de Somos novios e Contigo aprendí, interpretados por ele e por vários artistas, como Luis Miguel e Alejandro Fernández

0
Powered by Rock Convert

Compositor foi ícone mexicano do bolero

 

Armando Manzanero canta com o Buena Vista Social Club em 2018 — (Foto: Jorge Beltran/AFP)

 

 

Foi o maestro mexicano da música romântica

 

Armando Manzanero deixa obra imortalizada em vozes do Brasil pela natureza romântica do bolero

Roberto Carlos, Simone, Elis Regina e Leny Andrade estão entre os muitos cantores que gravaram músicas do compositor

 

 

Armando Manzanero Canché (Mérida, México, 7 de dezembro de 1934 – Cidade do México, 28 de dezembro de 2020), compositor mexicano, ícone do bolero.

 

O prolífico compositor era um dos compositores mais emblemáticos da música mexicana contemporânea, criador de Somos novios e Contigo aprendí, interpretados por ele e por vários artistas, como Luis Miguel e Alejandro Fernández.

 

Manzanero é amplamente conhecido na América Latina. Em 2014, tornou-se o primeiro mexicano a receber um Prêmio Grammy honorário por sua trajetória. Ele também foi gravado por vários artistas brasileiros.

Para Armando Manzanero, o romantismo surgiu ainda quando criança e foi a sua marca. Evocando o pôr do sol na praia vieram “Somos novios”, “Esta tarde vi chuva” e “Adoro”, joias que o colocam entre os grandes nomes da música mexicana.

Nascido na cidade de Mérida, (estado de Yucatán), em 7 de dezembro de 1934, mas registrado um ano depois, Armando Manzanero Canché também se destacou como intérprete e produtor, uma carreira multifacetada que lhe rendeu uma figura de destaque no cenário musical na América Latina.

Entre os cantores internacionais que deram voz a suas letras estão Luis Miguel, Andrea Bocelli, Frank Sinatra, Christina Aguilera, Chavela Vargas, Julio Iglesias e Raphael.

Orgulhoso de sua origem maia, Manzanero veio ao mundo envolto na música: seu pai, Santiago, era trovador, e ganhava a vida cantando nas cidades, embora o romantismo – contou várias vezes – tenha sido herdado de sua avó Rita.

“As palavras vêm até mim do mundo em que vivi. Quando eu era criança, vivia perto do mar, vendo coisas naturais. Vendo todos aqueles entardeceres e amanheceres”, contou à BBC durante uma entrevista em 2014.

Casou-se cinco vezes, número que o incomodava, e teve sete filhos.

Quem o conheceu intimamente afirma que o Prêmio Nobel de Literatura de 1982, o colombiano Gabriel García Márquez, queria fazer um bolero com ele, mas isso nunca se concretizou.

O escritor e cronista mexicano Carlos Monsiváis, com quem o cantor-compositor tinha um programa de rádio, disse certa vez que “Manzanero só seria substituído por Manzanero”.

Com apenas 1,54 metros de altura, o artista preservou a aparência de um jovem indígena.

Armando Manzanero deixa obra imortalizada em vozes do Brasil pela natureza romântica do bolero

 

Roberto Carlos, Simone, Elis Regina e Leny Andrade estão entre os muitos cantores que gravaram músicas do compositor

