Primeiros cem anos Brasil Conclusões

Brasil – Os primeiros cem anos
1500-1600
Conclus?es
O primeiro s?culo do Brasil descoberto fez com que v?rios aldeamentos, feitorias, arraiais e vilas, fossem aqui instaladas, desde Natal, no atual Rio Grande do Norte, at? a ilha de Canan?ia, no litoral do Paran?, no sul. Um governo-geral firmara-se na Bahia e S?o Salvador era sua capital desde a funda??o em 1549. Como disse Capistrano de Abreu ?pau-brasil, papagaios, escravos, mesti?os, condensam a obra das primeiras d?cadas?, do primeiro s?culo podemos assegurar.

Apesar dos franceses terem sido expulsos, as incurs?es feitas por holandeses, normandos, bret?es e ingleses, prosseguiam. O extrativismo inicial do pau-brasil e a frustra??o com a inexist?ncia das esperadas riquezas, deram lugar a uma ocupa??o mais conseq?ente, com a implanta??o dos engenhos de cana-de-a??car, cuja t?cnica foi transplantada das ilhas atl?nticas portuguesas. O amig?vel escambo inicial, por sua vez, deu lugar ? brutalidade da servid?o ind?gena e africana.
Foi o sucesso destas planta??es que tornou o Brasil, gradativamente, na maior col?nia escravista do mundo ocidental, e a mais s?lida sociedade escravagista conhecida desde a queda do Imp?rio Romano no s?culo 5, importando ao redor de 40% do grosso do tr?fico negreiro, entre 1550-1850.

O desconhecimento da exist?ncia de ouro ou gemas preciosas, descoberta que s? ocorrer? no final s?culo 17, com o encontro dos veios aur?feros e diamant?feros em Minas Gerais, fez com que a coloniza??o se fixasse basicamente no litoral, ao redor das primeiras feitorias e vilas fundadas. Os brasileiros de ent?o pareciam-se, como disse certa vez um visitante, a caranguejos presos ?s areias das praias. O senhor dono de terras, o latif?ndio, a monocultura e o escravo, formar?o por sua vez um complexo s?cio-econ?mico que definiu a vida brasileira por quase quatro s?culos, sendo a g?nese da estrutura social fortemente hier?rquica e imensamente desigual que nos acompanha, ainda que com atenua??es, at? o presente.

O dom?nio dos jesu?tas na educa??o e na catequese ? absoluto, mas longe de ser suficiente. Os col?gios que fundaram, espalhados de Salvador na Bahia at? S?o Paulo em S?o Vicente, s?o os poucos centros de alfabetiza??o e difus?o da instru??o do Brasil Col?nia. A escassa luz em meio a floresta tenebrosa. A marca da Contra-Reforma estar? tamb?m presente na intoler?ncia e no apego a um catolicismo radical, respons?vel pelo excessivo gasto no erguimento e no ornamento de igrejas e capelinhas, no intermin?vel mandar rezar missas e em pr?digas doa??es beatas. Os portugueses, ao contr?rio do que os espanh?is fizeram em S?o Domingo, no M?xico e no Peru, nunca permitiram a instala??o de universidades ou faculdades, muito menos de uma imprensa livre na col?nia.

A principal altera??o que ocorrer? na pol?tica geral, afetando a metr?pole e suas col?nias, ser? a passagem de Portugal, por motivos din?sticas, ao controle da Espanha em 1580. A morte do rei d.Sebasti?o na batalha de Alcacerquibir no norte da ?frica, em 1578, pondo fim a dinastia de Avis, fez com que Felipe II da Espanha reivindicasse seus direitos ? coroa vizinha. De 1580 at? a rebeli?o do Porto de 1640, o Brasil Col?nia ser? administrado por um preposto dos espanh?is, enquanto os portugueses diziam-se sofrer o que a ret?rica patri?tica mais exaltada definiu como o ?cativeiro castelhano? ou ?o jugo espanhol?.
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