Helena de Lima, cantora da era ouro da noite, de ‘Estão Voltando as Flores’
(Foto Reprodução / Capa de disco de 1961)
Memorável cantora, voz da era do rádio da noite carioca
Artista, que lançou há 60 anos a marcha-rancho ‘Estão voltando as flores’, deixa discos como ‘Uma noite no Cangaceiro’.
Helena de Lima (Rio de Janeiro (RJ), 17 de maio de 1926 – Jacarepaguá, 16 de maio de 2022), cantora e compositora brasileira, foi uma das cantoras lendárias da música nacional, que fez sucesso na era de ouro da noite –entre os anos 1950 e 1960–, sobretudo com sua versão para a marcha-rancho “Estão Voltando as Flores”, de Paulinho Soledade.
Voz da era do rádio, talvez seja mais lembrada por ser a cantora que popularizou a marcha-rancho Estão voltando as flores (1962), composição de Paulo Soledade (1919 – 1999).
Helena de Lima começou a carreira nos anos 1940, no rádio, e estreou na noite carioca em 1948 como crooner da boate Pigalle. Dois anos depois, em 1950, a cantora iniciou carreira fonográfica que alcançou o auge ao longo da década de 1960.
Entre seus maiores sucessos estão “Na Cadência do Samba”, de Ataulpho Alves, “Prece”, de Vadico, e “Mora na Filosofia”, de Monsueto.
Destacam-se ainda “canções feitas para ela, pessoais e intransferíveis”, como definiu Ruy, como “Boa Noite, Rio”, de Haroldo Barbosa e Luiz Reis, “Verdade da Vida”, de Raul Mascarenhas e Concessa Colaço, e “Estão Voltando as Flores”, de Paulo Soledade. Fizeram parte de sua geração nomes como Angela Maria, Lana Bittencourt, Doris Monteiro, Elza Soares e Ellen de Lima.
Contudo, mais do que nos programas de rádio e mais do que nos discos em que deu a voz de timbre grave a músicas de compositores como Fernando César (1917 – 1992), Haroldo Barbosa (1915 – 1979), Luis Reis (1926 – 1980) e Luiz Antônio (1921 – 1996), a carioca Helena de Lima se consagrou como uma cantora da noite, de atuação longeva em boates e em casas noturnas das cidades de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
Descoberta por César Ladeira ainda nos anos 1940, gravou seu primeiro disco em 1952, e seguiu fazendo shows na noite de São Paulo e Rio de Janeiro. Já em parceria com o maestro Lauro Miranda, gravou uma série de discos, muitos ao vivo, como “Uma Noite no Cangaceiro”, de 1964, que faz referência à casa carioca onde também se apresentava Elizeth Cardoso, na mesma época.
“Sentimentos”, seu último álbum, foi gravado em 2007, de forma independente. Ainda assim, ela seguiu fazendo shows mesmo uma década depois, já com mais de 90 anos, em grandes casas do Rio de Janeiro.
“Quero morrer numa batucada de bamba/Na cadência bonita do Samba/Sei que vou morrer, não sei o dia/Levarei saudade da Maria, sei que vou morrer, não sei a hora/Levarei saudade da Aurora”, são esses os versos de Pot-Pourri: Na Cadência Do Samba, escritos por Ataulfo Alves e interpretados pelo vozeirão de Helena de Lima, uma das divas da noite carioca das décadas de 1950 e 1960.
Foi com Estão Voltando as Flores, de Paulo Soledade, no álbum Helena de Lima – Os olhos que vêm de você (1962), que a cantora se tornou conhecida em território nacional. Helena era cantora de rádio, tendo trabalhado, inclusive, na Tupi Carioca, uma das maiores do Rio de Janeiro.
Dona de dezenas de álbuns, ela foi descoberta na década de 1940 pelo radialista César Ladeira, em um programa de calouros na extinta Rádio Nacional. Já moça, na década de 1950, o vozeirão conquistou os palcos, tendo Helena feito sucesso nas rádios cariocas, como a Nacional, e em boates, na era de ouro da noite carioca, como a Cangaceiro, na rua Fernando Mendes, em Copacabana.
Vários álbuns da cantora já aludiram nos títulos – Dentro da noite (1956), Uma noite no Cangaceiro (1964), Outra noite no Cangaceiro… (1965) e Uma noite no Drink (1969) – às memoráveis atuações de Helena de Lima na noite carioca.
Em 2016, lúcida e animada, Helena foi entrevistada pelo Museu da Pessoa, “Música é parte da vida de todo mundo, é a primeira coisa que qualquer um de nós faz, logo de manhã, escova os dentes, toma um cafézinho e liga logo o som”, contou a artista. Contemporânea de Angela Maria, Doris Monteiro e Elizeth Cardoso, Helena fez shows até os últimos anos no Rio.
Há cinco anos, no dia de seu aniversário, Helena de Lima fez um show no Leblon resumindo seus quase 70 anos de carreira em 16 canções. “De vestido longo, preto, salpicado de brilhos, e com pouca maquiagem”, como registrou a repórter Etel Frota em reportagem neste jornal, “Helena ostenta como ornamento principal o sorriso amplo que, junto com a voz, lhe angariou uma legião de fãs apaixonados –Ary Barroso entre eles”.
O último álbum da artista, Sentimentos (2007), foi lançado há 15 anos, tendo sido gravado por Helena de Lima com o violonista Antenor Luz.
Helena faleceu no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, instituição onde a cantora morou nos últimos anos. Ela tinha 95 anos.
Helena estava em um quadro avançado de Alzheimer, ela faria 96 nesta terça-feira, 17. A informação foi confirmada pelo Retiro dos Artistas, onde a cantora morava, no bairro do Jacarepaguá (RJ).
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – MÚSICA/ NOTÍCIAS/ por FOLHAPRESS – SÃO PAULO, SP – 16/05/2022)
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ por Matheus Lopes Quirino / ESTADÃO CONTEÚDO – 16/05/2022)
(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2022/05/16 – POP & ARTE / MÚSICA/ Por Mauro Ferreira – 16/06/22)