Prio Socarras, ex-líder cubano, presidente de Cuba de 1948 a 1952
Carlos Prio Socarrás (nasceu em 14 de julho de 1903 – faleceu em Miami, em 5 de abril de 1977), ex-presidente de Cuba, eleito em 1948, governou até 1952, quando foi deposto pelo ditador Fulgêncio Batista.
Exilado na Flórida, apoiou o movimento liderado por Fidel Castro, voltando a Havana após a revolução de 1959.
Em 1961, rompido com Castro, voltou ao exílio em Miami, onde passou a conspirar contra o regime que então considerava “uma tirania comunista”.
Um inimigo dos comunistas
“Yo soy un president cordial” (“Eu sou um presidente cordial”), a frase que o Dr. Frio repetiu muitas vezes durante sua presidência, de certa forma descreveu o caráter de um homem que era querido até mesmo por seus adversários políticos.
Ele travou batalhas verbais com os comunistas, que sob o comando do general Fulgencio Batista ganharam considerável influência no governo e nos sindicatos. Como ministro do Trabalho, o Dr. Frio expurgou os comunistas da Confederação Cubana do Trabalho.
A presidência do Dr. Prio Socarrás foi caracterizada pelo respeito às liberdades civis, mas ele foi duramente criticado por permitir que grupos de bandidos armados vagassem pelas ruas de Havana e pela corrupção administrativa generalizada.
Após derrubar D. Prio Socarrás em um golpe de estado em 1952, o general Batista deu gangsterismo e corrupção como razão. De acordo com porta-vozes de Batista, o Dr. Frio partiu para o exílio nos Estados Unidos com US$ 30 milhões em fundos desviados.
O general Batista manteve poderes ditatoriais até 1959, quando foi deposto por Fidel Castro. O Dr. Prio e o Sr. Castro não eram amigos políticos, mas em 1956, por razões táticas, decidiram unir forças. O Dr. Prio Socarrás viajou de Miami para McAllen, Texas, e se encontrou no Las Palmas Hotel lá com o jovem revolucionário, que havia chegado sorrateiramente do México.
O Dr. Prio retornou a Cuba em 1959 e apoiou o Sr. Castro. Mas ele foi para o exílio em 1961, e foi considerado porta-voz da comunidade exilada de Miami.
Em março de 1977, com outros moradores de Miami, ele foi a Washington para expressar ao Secretário de Estado Cyrus R. Vance sua oposição a qualquer reaproximação dos Estados Unidos com Cuba.
Prio Socarrás suicidou-se com um tiro de espingarda, dia 5 de abril de 1977, aos 74 anos, em Miami.
De acordo com a polícia, o Dr. Prio, de 74 anos, foi encontrado às 8h15 sangrando no peito na garagem de sua casa. Ele foi levado para o Hospital Mount Sinai, nas proximidades, e morreu na mesa de operação logo após as 9h30.
A polícia disse que apenas uma bala foi disparada da pistola calibre 38 que foi encontrada ao seu lado e que o Dr. Prio, interrogado por um policial que falava espanhol, indicou antes de sua morte que ele mesmo havia disparado a arma.
Não houve explicação imediata para o motivo do suicídio do Dr. Prio, mas alguns amigos acreditam que ele pode ter ficado desanimado devido a uma série de problemas pessoais e financeiros não especificados.
O Dr. Prio deixa a esposa, Mary; duas filhas, Maria Elena Durán e María Antonia; uma irmã, Mirella Enríquez; e dois irmãos, Francisco e Antonio.
(Direitos autorais: https://www.nytimes.com/1977/04/06/archives – New York Times/ ARQUIVOS/ Arquivos do New York Times/ MIAMI BEACH, 5 de abril — 6 de abril de 1977)
© 1998 The New York Times Company
(Fonte: Revista Veja, 13 de abril de 1977 – Edição 449 – DATAS – Pág; 103)