Camila Amado, atriz conhecida por seus trabalhos no teatro e na televisão, atuou na TV em Tapas & Beijos, A Casa das Sete Mulheres, Sítio do Picapau Amarelo e Cordel Encantado

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Com uma carreira bastante consagrada, a veterana Camila Amado (1938-2021), foi estrela das telenovelas, teatros e cinema

 

(© Raquel Cunha / Globo / ‘Éramos Seis’ / Divulgação) Camila Amado dá vida à personagem Candoca, tia de Lola (Gloria Pires), protagonista da novela ‘Éramos Seis’.

 

 

Camila de Hollanda Amado (Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1938 – 6 de junho de 2021), atriz conhecida por seus trabalhos no teatro e na televisão, atuou na TV em Tapas & BeijosA Casa das Sete MulheresSítio do Picapau Amarelo e Cordel Encantado. Dedicada ao teatro, estão entre seus maiores sucessos a comédia As Desgraças de uma Criança, o clássico romântico A Dama das Camélias e a tragédia Hamlet.

 

Camila começou a trabalhar ainda na adolescência, dando aulas de latim com a mãe, Henriette. Aos 17 anos, buscou a independência e o sonho de se tornar atriz, sob protestos do pai, Gilson, criador da TV Educativa e irmão de Jorge Amado.

 

Além de suas inúmeras participações em peças e espetáculos teatrais ao longo das décadas, a atriz também participou de novelas e programas diversos. Camila chegou a ser premiada como melhor atriz coadjuvante no IV Festival de Cinema Brasileiro de Gramado, em janeiro de 1976, por sua atuação em O Casamento, de Arnaldo Jabor, inspirado na obra de Nelson Rodrigues.

 

Filha de Gilson Amado (fundador da TVE) e da educadora Henriette Amado (nascida em Londres e neta do governador da Paraíba Camilo de Holanda), Camila foi muito ativa no teatro e iniciou a carreira televisiva em 1969, na novela “Um Gosto Amargo de Festa”, da TV Tupi.

 

A atriz também teve atuações de destaque em produções da Globo, como as séries “A Casa das Sete Mulheres” (2003), “Aline” (2008-2011), “Força-Tarefa” (2009-2011) e “Ligações Perigosas” (2016). Ela também participou das novelas “Pega Pega” (2017-2018) e “Éramos Seis” (2019), seu último trabalho na televisão.

 

Além disso, construiu uma carreira robusta no cinema, iniciada em 1975 com “Quem Tem Medo de Lobisomem?”, de Reginaldo Faria, e “O Casamento”, de Arnaldo Jabor. Por este filme, ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante do Festival de Gramado.

Sua filmografia, que se estende por décadas e chega até dias recentes, inclui obras como “Parceiros da Aventura” (1980), de José Medeiros, “As Meninas” (1995), de Emiliano Ribeiro, “Amélia” (2000), de Ana Carolina, “Copacabana” (2001), de Carla Camurati, “Carreiras” (2005), de Domingos de Oliveira, “Os Desafinados” (2008), de Walter Lima Jr., “O Abismo Prateado” (2011), de Karim Aïnouz, “A Novela das 8” (2011), de Odilon Rocha, “Pequeno Dicionário Amoroso 2” (2015), de Sandra Werneck e Mauro Farias, “Redemoinho” (2016), de José Luiz Villamarim, e “Chacrinha: O Velho Guerreiro” (2018), de Andrucha Waddington.

 

Ela também filmou “Cinzento e Negro”, de Luís Filipe Rocha, um dos filmes portugueses mais premiados de 2017, que lhe rendeu uma indicação ao troféu da Academia Portuguesa de Cinema.

 

Camila Amado e o teatro

 

Quando Miriam Mehler precisou deixar o elenco de A Lição, em 1958, a atriz foi convocada para substituí-la em seu papel no espetáculo. “Camila Amado, que estreou no teatro nessa peça, é uma das candidatas fortes ao prêmio de revelação de 1958”, destacou o Estadão na ocasião.

 

No fim da década de 1950, substituiu Vera Gertel na histórica montagem do Teatro de Arena para Eles Não Usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri. Em 1967, viveu uma nordestina candidata a miss na parte referente a O Festival da Besteira que Assola o País, no espetáculo De Brecht a Stanislaw Ponte Preta, ao lado de Jaime Barcelos e Milton Carneiro.

 

Camila Amado também fez outros trabalhos de destaque, como A Vida Impressa em Dólar (1962), A Exceção e a Regra (1967), O Segredo do Velho Mundo (1972), Encontro no Bar (1973) e Dor de Amor (1978). Como autora, esteve à frente de Don Quixote de la Pança O Banquete (1982).

