Diretor de ‘Emmanuelle’
Cineasta foi responsável pelo clássico erótico de 1974
Just Jaeckin, no centro, com a atriz Sylvia Kristel, que interpretou ‘Emmanuelle’, à esquerda, e a atriz Corinne Cléry, à direita, em 1975 — (Foto: Arquivo/AFP)
Sylvia Kristel protagonizou o filme erótico que conta as aventuras sexuais de uma jovem na Ásia
Just Jaeckin (Vichy, Allier, Estado Francês, 8 de agosto de 1940 – Saint-Briac-sur-Mer, Bretanha, França, 6 de setembro de 2022), cineasta e fotógrafo francês, que dirigiu o clássico erótico ‘Emmanuelle‘ (1974). O filme, que estreou em 1974 e teve um grande sucesso internacional, conta as aventuras sexuais de uma jovem na Ásia.
Emmanuelle foi o filme de maior bilheteria na França em 1974, com quase nove milhões de espectadores, e permaneceu em cartaz por 13 anos em um cinema de Paris.
Fenômeno social, o longa-metragem foi assistido nos cinemas por dezenas de milhões de espectadores, um número ainda maior quando considerados os outros meios de distribuição.
Just Jaeckin dirigiu mais dois filmes de alto teor sexual, A História de O e O Amante de Lady Chatterley, de novo com Sylvia Kristel.
Nascido em 1940 em Vichy (região central da França), Just Jaeckin era proprietário, ao lado da esposa, de uma galeria de arte em Paris onde exibiam basicamente suas próprias esculturas e pinturas.
“Emmanuelle” foi o primeiro filme de sua carreira. Com filmagens realizadas na Tailândia e em Seychelles, a obra teve um orçamento de US$ 500 mil e arrecadou mais US$ 100 milhões nas bilheterias.
Adaptação de um romance pseudobiográfico de 1959, escrito por Emmanuelle Arsan (1932–2005), “pseudônimo de Marayat Rollet-Andriane”, o filme transformou a modelo holandesa Sylvia Kristel no maior símbolo sexual da década de 1970 pela quantidade de aventuras que protagonizou, tanto com homens quanto com mulheres, durante férias na Tailândia. O repertório era um verdadeiro manual de sexo, começando pelo seleto “mile high club” (sexo em avião).
Pouco importava que Kristel não se parecesse em nada com a eurasiana de cabelos longos descrita no livro. Para o bem e para o mal, ela jamais deixou de ser mencionada novamente sem a lembrança de “Emmanuelle”. Feito quando a atriz tinha 22 anos, o filme se tornou um fenômeno cultural. Foi visto por cerca de 650 milhões de pessoas em todo o mundo, apesar de ter sido proibido em diversos países – inclusive no Brasil – em razão de seu forte teor sexual.
Mesmo sendo uma produção francesa, “Emmanuelle” chegou a ser banido por seis meses até na própria França. Mas, com a morte do presidente francês Georges Pompidou, um novo secretário de Estado da Cultura, Michel Guy (1927-1990), permitiu que o filme chegasse na íntegra aos cinemas, tornando-se a maior bilheteria francesa de todos os tempos, ficando em cartaz por 13 anos ininterruptos em Paris.
O produtor Yves Rousset-Rouard decidiu confiar o projeto a um jovem diretor e escolheu Just Jaeckin, fotógrafo renomado, mas sem experiência como cineasta. A repercussão do filme o marcou como um especialista em filmes do gênero. Ele levou para as telas outros clássicos eróticos, como as adaptações literárias de “A História de O” (1975), com Corinne Cléry, e “O Amante de Lady Chatterley” (1981), de novo com Sylvia Kristel, entre outros filmes.
Mas sua carreira foi curta, encerrada exatamente dez anos após “Emmanuelle”, com a adaptação dos quadrinhos eróticos “As Aventuras de Gwendoline no Paraíso” (1984), na época em que o cinema erótico perdeu público para os vídeos de sexo explícito.
O fato de ter feito filmes adultos o impediu de se diversificar numa época bem mais intransigente que os dias atuais. Mesmo assim, ele dirigiu um clipe de Elton John, “Who Wears These Shoes?”, em 1984.
Nos últimos anos, Just Jaeckin atuava como proprietário, ao lado da esposa, de uma galeria de arte em Paris onde os dois exibiam basicamente suas próprias esculturas e pinturas.
Ele manteve a amizade com Kristel ao longo dos anos. E lamentou muito quando ela morreu em 2012, vítima de câncer, aos 60 anos.
A estrela de Emmanuelle, Sylvia Kristel, viu seu nome vinculado para sempre ao do filme e ao diretor.
Ela enfrentou problemas com drogas e álcool e teve que lutar contra boatos de todo tipo, incluindo um suposto romance com o presidente Valéry Giscard d’Estaing, que ela negou.
“Sylvia era uma mulher maravilhosa, muito pura, muito ingênua. Fazia jus a seu sobrenome, ‘Kristel’. Ela foi engolida, como eu, pelo choque que ‘Emmanuelle’ causou. Isso a marcou, foi muito difícil para ela”, ele disse na época.
Just Jaeckin faleceu na terça-feira em 6 de setembro, aos 82 anos na Bretanha na França, devido a uma longa doença. Morreu ao lado de sua esposa Anne, escultora, e de sua filha Julia, fotógrafa.
(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/gente – DIVERSÃO / GENTE / por Pipoca Moderna – 7 set 2022)
(Fonte: https://www.estadao.com.br/cultura/cinema – CULTURA / CINEMA /
(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2022/09/07 – POP & ARTE / CINEMA / NOTÍCIA / Por France Presse –