Capital dos dinossauros no Brasil

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Sertão do Cariri é a denominação dada às terras onde viviam os índios Kariris, no Ceará e Paraíba, próximo à chapada do Araripe. Esta formação de grande beleza funciona como um muro que divide três Estados: Ceará, Pernambuco e Piauí.
Para o Aldo de dentro, o Cariri, vale verde. Para fora, regiões mais secas. Essa faixa do sertão contradiz muito do que se imagina: durante boa parte do ano chove, há cachoeiras e vacas gordas.
A região é riquíssima em fósseis de dinossauros e pinturas rupestres, e carrega consigo belas e sangrentas histórias de luta sertaneja. É um caldeirão cultural que abriga cantadores e poetas.
Acredite: a Chapada do Araripe já foi um lago de água doce. E tem mais: há cerca de 110 milhões de anos, o mar invadiu aquelas plagas, povoando a região com vida marinha. Uma nova movimentação tectônica fez com que se formasse um lago hiper-salino, que foi secando e tornando-se a região inóspita. O sal ajudou na rápida fossilização do que restou, como se tudo tivesse sido congelado no tempo.
As pedras de peixe, nome popular dado à Pedra Cariri, são muito utilizadas em pisos. Nos “talhos” para extração, é possível ver restos de plantas e peixes que adornam as salas.
Na região também foram encontradas diversas ossadas de pterossáurios (primos voadores dos dinossauros). Por causa dessa reunião de fatores, o Cariri foi escolhido para sediar o primeiro geopark da América (parque que preserva regiões com interesse arqueológico e geológico).
O projeto está em fase de desenvolvimento, mas já é possível identificar, por meio dos geotopes (pontos demarcados com pilares), os locais onde se encontram as maiores quantidades de fósseis.
Em Santana do Cariri, a capital dos dinossauros no Brasil, há um museu onde se pode conferir parte dessa rica história.

(Fonte: Revista Brasil Almanaque de Cultura Popular – Ano 9 – Julho 2007 – N°99 – www.almanaquebrasil.com.br – Especial – Por Mariana Albanese – Pág; 14).

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