Plínio Corrêa de Oliveira, fundou a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição Família e Propriedade

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Fim do cruzado

Plínio: uma vida entre o ataque e a defesa

Plínio Corrêa de Oliveira (São Paulo, 13 de dezembro de 1908 – São Paulo, 3 de outubro de 1995), fundador da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, mais conhecida pela sigla TFP.

Formado em direito no ano de 1930, em Ciências Jurídicas e Sociais, em São Paulo, dono de uma cultura teológica digna de um cardeal, ele criou em 1960 a organização, que virou sinônimo de reacionarismo. Anticomunista virulento e monarquista por convicção, Plínio apoiou o golpe de 64 e promoveu campanhas contra a reforma agrária e o divórcio. Com a abertura política e o fim da Guerra Fria, a organização perdeu espaço e ficou sem inimigos de porte, embora ainda conte com cerca de 20 000 membros e representações em 26 países.

O cruzado Plínio atacava e se defendia da mesma maneira, com estilo brilhante, das acusações de que a TFP fazia lavagem cerebral em seus integrantes e lhes dava treinamento militar, e que sua mãe, Lucília, morta em 1969, era adorada como santa dentro da organização – uma heresia. Certa vez, em resposta aos que diziam ser a TFP fascista, ele descreveu: “Imagine a tarefa de provar que uma laranja e uma bengala são objetos diferentes. Para quem possui visão normal, é só abrir os olhos e ver. Para quem não tem, do que adianta argumentar?” Era especialista, naturalmente, em embaralhar olhares.

Em 1980, o Conselho Nacional da TFP declarou-o presidente vitalício. Desaparecido, nos últimos tempos, os estandartes vermelhos da ultraconservadora TFP, voltaram a tremular em São Paulo. Desta vez para reverenciar a memória de seu fundador, Plínio, que morreu no dia 3 de outubro de 1995, aos 86 anos, vítima de câncer no fígado. Capitaneadas por jovens engalanados com os símbolos de inspiração medieval da organização católica, cerca de 4 000 pessoas acompanharam o enterro de seu líder. A pompa da TFP na hora do adeus foi condizente com as ideias de Plínio.

(Fonte: Veja, 11 de outubro de 1995 – ANO 28 – N° 41 – Edição n° 1 413 – MEMÓRIA – Pág; 112)

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