Michael Callan, galã dos anos 1960
Callan interpretou Riff na montagem original de West Side Story e protagonizou diversos filmes da Columbia Pictures
(Crédito da fotografia: TV Insider / REPRODUÇÃO / DIREITOS RESERVADOS)
Michael Callan (Filadélfia, Pensilvânia, 22 de novembro de 1935 – 10 de outubro de 2022), ator e bailarino que estrelou o musical da Broadway “Amor, Sublime Amor” e foi galã do cinema nos anos 1960.
Conhecido por interpretar Riff na produção original de West Side Story na Broadway e estrelar filmes como Férias no Havaí (1961) e Viver, Amar, Sofrer (1962), o ator começou a dançar e cantar aos 15 anos em boates locais, até se mudar para Nova York e passar a se apresentar com o codinome de Mickey Calin.
Sua primeira grande chance como ator só veio em 1954, quando ele foi escalado para os musicais The Boy Friend e Catch a Star. Aos 21 anos, Callan arrematou, após uma série de testes, o papel marcante de Riff em West Side Story e viu sua carreira decolar a partir de então.
Após ser encontrado por uma caça-talentos da Columbia Pictures, o ator assinou um contrato e atuou em 12 filmes da produtora. Sua estreia no cinema foi em Heróis de Barro (1959), estrelado por Gary Cooper (1901-1961).
Em seu segundo filme, Michael Callan já era protagonista. Ele fez o papel de Rick Rias em Ases do Trapézio (1959) e foi considerado ator revelação da Columbia Pictures.
Ele chegou a reprisar seu papel na versão cinematográfica de West Side Story (1961), fez sucesso em Férias no Havaí (1961) ao lado de Deborah Walley (1941-2001), e até trabalhou para a Disney no filme Boa Viagem! (1962).
Em 1965, ele estrelou Cat Ballou, um filme de comédia romântica e faroeste, protagonizado por Jane Fonda e Lee Marvin (1924-1987).
Michael Callan era o nome artístico de Martin Calinoff, nascido na Filadélfia em 22 de novembro de 1935. Ele estudou balé e sapateado, além de ter aprendido com os dançarinos que frequentavam a lanchonete do seu pai, e o ensinavam os movimentos em troca de milkshakes.
Sua estreia no meio artístico aconteceu no programa de rádio “Horn & Hardart’s Children’s Hour”. Aos 15 anos, já estava se apresentando em boates locais com o nome de Mickey Calin.
Depois de se formar no ensino médio, Calinoff se mudou para Nova York e conseguiu um pequeno papel na peça “The Boy Friend” (1954), que marcou a estreia de Julie Andrews (“A Noviça Rebelde”) nos palcos americanos. No ano seguinte, ele conseguiu papel em outra peça, “Catch a Star!”, antes de fazer o teste para o personagem Riff em “Amor, Sublime Amor”.
Na ocasião, foi dito que ele era “muito bonito” para interpretar o papel do líder da gangue dos Sharks. Mesmo assim, o diretor e coreógrafo Jerome Robbins gostou dele e pediu que voltasse para mais um teste.
“Fui ao teatro e fiz minha música e dança, e ouvi a voz de Robbins de trás dizendo: ‘Você pode fazer um salto mortal?”, relembrou o ator numa entrevista de 2006. “Eu dei o salto mortal e tive sorte, e funcionou.”
Ele passou cerca de um ano em “Amor, Sublime Amor”, até que Joyce Selznick, uma agente de talentos (e sobrinha do produtor David O. Selznick) o viu na Broadway e o levou para Hollywood – onde os executivos da Columbia Pictures mudaram seu nome para Michael Callan sem lhe dizer.
Trabalhando para o estúdio, o ator estrelou uma dezena de filmes, como “Heróis de Barro” (1959), “Ases do Trapézio” (1959), “Pepe” (1960) e “Because They’re Young” (1960).
Quando veio o anúncio que o musical “Amor, Sublime Amor” seria adaptado para o cinema, ele tentou voltar a interpretar Riff, mas perdeu o papel para Russ Tamblyn no filme de 1961, dirigido por Robert Wise e Jerome Robbins.
Em compensação, no mesmo ano Callan estrelou a aventura “A Ilha Misteriosa” (1961), adaptação de um clássico de Júlio Verne, que foi um grande sucesso comercial, e “Férias no Hawai”, continuação do beach movie pioneiro “Maldosamente Ingênua” (Gidget, de 1959), no qual contracenou com Deborah Walley (a nova Gidget), futura integrante da Turma da Praia de Frankie Avalon e Annette Funicello.
Ele se consolidou como galã após aparecer sem camisa em “Férias no Hawai” e emplacou um punhado de projetos como protagonista romântico, entre eles “Viver, Amar, Sofrer” (1962) e sua continuação “Torvelinho de Paixões” (1964), em que viveu um médico apaixonado por Barbara Eden (a “Jeannie É um Gênio”), e o western “Dívida de Sangue” (1965), como um fora da lei em dívida com a personagem de Jane Fonda.
Depois de oito anos e 13 filmes com a Columbia, Callan conseguiu o papel principal de Peter Christopher na sitcom Occasional Wife (1966-1967) da NBC.
Callan fez várias participações na TV, mas seu primeiro papel recorrente foi na série “Occasional Wife”. A atração durou só uma temporada (entre 1966 e 1967), porém serviu para apresentar o ator à sua primeira esposa, Patricia Harty, com quem ele contracenou na atração.
Assim como “Occasional Wife”, o casamento dos dois durou pouco tempo e eles se divorciaram em 1968. Callan voltou a se casar em 1975 com Karen Malouf, de quem se divorciou em 1984.
O ator também apareceu em vários episódios de “The F.B.I.” (entre 1966 e 1972), “Os Novos Centuriões” (1974 a 1975), “As Panteras” (1977 a 1981) e “Ilha da Fantasia” (1978 a 1984) e “Assassinato por Escrito” (1987 a 1994), mas sempre como diferentes personagens. Seu outro único papel recorrente só veio em “Superboy” (1989 a 1992), como o supervilão Metallo.
No cinema, ele ainda fez “Correntes do Inferno” (1983), “O Assassino da Auto-Estrada” (1988) e “O Duende Assassino” (1995). E seus últimos créditos foram na comédia “Ligado em Você” (2003), dos irmãos Bobby e Peter Farrelly, e no drama “The Still Life” (2006), escrito e dirigido por Joel Miller.
O ator já foi indicado ao Globo de Ouro no começo de sua carreira. Posteriormente, chegou a produzir e estrelar o filme Double Exposure (1982). Seus créditos mais recentes em filmes incluem Ligado em Você (2003) e The Still Life (2006).
Michael Callan estava internado no Motion Picture & Television Country House and Hospital em Woodland Hills, Califórnia. O ator deixa duas filhas, Dawn e Rebecca Callan.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero.