Duas brasileiras estão entre as ganhadoras do Prêmio Cabot 2021, da Universidade Columbia
Prêmio é o mais antigo do jornalismo internacional
O presidente da Columbia, Lee C. Bollinger disse:
“Com o aumento das ameaças contra a imprensa nas Américas, incluindo ataques físicos e ciberassédio contra repórteres mulheres, dou as boas-vindas à seleção do júri do Cabot de quatro jornalistas de destaque para receber os prêmios Cabot de 2021. Em nome de toda a Universidade, gostaria de dar os meus parabéns e os meus agradecimentos aos homenageados pelo seu talento e coragem.”
Eliane Brum se destaca na busca por justiça social
A cobertura recente de Brum sobre as questões socioambientais na Amazônia, incluindo as consequências devastadoras da pandemia Covid-19, reforça sua posição como uma das vozes de expressão do jornalismo brasileiro.
Fotojornalismo de Adriana Zehbrauskas retrata pobreza e violência
Adriana Zehbrauskas é fotojornalista e documentarista brasileira radicada nos Estados Unidos, cujos retratos de pessoas em circunstâncias desesperadoras são conhecidos por sua intimidade e empatia.
Suas fotos da América do Sul, México e da fronteira EUA-México são ricas em cores e humanidade. Zehbrauskas retratou a pobreza dos migrantes da América Central em trânsito para a fronteira com os Estados Unidos, assim como faz com as mães de bebês com zika no Brasil e as famílias dos 43 alunos assassinados em Ayotzinapa, no México.
Após uma missão de um ano fotografando a família de uma das vítimas de Ayotzinapa, Zehbrauskas lançou um projeto mais amplo chamado “Family Matters”. Ela tira fotos para iPhone de famílias na zona rural do estado de Guerrero e faz cópias para os moradores que as desejam.
O foco é preservar a memória e a cultura em uma região empobrecida, continuamente atacada por traficantes de drogas e prejudicada pela violência sancionada pelo Estado.
Jornalistas dos EUA e México também são premiadas
Adela Navarro Bello é repórter e editora da revista semanal ZETA. Seu trabalho de reportagem investigativa busca responsabilizar as autoridades e expor a corrupção e cumplicidade com os cartéis de drogas na fronteira EUA-México.
Mary Beth Sheridan tem uma carreira de quase três décadas, passando pela agência Associated Press, os jornais The Miami Herald, Los Angeles Times e The Washington Post.
Menções especiais
Contracorriente, Honduras – Num país centroamericano devastado pela narcocorrupção, Covid-19 e furacões consecutivos, surgiu uma publicação digital para relatar o impacto desses desastres nas pessoas comuns. A Contracorriente foi fundada em 2017 por Jennifer Ávila, sua editora, e Catherine Calderón, diretora de desenvolvimento, e se transformou em um site dinâmico de multimídia que fornece uma cobertura lúcida e factual dos problemas do país.
“Desde a investigação destemida de corrupção governamental e cartéis de drogas até a documentação dos sub-representados e responsabilização dos líderes, todos os nossos homenageados em 2021 aumentam nosso entendimento entre as Américas por meio de notícias e imagens. Esses jornalistas fornecem novos modelos de excelência na respeitável tradição dos prêmios Maria Moors Cabot.”