Estilista britânica defensora das causas sustentáveis na indústria foi um símbolo da transgressão e da rebeldia
Vivienne Westwood, a rainha do punk e ícone fashion
(Crédito da fotografia: Benoit Tessier / Reuters)
Vivienne Westwood (Tintwistle, em Derbyshire, na Inglaterra,
– Clapham, no sul de Londres, 29 de dezembro de 2022), estilista britânica ficou conhecida pela influência no estilo e na estética punk e por seu ativismo ambiental.
A renomada estilista britânica Vivienne se destacou principalmente por seu estilo de moda “punk”, provocador e rebelde.
Ela conseguiu se sobressair nas passarelas desde a década de 1970, quando o design de moda era uma disciplina artística praticamente monopolizada pelos homens.
Além de seus desenhos, Westwood ficou conhecida por seus comportamentos provocativos.
Em 1992, ela foi sem calcinha ao Palácio de Buckingham para receber o título da Ordem do Império Britânico das mãos da própria rainha Elizabeth II e posou para os fotógrafos levantando sua saia.
Westwood nasceu na vila de Tintwistle, em Derbyshire, na Inglaterra, e se mudou para Londres com a família nos anos 1960, com 17 anos. Em 1962, ela se casou com Dereck Westwood, com quem teve um filho e de quem herdou o sobrenome com o qual ficou conhecida.
Westwood marcou a moda com a estética punk. A estilista se destacou nos anos 70 ao apresentar visuais andróginos e ousados, camisetas com slogans e por levar o ativismo na passarela.
A estilista vestiu supermodelos como Kate Moss e Naomi Campbell. Sua grife também vestiu celebridades como Madonna, que usou um look de Westwood no clipe de “Fever”, em 1992, Angelina Jolie, Dua Lipa e Zendaya.
Sua vida começou a mudar em 1965, após um divórcio, quando ela conheceu o então estudante de arte Malcolm McLaren, e passou a se dedicar à moda. Os dois ficaram juntos por 18 anos, e tiveram um filho, mas nunca se casaram.
Uma das figuras mais emblemáticas do punk britânico, McLaren foi empresário e um dos principais responsáveis pelo sucesso do Sex Pitols, que desencadeou toda toda uma cena de música jovem, rebelde e agressiva no país.
Autodidata, Vivienne vendia bijuterias e roupas usadas no famoso mercado da Portobello Road antes de abrir sua primeira loja com McLaren, chamada Let it Rock, em 1971. Mas foi a partir de 1974, quando o casal abre a polêmica e seminal boutique Sex, na King’s Road, que eles começam a ganhar destaque na capital inglesa.
Além de camisetas com mensagens provocantes, de Vivienne e McLaren, a loja também vendia peças consideradas obscenas, incluindo roupas fetichistas. O espaço ganhou fama entre a juventude roqueira, e tinha entre seus frequentadores os integrantes do Sex Pitols, que se reuniram para tocar em 1975 sob mentoria de McLaren – o nome da banda, a propósito, foi escolhido a partir da loja.
Vivienne idealizou o visual do grupo, que desencadeou uma revolução musical com o sucesso da música “God Save the Queen”, e acabou servindo de vitrine para a loja, depois rebatizada de Seditionaries. O estilo incluía as camisetas com mensagens anti-sistema e uma pegada DIY – o “do it yourself” ou “faça você mesmo”-, incorporando o sentimento punk da época.
A estilista foi pioneira e um ícone do estilo que foi tachado pela imprensa como uma afronta aos bons costumes, mas que influenciou nomes como Mick Jagger, Iggy Pop, David Bowie e Debbie Harry, entre outros. Foi Westwood quem criou o símbolo do movimento anarquista – o famoso círculo com a letra A.
Rainha da estética punk, Vivienne era conhecida por seu comportamento livre. Numa de suas histórias mais conhecidas, a estilista foi ao Palácio de Buckingham receber uma homenagem no que parecia um look comportado. Ela deixou claro aos fotógrafos, no entanto, que estava sem calcinha a rodar sua saia.
Nos últimos anos, devido ao seu compromisso com o meio ambiente, incentivou as pessoas a comprarem menos roupas.
Além disso, apoiou a causa do australiano Julian Assange, fundador da polêmica rede WikiLeaks, e em diversas ocasiões se opôs à sua possível extradição para os Estados Unidos.
Assange está preso em Londres desde 2019, aguardando o processamento do pedido de extradição aos Estados Unidos, que o acusa de ter divulgado segredos militares americanos em 2010 sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão. Se condenado nesse país, ele pode passar anos na prisão.
“Desde os primeiros dias do punk nos anos 1970, tenho sido uma ativista contra a guerra e pelos direitos humanos”, disse ela, em entrevista em 2020. “Nas redes sociais, uso a moda para envolver as pessoas na política. Se as pessoas não estão cientes, como vamos salvar o mundo da corrupção e das mudanças climáticas?”
A britânica manifestou apoio a protestos ambientais brasileiros em 2013. “As pessoas estão frustradas com o excesso de consumismo e falta de valores mais profundos. É preciso ir para as ruas para mudar isso”, disse a este jornal na época.
Vivienne Westwood faleceu na quinta (29), aos 81 anos, em Londres, na Inglaterra.
De acordo com um comunicado publicado na página oficial de Vivienne, a estilista “morreu pacificamente, cercada pela família”.
Marido diz que “seguirá com Vivienne em seu coração”. Andreas Kronthaler, 56, marido e parceiro criativo, disse em nota para a imprensa internacional: “Nós trabalhamos até o fim, e ela me deixou muitas coisas para levar adiante.”
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/estilo-de-vida/moda – Folha de S.Paulo / ESTILO DE VIDA/ MODA /SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – 29/12/22)
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/12 – ILUSTRADA / SÃO PAULO – 29.dez.2022)
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ História por AFP – 29/12/22)