Bob Moses, líder do movimento dos direitos civis nos EUA e na América nos anos 60
Foi um líder do movimento dos direitos civis, e mais tarde tornou-se um defensor do sucesso dos afro-americanos na matemática.
“Aprendi sobre a negação do direito de voto por detrás da Cortina de Ferro na Europa; nunca soube que havia negação do direito de voto por detrás de uma Cortina de Algodão aqui nos Estados Unidos”, disse Moses.
Robert Parris Moses (Harlem, em Nova York, 23 de janeiro de 1935 – Hollywood, Flórida, 25 de julho de 2021), líder dos direitos civis que participou de algumas das principais campanhas por igualdade no Sul dos Estados Unidos nos anos 1960 e depois se tornou ativista que incentivou negros norte-americano a terem sucesso em matemática.
Criado no bairro do Harlem, em Nova York, Moses dava aulas de matemática no ensino médio quando viajou em 1960 ao Mississippi procurando pessoas para participar de uma conferência do Comitê Coordenador de Estudantes Não Violentos (SNCC, na sigla em inglês), segundo o portal virtual do Comitê, um site afiliado à Universidade de Luke que registra a história da organização.
Entre agressões, assassinatos e injustiças sofridas pelas minorias na década de 1960, o ativista que nasceu a 23 de janeiro de 1935, em Nova Iorque, em Harlem, engajou-se em formar uma equipa de voluntários negros e brancos para trabalhar consigo e enfrentar a segregação existente na época.
Moses ajudou a colocar a promoção do registro de eleitores na agenda do Comitê e participou da linha de frente em muitas lutas no Sul, que frequentemente eram recebidas com violência.
Mais tarde, viria a fundar uma organização (Algebra Project) dedicada ao ensino da matemática como ferramenta para combater a desigualdade social.
Outra grande contribuição na sua história foi a criação do Projeto Álgebra em 1982. O projeto dedicava-se à melhoria da educação das minorias em matemática, e começou com a sala de aula em uma escola pública em Cambridge, Massachusetts, que posteriormente obteve apoio dos pais das comunidades e se expandiu em mais de 200 escolas em todo país, até os finais de 1990.
Moses ajudou a colocar a promoção do recenseamento eleitoral na agenda do SNCC, e passou a participar em muitas das lutas na linha da frente no Sul, que muitas vezes encontraram resistência violenta. As suas viagens ao Sul despertaram-no para a violação dos direitos civis dos afro-americanos, quando ainda não tinham direitos iguais perante a lei.
Ele se mudou ao Canadá para evitar o recrutamento militar durante a Guerra do Vietnã em 1967 e depois viveu por muitos anos na Tanzânia, disse o Instituto de Pesquisa e Educação Martin Luther King Jr. da Universidade de Stanford.
Retornou aos Estados Unidos para completar um doutorado na Universidade de Harvard, na qual ganhou uma bolsa de “Gênio” da Fundação MacArthur, que ele usou para promover o Projeto Álgebra para melhorar as habilidades de matemática de crianças pobres.
Figura de um movimento que teve líderes mais afamados como Martin Luther King Jr., Bob Moses foi decisivo no combate contra o racismo e a segregação racial num estado como o Mississippi, onde a organização racista Ku Klux Klan tinha forte presença e onde se registavam inúmeros linchamentos de negros naquela época.
Vítima de violência tanto por membros do Ku Klux Klan como pela polícia norte-americana, num estado que no início dos anos 60 brancos e negros ainda não coexistiam normalmente nas escolas, no trabalho, nas habitações, nos transportes públicos e nas igrejas e parques infantis, Bob Moses tornou-se numa lenda do movimento pelos direitos civis.
Foi detido, colocado na prisão e agredido múltiplas vezes, tendo ainda construído, uma reputação de homem que se mantinha extraordinariamente calmo em cenários violentos e hostis.
Bob Moses faleceu em 25 de julho aos 86 anos, afirmou a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês).
Moses é o mais recente líder do movimento negro daquela época a morrer no último ano, incluindo John Lewis, Vernon Jordan, C.T. Vivian, Charles Evers, e Gloria Richardson.
“Ele era um estrategista no coração dos movimentos por direitos eleitorais e além. Ele era um gigante”, afirmou Derrick Johnson, presidente da NAACP, pelo Twitter.
Ben Moynihan, o diretor de operações do Projeto Álgebra, disse que esteve em conversa com Janet Moses, a esposa de Moses, e ela confirmou que seu marido havia morrido na manhã de Domingo em Hollywood, Flórida.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – NOTÍCIAS / MUNDO / por (Por Daniel Trotta) / Reuters / fornecido por Microsoft News – 26/07/2021)
(Fonte: https://observador.pt/2021/07/25 – MUNDO / ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / por Gonçalo Correia – 25 jul 2021)
(Fonte: https://www.forbes.co.ao – LÍDERES / ATIVISMO / por Luísa Cahete – 26 Julho, 2021)