Primeira escola de neoxamanismo do Brasil

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Carminha Levy, psicoterapeuta junguiana de 70 anos que há 15 anos criou a Paz Géia, primeira escola de neoxamanismo do Brasil, com mais de mil alunos formados. Há 25 anos, ela sofreu um aneurisma cerebral que a cegou temporariamente, obrigando-a a enfrentar uma cirurgia de 12 horas que só lhe dava 10% de chance de sobreviver.
Segundo a mitologia descrita pelo historiador Mircea Eliade, os xamãs em iniciação enfrentam o isolamento, têm sua cabeça cortada, seu corpo despedaçado e seus olhos lavados.
A Paz Géia nasceria depois de sua vivência no Esalen Institute, famoso espaço holístico da Califórnia, nos Estados Unidos, com o antropólogo Michael Harner, um dos papas do xamanismo.
Foi na década de 1960 que Harner conheceu a ayahuasca em um ritual com os índios shuar do Equador. Fascinado passou a estudar outras tribos até que conheceu o êxtase xamânico sem uso de plantas com os norte-americanos sioux lakota. Foi a partir daí que escreveu O Caminho do Xamã, espécie de bíblia dos aficionados, e criou a The Foundation for Shamanic Studies (A Fundação para Estudos Xamânicos), primeira das várias escolas de neoxamanismo que pipocaram nos Estados Unidos e na Europa nos anos 80. Depois de Harner, foi o antropólogo Carlos Castañeda, autor de A Erva do Diabo, quem mais divulgou os mistérios do xamanismo pelo planeta desde os anos 1970. Seu best-seller relata os ensinamentos de Don Juan, um xamã yaqui mexicano que o introduziu no mundo das plantas de poder, como o cacto peiote e a datura.
A escola de Harner, por onde passam 5 mil alunos por ano, difunde técnicas de alteração de consciência com o uso do tambor, instrumento musical sagrado para a maior parte das tribos do planeta.

(Fonte: Revista Terra – Ano 13 – N°158 – Junho de 2005 – XAMÃS Por/Daniel Nunes Gonçalves – Editora Peixes – Pág; 42/53).

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