Expoente do Novo Jornalismo
Ícone da literatura norte-americana, foi um grande nome na ficção americana e produziu romances, ensaios e livros de não-ficção
Gigante da literatura e autora de “O Ano do Pensamento Mágico”
Joan Didion (Sacramento, 5 de dezembro de 1934 – Nova Iorque, 23 de dezembro de 2021), escritora americana e expoente do Novo Jornalismo, conhecida por lançar seu olhar afiado sobre a contra-cultura e a explosão lisérgica do movimento hippie na década de 1960.
Uma gigante da literatura mundial, ela se popularizou mundialmente com dois livros sobre a perda: “O Ano do Pensamento Mágico”, a respeito da morte repentina do marido, e “Blue Nights”, sobre o colapso da filha adotada, poucos meses depois. Os dois são best-sellers, consideradas obras fundamentais para analisar o luto.
Joan Didion ficou conhecida internacionalmente, em especial, após o lançamento do livro O Ano do Pensamento Mágico, obra que escreveu após a morte do marido, John Dunne, e que lhe valeu o National Book Award em 2005. bestseller foi adaptado para os palcos da Broadway em 2007. Em outro sucesso de crítica e vendas, Noites Azuis (2011), abordou a morte de sua filha, Quintana Roo.
A escritora foi ícone da literatura americana, a quem se atribui a introdução do “novo jornalismo” com seus ensaios sobre a vida em Los Angeles nos conturbados anos 1960.
Os primeiros trabalhos de Didion incluíram sua coleção de ensaios seminais de 1968 “Slouching Towards Bethlehem”, com a qual causou deleite na crítica e que lhe transformou em uma estrela autêntica, assim como “The White Album”, outra coleção de ensaios com foco em Los Angeles, e “Play It as It Lays”, uma novela sobre as vidas de personalidades de Hollywood.
Décadas depois de seu apogeu como ‘socialite’ da meca do cinema, roteirista, ensaísta e novelista, Didion se viu novamente no centro das atenções por sua escrita bastante honesta sobre o luto, depois de duas tragédias seguidas.
Ela tinha um dos textos mais afiados e elegantes dos EUA, aperfeiçoado desde os anos 1960 no New Journalism e em revistas como a “Vogue” americana. Retratou a geração da contracultura e hippie na Califórnia, seu estado natal, com visão extremamente crítica. Em “Rastejando até Belém” (um título emprestado de um poema seminal de Yeats), ela narrou prematuramente a morte e as contradições dessas gerações. É uma antevisão premonitória sobre o extremismo e a polarização que estavam e gestação. O principal texto mostra como ela descobriu, ao fazer uma reportagem, uma criança que recebia drogas dos pais. Na contracorrente, ela retrata exatamente como essa geração perdida em drogas e sonhos inatingíveis estava se enganando, além de abrir espaço para a onda conservadora que dominaria os EUA nas décadas seguintes.
Seus livros de não ficção, incluindo a coletânea “O álbum branco”, estão sendo publicados ou reeditados no Brasil pela Harper Collins. Nos EUA, o relançamento de seus romances chamou a atenção da imprensa nos últimos meses, incluindo a revista “New Yorker”. O mercado editorial estava redescobrindo a autora, que sempre atraiu mais leitores do que os críticos da academia. Meu palpite é que isso de deve exatamente à sua popularidade e sua fluência em textos jornalísticos.
Quem tiver o prazer de folhear as centenas de matérias que deixou, vai se surpreender com uma escrita envolvente em temas que aparentemente são datados ou referenciados em uma cultura estranha ao Brasil. Ela frequentou reuniões de drogados, acompanhou think tanks do interior americano, fez uma matéria sobre Nancy Reagan (antes de virar primeira-dama), visitou a América Latina várias vezes e mudou e mudou novamente entre Califórnia e Nova York, cidade onde morava no último período.
A escritora tinha 69 anos quando seu esposo e colega roteirista John Gregory Dunne sofreu um infarto fatal. Menos de dois anos depois, a filha do casal, Quintana Roo, morreu aos 39 anos por uma pancreatite aguda.
Sofria com crises graves de enxaqueca, e explicou essa condição de forma cristalina e racional em um de seus textos. Também era uma autora para escritores, já que boa parte da sua literatura era voltada para o próprio processo de escrever. Em uma de suas histórias, narra a perplexidade da solidão em Nova York e da decadência física. O que fazer se uma pessoa solitária “apagar no meio da rua”? Apesar dos temas densos e difíceis, sua escrita era sempre luminosa.
Didion explorou o impacto de suas perdas devastadoras em suas memórias de 2011 “Blue Nights”.
A informação foi divulgada por Paul Bogaards, executivo da Knopf, editora da ensaísta.
(Fonte: https://www.metropoles.com/celebridades – CELEBRIDADES / por Raquel Martins Ribeiro – 23/12/2021)
(Fonte: https://veja.abril.com.br/cultura – CULTURA / Por Marcelo Canquerino – 23 dez 2021)
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / ISTOÉ / por Marcos Strecker – 23/12/2021)