John B. Goodenough, pessoa mais velha a ganhar um Prêmio Nobel
Americano ganhou o Nobel de Química pelo desenvolvimento de baterias de íons de lítio. Ele tinha 97 anos quando recebeu o Prêmio Nobel de Química de 2019.
John B. Goodenough em seu laboratório, em 2015. (Crédito da fotografia: Universidade do Texas/Divulgação)
John Bannister Goodenough (nasceu em Jena, na Alemanha, em 25 de julho de 1922 – faleceu em 25 de junho de 2023), cientista americano, professor da Universidade do Texas em Austin que criou bateria recarregável, foi pioneiro no desenvolvimento de baterias de íon-lítio que hoje alimentam milhões de veículos elétricos em todo o mundo.
Sua descoberta levou à revolução sem fio e colocou dispositivos eletrônicos nas mãos de pessoas em todo o mundo.
Em 1979, Goodenough identificou e desenvolveu os materiais que fornecem energia necessária para alimentar aparelhos eletrônicos como telefones celulares, laptops e tablets, bem como veículos elétricos e híbridos. Ele e sua equipe descobriram que, usando óxido de cobalto e lítio como cátodo de uma bateria recarregável de íons de lítio, seria possível obter uma alta densidade de energia armazenada com um ânodo diferente do lítio metálico. Essa descoberta levou ao desenvolvimento de materiais à base de carbono que permitem o uso de eletrodos negativos estáveis e gerenciáveis em baterias de íon-lítio.
Goodenough cresceu no nordeste dos Estados Unidos e frequentou a Groton School em Massachusetts. Em 1944, formou-se bacharel em matemática pela Universidade de Yale. Depois de servir como meteorologista no Exército dos Estados Unidos, Goodenough voltou para fazer mestrado e doutorado, em 1952, ambos em física pela Universidade de Chicago. Na Universidade de Chicago, ele estudou com o Prêmio Nobel Enrico Fermi e John A. Simpson, ambos trabalhando no Projeto Manhattan. Seu orientador de doutorado foi o renomado físico Clarence Zener (1905-1993).
Goodenough começou sua carreira no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em 1952, onde trabalhou por 24 anos e lançou as bases para o desenvolvimento da memória de acesso aleatório (RAM) para o computador digital. Ele emergiu como um pioneiro da física orbital e um dos fundadores da moderna teoria do magnetismo, que ficou conhecida como Regras de Goodenough-Kanamori. Essas regras fornecem uma orientação prática na pesquisa de materiais magnéticos e têm um grande impacto no desenvolvimento de dispositivos em telecomunicações.
Depois do MIT, Goodenough tornou-se professor e chefe do Laboratório de Química Inorgânica da Universidade de Oxford. Durante esse tempo, ele fez a descoberta do íon de lítio. Ele foi para a UT Austin em 1986, com o objetivo de desenvolver a próxima inovação em baterias e educar os próximos inovadores. Em 1991, a Sony Corp. comercializou a bateria de íons de lítio, para a qual Goodenough forneceu a base para um protótipo. Em 1996, um material de cátodo mais seguro e ecologicamente correto foi descoberto em seu grupo de pesquisa e, em 2020, uma empresa canadense de energia hidrelétrica adquiriu as patentes dessa bateria mais recente.
Pessoa mais velha a ganhar um Prêmio Nobel, Goodenough tinha 97 anos quando recebeu o Prêmio Nobel de Química de 2019 – junto com o britânico Stanley Whittingham e o japonês Akira Yoshino, por suas respectivas pesquisas sobre baterias de íon-lítio – tornando-o o ganhador mais velho de um Prêmio Nobel.
A bateria de íons de lítio criada por Goodenough se tornou popular a partir da década de 1990 e revolucionou a telefonia móvel.
“Esta bateria recarregável lançou as bases da eletrônica sem fio, como telefones celulares e laptops”, disse a Real Academia Sueca de Ciências ao entregar o prêmio.
E acrescentou: “Também torna possível um mundo livre de combustíveis fósseis, já que é usado para tudo, desde alimentar carros elétricos até armazenar energia de fontes renováveis”.
Nos últimos anos, Goodenough e sua equipe também exploraram novas direções para o armazenamento de energia, incluindo uma bateria de “vidro” com eletrólito de estado sólido e eletrodos metálicos de lítio ou sódio.
Ele nasceu em 25 de julho de 1922, em Jena, na Alemanha.
O americano foi “um líder na vanguarda da pesquisa científica ao longo das muitas décadas de sua carreira”, disse Jay Hartzell, presidente da Universidade do Texas em Austin, onde Goodenough foi membro do corpo docente por 37 anos.
Até então, o mais velho laureado era Arthur Ashkin, de 96 anos, que ganhou o Nobel em 2018 por sua pesquisa em pinças ópticas e a aplicação delas em sistemas biológicos.
Aos 90 anos, Goodenough ainda estava trabalhando. “Não se aposente cedo demais!”, costumava dizer. Como nunca teve filhos, frequentemente doava o dinheiro de seus prêmios para apoiar estudantes e pesquisadores de pós-graduação em engenharia. Entre seus muitos reconhecimentos, incluindo o Prêmio Nobel, ele recebeu a Medalha Nacional de Ciência, o Prêmio Japão, o Prêmio Charles Stark Draper, Medalha Benjamin Franklin, Prêmio Enrico Fermi, Prêmio Robert A. Welch, Medalha Copley e muitos outros. Também é autor de vários livros, incluindo uma autobiografia intitulada Witness to Grace, publicada em 2008.
Goodenough e sua esposa foram casados por mais de 70 anos até a morte dela, em 2016. Seu irmão, Ward, que era antropólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, morreu em 2013.
John Goodenough faleceu no domingo (25), apenas um mês antes de seu 101º aniversário.
(Créditos autorais: https://veja.abril.com.br/tecnologia – TECNOLOGIA/ Por Da Redação – 26 jun 2023)
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2023/06/26 – CIÊNCIA E SAÚDE/ NOTÍCIA/ Por g1, com agências internacionais –