 

Em 1998, Camila Amado ganhou o papel principal em Jardim das Cerejeiras, último drama escrito por Chekhov, sob direção de Cláudio Mamberti. Na peça, da qual também foi produtora, viveu Liuba, dona de uma propriedade rural que vai a leilão, sendo arrematada por um ex-servo. “Trata-se do conflito entre a preservação das belezas naturais e a necessidade de investimentos, entre o desenvolvimento tecnológico e o lugar do homem no mundo, conflito cada vez mais atual e sempre difícil de ser resolvido”, explicava ao Estadão na ocasião.

 

 

(© Silvio Pozatto/Divulgação) Camila Amado (a primeira na parte de baixo, à esquerda), ao lado de Luiz de Lima, Ítala Nandi, Clarice Noskier, Tonia Carrero e Walmor Chagas, o elenco da peça ‘Equilíbrio Delicado’, em 1999.

 

Na sequência, refletia: “Uma verdadeira obra de arte transforma o ser humano e seu valor é imensurável; atingir mil pessoas significa benefício ampliado para 1 milhão”. No mesmo ano, subiu aos palcos no solo Eu e a Louca, de Ruiz Bellenda, com direção de Ariel Coelho, e em 1999 em Um Equilíbrio Delicado.

 

Camila Amado na TV

 

Presente em atrações televisivas desde jovem, no fim da década de 1950, a atriz ganhou mais destaque ao participar de algumas novelas como Um Gosto Amargo de Festa, exibida entre fevereiro e maio de 1969, na TV Tupi, e O Pulo do Gato (1978) e Sol de Verão (1982), na Globo. Mais recentemente, deu vida à personagem Tia Candoca no remake de Éramos Seis, exibido entre 2019 e 2020. Antes, esteve presente no elenco de Topíssima, da Record.

 

Camila Amado Fez também diversas participações menores em programas como Linha Direta, Você Decide, Brava Gente, Retrato Falado, A Grande Família, Pé na Cova, Sob Pressão e Sítio do Picapau Amarelo. No cinema, esteve em produções como Amélia (2000), Quem Tem Medo de Lobisomem (1973) e o documentário Abolição (1988).

 

Em entrevista ao Estadão em setembro de 1998, aos 60 anos, a atriz refletia sobre a vida: “É claro que eu preferia estar fazendo 30 anos, mas tenho preguiça de ser tão inexperiente de novo”.

 

“Recuso-me a ter a personalidade que me impõem; a personalidade é como uma roupa que a gente usa e pode trocar à vontade. Herdei quadros e terrenos que ia vendendo à medida que queria produzir meus espetáculos, mas a herança acabou”, contava, sobre seu jeito de ser e sobre a dificuldade em encontrar patrocínios para suas peças.

 

Repercussão

 

Camila Amado também trabalhou durante muitos anos como professora de teatro e preparadora de atores. “Minha função é ajudar o ator a descobrir o seu potencial, e, quando isso ocorre, fico orgulhosa”, contava, em vida. A função rendeu diversas homenagens de colegas nas redes sociais.

 

“Minha mestra e de tantos colegas, Camila Amado nos deixou hoje, fisicamente, mas fica o seu legado de arte, integridade e liberdade”, escreveu Suzana Pires, que publicou um vídeo chorando pela morte.

 

Entre seus últimos papéis estão Tia Candoca, no remake mais recente da novela Éramos Seis, exibida pela Globo entre 2019 e 2020, e a personagem Aurélia, no filme e na série sobre Chacrinha lançados recentemente. Ela também estrela o curta A Balada da Nobre Senhora, que ainda não foi lançado.

 

Camila Amado foi casada com o jornalista Carlos Eduardo Martins (falecido em 1968), com quem teve dois filhos, e com o ator Stepan Nercessian durante 14 anos.

Camila Amado faleceu em 6 de junho de 2021, aos 82 anos, vítima de um câncer. Em 2020, ela chegou a ser diagnosticada com covid-19, mas havia conseguido se recuperar da doença.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/tv/noticias – TV / NOTÍCIAS / ENTRETENIMENTO / por Pipoca Moderna / fornecido por Microsoft News – 06/06/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / por André Carlos Zorzi – ESTADÃO CONTEÚDO / fornecido por Microsoft News – 06/06/2021)

(Fonte: GAÚCHAZH – ANO 58 – N° 20.044 – 10 DE JUNHO DE 2021 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 29)

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