Foi o primeiro produtor a contratar bons escritores como roteiristas e artistas plásticos para montarem os cenários
Samuel Goldwyn (Varsóvia, Polônia, 17 de agosto de 1879 – Hollywood, 31 de janeiro de 1974), nome artístico de Samuel Goldfish, um dos fundadores da indústria do cinema. Dirigiu por mais de quarenta anos empresas produtoras independentes. Um nome ligado à Metro mas nunca pertenceu a ela o Goldwyn da Metro Goldwyn Mayer era apenas uma exigência contratual estabelecida por ele quando vendeu, em 1924, um estúdio para um grupo de capitalistas que pretendiam organizar uma produtora. Mais do que a qualidade de seus filmes, orgulhava-se de fazê-los bem comportados, “filmes para a família”, dizia.
Judeu-polonês, nasceu em agosto de 1879, em Varsóvia, emigrou aos 13 anos, e transformou-se em empresário da indústria têxtil. Em 1913, depois de assistir a um filme de 5 minutos, decidiu que o cinema poderia ser um bom negócio e montou sua primeira produtora com um capital de 26 000 dólares. Diziam que seu lema era “o mínimo de bons filmes com o máximo de esforço” e ele parece tê-lo seguido até sua última produção, “Porgy and Bess” (1959). Nas exuberantes décadas de 30 e 40, quando as outras fábricas de sonhos de Hollywood produziam cinquenta filmes anuais em média, a dele apresentava apenas quatro ou cinco títulos: foi o primeiro a contratar bons escritores como roteiristas e artistas plásticos para montarem os cenários.
Revelou alguns astros famosos (Gary Cooper, Danny Kaye, Lionel Barrymore, Loretta Young, Fredrich March, David Niven). Partilhou filmes com diretores como Cecil B. De Mille, Joseph Mankiewicz, Otto Preminger, William Wyler. Estreou em dupla com De Mille em 1917, com “Squaw Man”, rodado numa granja nos subúrbios de Los Angeles, local que só anos mais tarde se chamaria Hollywood. Com Wyler produziu alguns de seus melhores filmes: “Little Foxes” (“Perfídia”) em 1941 e “The Best Years of Our Lives” (“Os Melhores Anos de Nossas Vidas”), Oscar de 1946. Seu nome verdadeiro era Samuel Goldfish. Desde 1967 vivia retirado numa suntuosa mansão, a última aparição em público foi em 1971 para receber do presidente Nixon a Medalha da Liberdade, a mais importante condecoração civil dos Estados Unidos. Samuel Goldfish faleceu no dia 31 de janeiro de 1974, de velhice, aos 91 anos, em Hollywood.
(Fonte: Veja, 6 de fevereiro de 1974 Edição n.º 283 DATAS Pág; 76)