Pela própria natureza romântica, o bolero sempre foi gênero musical entranhado no cancioneiro brasileiro – inclusive por ser vizinho do nacionalíssimo samba-canção. Essa natureza sentimental do bolero explica a forte associação da obra do compositor mexicano Armando Manzanero (7 de dezembro de 1934 – 28 de dezembro de 2020) com vozes do Brasil.
Manzanero sai de cena como artista referencial do bolero, gênero musical cubano que contagiou o mundo ao ser adotado pelo México, país desse compositor que também era cantor e produtor musical, tendo dado voz às próprias criações.
No Brasil, os boleros de Manzanero ganharam as vozes de grandes cantores, a partir dos anos 1960, às vezes no original em espanhol, muitas vezes em versões em português escritas por nomes como Paulo Coelho.
Antes de se consagrar como escritor, Coelho verteu o bolero Me vuelves loco para Elis Regina (1945 – 1982). Feita pela cantora em 1981 para a trilha sonora da novela Brilhante (TV Globo), a sensual gravação do bolero Me deixas louca foi o último registro fonográfico de Elis.
Antes, Nazareno de Brito vertera Contigo aprendi (1967), bolero apresentado ao Brasil em 1968 nas vozes do Trio Irakitan e do cantor Lindomar Castilho antes de ser gravado por cantores como Altemar Dutra (1940 – 1983) e Simone, intérprete que chegou a gravar três composições de Manzanero (Voy a apagar la luzMía e Adoro) em álbum em espanhol, La distancia (1993), feito para o mercado hispânico.
Outro bolero de Manzareno que ganhou várias vozes brasileiras foi Esta tarde vi llover. Roberto Carlos o gravou em 1979 com a letra original em espanhol. Anos antes, a versão em português de J. Barroso, Esta tarde vi chover, chegara ao disco nas vozes dos cantores Demétrius (1942 – 2019) e Nelson Gonçalves (1919 – 1998) em 1964 e em 1968, respectivamente.
O mesmo Roberto Carlos assinou a versão em português de Yo te recuerdoEu me recordo, gravada pelo cantor em 1974, ano em que Roberto também gravou Yo te recuerdo no original em espanhol para disco direcionado ao mercado latino de língua hispânica.
Quatro anos depois, o recorrente Roberto gravou Por fin mañana em espanhol no álbum brasileiro de 1978, em mais uma contribuição para popularizar no Brasil os boleros de Manzanero, que produziu álbum dedicado pela cantora Joanna ao gênero, Intimidad (1998).
A lista de cantores do Brasil que gravaram o cancioneiro de Armando Manzanero é extensa e inclui Alcione (Todavia, em 2011), Emilio Santiago (1946 – 2013) (Contigo aprendi em 1981, Só me faltas tu em 1997 e Esta tarde vi llover em 1998), Ivan Lins (Esta tarde vi llover, em 2002), Joyce Moreno (Esta tarde vi llover, em 2009), Leny Andrade (medley com Contigo aprendi e Esta tarde vi llover em 1985 e Mía em 2010) e Sidney Magal (Travessuras, em álbum obscuro de 1982), entre outros nomes.

– Muitos prêmios –

 

Ele também recebeu o Prêmio de Excelência Musical da Academia Latina da Gravação, em 2010.

 

Recentemente, o bolerista foi homenageado, presencialmente, pelo governo de seu estado natal, Yucatán (leste), com a abertura de um museu dedicado a sua vida e obra.

 

“A gratidão é a memória do coração, e a música é a melhor memória que você pode carregar no bolso”, afirmou Manzanero durante a homenagem.

Em 2020 também recebeu o Prêmio de Carreira Artística na Billboard de Música Latina.

 

O maestro mexicano construiu uma carreira de seis décadas, com cerca de trinta álbuns e canções como “Vou apagar a luz” e “Com você eu aprendi”, hinos do cancioneiro romântico hispânico acompanhados do seu piano.

Armando Manzanero faleceu aos 86 anos, nesta segunda-feira, 28, no hospital onde se encontrava internado por covid-19 em estado grave.

“É algo muito triste, Don Armando Manzanero, um grande compositor, do melhor do país, além de um homem sensível também no social. Lamento muito seu falecimento”, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, em sua habitual entrevista coletiva matinal.

“A vida dele é a canção de um homem que não será alcançado”, escreveu recentemente o colunista Carlos Díaz no Milenio.

Como o bolero e como o romantismo, o cancioneiro de Armando Manzanero é imortal e sobrevive ao compositor que hoje sai de cena.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por AFP – 28/12/2020)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2020/12/28 – POP & ARTE / MÚSICA / NOTÍCIA / Por France Presse – 28/12/2020)

(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2020/12 – CORREIO BRAZILIENSE / DIVERSÃO E ARTE / por Agência France-Presse – 28/12/2020)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2020/12/28 – POP & ARTE / MÚSICA / Por Mauro Ferreira – 28/12/2020)

Powered by Rock Convert
Share.