Rolando Boldrin, ator, cantor e apresentador, ecoou artistas representativos de todas as regiões do Brasil

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Rolando Boldrin, ator, cantor e apresentador, criador do “Som Brasil”

À frente do ‘Sr. Brasil’ por 17 anos, Boldrin ecoou artistas representativos de todas as regiões do Brasil

 

 

 

Rolando Boldrinator, cantor, compositor e apresentador, que valorizou o cancioneiro caipira no Sr. Brasil.

 
Mais do que “um ator que canta, compõe e escreve”, como modestamente gostava de se definir, Boldrin foi um importante divulgador da música regional brasileira. É herdeiro em linha direta do trabalho pioneiro de Cornélio Pires (1884-1958), que Boldrin conheceu quando menino.

Neto de imigrantes do norte da Itália, Boldrin nasceu em 22 de outubro de 1936 na cidade de São Joaquim da Barra (SP), mas na infância mudou-se com a família para Guaíra, a poucos quilômetros dali. Com o irmão Leili (o Formiga), formou a dupla caipira infantil Boy & Formiga.

Após várias tentativas, a primeira aos 16 anos, transferiu-se para São Paulo e exerceu profissões diversas, como a de frentista e garçom, antes de ser aprovado em um teste na Rádio e TV Tupi para radioator e figurante, em 1958. Logo começou a fazer papéis maiores no canal, em programas como “Teatro de Novelas”, “TV de Comédia” e “Grande Teatro Tupi”.

Boldrin participou de gravações musicais com sua primeira mulher, a cantora e produtora Lurdinha Pereira, a partir de 1961. Compunha então mais sambas que outros ritmos, como “Onde Anda Iolanda”, que concorreu ao terceiro Festival Internacional da Canção (1968).

Em paralelo, a carreira como ator de telenovelas deslanchava. Atuou em 25 ao todo: na Tupi, em dois momentos (até 1966 e 1973-78), na Excelsior (1968), na Record (1969-72), no SBT (1977) e na Bandeirantes (1979-81). Canções de sua autoria integraram a trilha sonora de algumas produções, inclusive novelas da Globo (“Paraíso” e “Cabocla”).

A fase teatral de Rolando Boldrin passou pela experimentação dos grupos Arena e Oficina, em período de tensão política. Sua estreia foi em janeiro de 1966, na peça “Os Inimigos”, de Górki, com direção de José Celso Martinez Corrêa. Em 1968, atuou na “Feira Paulista de Opinião”, dirigido por Augusto Boal, sob ameaças do CCC (Comando de Caça aos Comunistas).

O interesse na coleta de tradições regionais brasileiras se refletiu na produção de seus discos, que passaram a ter viés cada vez mais caipira, a partir de “O Cantadô” (1974). Gravou cerca de 250 músicas, entre composições próprias e de outros autores.

Em 1976, com “Palavrão”, surgiu o formato que veio consagrar Boldrin: a mistura de conversa mansa, música regional e poesia declamada em um show próprio, com Antonio Abujamra na direção e acompanhamento da Banda de Pau e Corda.

O roteiro foi seguido com sucesso na televisão cinco anos depois, na criação do programa “Som Brasil” (TV Globo), sob sua batuta até 1983. E funcionou nas versões similares que produziu em outras emissoras: “Empório Brasileiro” (Band, 1984), “Empório Brasil” (SBT, 1989), “Estação Brasil” (CNT, 1997) e “Sr. Brasil” (Cultura, desde 2005). Foram ocasiões em que Boldrin deu visibilidade a artistas brasileiros das mais variadas tendências musicais, unidos pelo elo comum da sonoridade acústica.

 

Com o ‘Sr. Brasil’, o qual apresentou por 17 anos, ‘tirou o Brasil da Gaveta’ e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles ‘fora do combinado’, conforme costumava dizer Rolando”, diz a nota da TV Cultura.

