O pioneiro a tentar conquistar o Pólo Sul

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Por suas condições inóspitas, a Antártica era um eterno desafio, e nem todos seus conquistadores se deram bem. Antes de os cientistas se estabelecerem, o continente atraiu caçadores de focas e baleias e depois passou pela época heróica dos exploradores, marcada por triunfos e tragédias. Um dos ícones da região sempre foi o Pólo Sul, e a corrida para chegar lá primeiro foi travada no início do século 20. O pioneiro a tentar foi o irlandês Ernest Shackleton, em 1909. Acompanhado de mais três homens, desistiu a apenas 180 quilômetros do pólo, por esgotamento físico e falta de mantimentos, e voltou derrotado para a Baía de Ross, de onde havia partido.
Em 1911, duas outras expedições, mais bem preparadas, largaram quase simultaneamente para lá. Uma era liderada pelo norueguês Roald Amundsen e composta por mais quatro integrantes. Minuciosamente planejada, seus componentes usavam esquis e trenós puxados por cães. Em 14 de dezembro, chegaram sem problemas ao Pólo Sul e lá armaram uma tenda com a bandeira norueguesa. Na volta, foram sacrificando alguns dos cães para servir de alimentos aos outros e retornaram sem surpresas. A outra expedição era chefiada pelo capitão inglês Robert Falcon Scott e, enredada por uma combinação de fatores, desde o mau planejamento até o mau tempo – sem contar o uso de pôneis e até de rudimentares tratores -, atingiu o objetivo exatos 33 dias depois. Quando lá chegou, Scott teve a decepção de dar de cara com a tenda dos noruegueses e até uma mensagem de Amundsen, que este pedia para ser entregue ao rei da Noruega, como uma comprovação de seu feito.
Não bastasse a frustração de chegar em segundo, Scott jamais conseguiria entregar a carta. No caminho de volta, vencidos pela fome, o frio e o esgotamento físico, ele e seus três homens morreram a apenas 20 quilômetros de um refúgio onde havia alimentos e abrigo.
Já se passou quase um século da façanha de Amundsen e Scott, mas o Pólo Sul continua objeto de fascínio. Uma das bases americanas na Antártica foi fincada exatamente naquele lugar, e homenageia os dois exploradores. É a Amundsen-Scott.

(Fonte: Revista Terra – Ano 13 – N°158 – Junho de 2005 – Por/Luiz Henrique Fruet – Editora Peixes – Pág; 24/39)

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