 

 

Na televisão, Rolando atuou em mais de 30 novelas, como ‘O Direito de Nascer’, ‘As Pupilas do Senhor Reitor’, ‘Os Deuses Estão Mortos’, ‘Quero Viver’, ‘Mulheres de Areia’, ‘Os Inocentes’, ‘A Viagem’, ‘O Profeta’, ‘Roda de Fogo’, ‘Cara a Cara’, ‘Cavalo Amarelo’ e ‘Os Imigrantes. Boldrin ainda apresentou os programas ‘Som Brasil’ na Globo; ‘Empório Brasileiro’ na TV Bandeirantes; e ‘Empório Brasil’ no SBT.

 

 

Na TV Cultura, esteve à frente do ‘Sr. Brasil’ desde 2005.

 

 

Com mais de 60 anos de carreira na TV, Rolando Boldrin foi galã de novelas e se tornou profundamente identificado com a divulgação da música regional brasileira nos programas “Som Brasil”, que criou na Globo, e “Sr. Brasil”, que ele apresentava há 17 anos na TV Cultura.

 

 

Como ator, ele também fez História na TV brasileira. Boldrin protagonizou a primeiríssima novela da Record TV, “A Muralha”, produção de época lançada em 1954 quando ainda não existia videotape e toda a programação televisiva era exibida ao vivo.

 

 

Participou ainda de vários programas clássicos da Tupi, incluindo diversos teleteatros ao vivo, como “TV Teatro”, “TV de Vanguarda” e “Grande Teatro Tupi”, além de novelas históricas, como a primeira protagonizada por Gloria Menezes, “Há Sempre o Amanhã” (1960), e o fenômeno de audiência “O Direito de Nascer” (1964). Ao voltar à Record na virada da década, fez nova passagem marcante por novelas, entre elas “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970) e “Os Deuses Estão Mortos” (1971), antes de ressurgir na Tupi na icônica “Mulheres de Areia” (1973).

 

 

Boldrin se despediu das novelas com a maratona da Band. Em 1981, ele foi para a Globo, onde virou apresentador. O próprio ator criou o programa “Som Brasil”, que tinha como objetivo divulgar a música regional brasileira, até então pouco reconhecida. Exibida nas manhãs de domingo, a produção se tornou um enorme sucesso, ficando no ar até 2013. Mas Boldrin bateu de frente com a emissora e, insatisfeito com o horário de exibição, deixou a apresentação em 1984, sendo substituído pelo ator Lima Duarte.

 

 

Ele adaptou o projeto e o relançou com outro nome, “Empório Brasileiro” na Band, e depois como “Empório Brasil” no SBT. Em 2005, fechou com a TV Cultura para continuar seu projeto no programa “Sr. Brasil”, que era exibido até hoje.

 

 

Apesar de ter largado as novelas, ele permaneceu ligado à atuação, trabalhando em filmes como “Doramundo” (1978) e “O Tronco” (1999), ambos de João Batista de Andrade, “Ele, o Boto” (1987), de Walter Lima Jr., e o recente “O Filme da Minha Vida” (2017), de Selton Mello.

 

 

 

Segundo a nota da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, Boldrin dizia que continuava a ser fundamentalmente um ator. “Esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias”, descrevia-se.

Não surpreende que Boldrin, um agente de difusão cultural, tenha se tornado também objeto de manifestação popular: sua vida virou tema do enredo da escola Pérola Negra no Carnaval paulistano de 2010. Foi mais um causo que ele pôde contar.

 

Ele tirou o Brasil da gaveta e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles ‘fora do combinado’, conforme costumava dizer Rolando”, disse a TV Cultura em nota oficial.

 

Rolando Boldrin, de 86 anos, morreu na quarta-feira, 9, em São Paulo. A morte do artista foi confirmada pela TV Cultura. Boldrin estava internado há dois meses no Hospital Albert Einstein.

O velório está previsto para acontecer na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), ainda sem horário definido. Nas redes sociais, a emissora publicou uma homenagem a Rolando Boldrin, que esteve à frente do programa ‘Sr. Brasil’ por 17 anos.

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/musica – DIVERSÃO  / MÚSICA  / por Gabriel Gatto – 9  nov 2022)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/tv/noticias – TV / NOTÍCIAS  / por Pipoca Moderna – 09/11/2022)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO  /  NOTÍCIAS  / por CARLOS KAUFFMANN – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –  09/11/2022)

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