Radovan Karadzic, psicólogo, poeta e criminoso de guerra, ex-presidente servo-bósnio.
Radovan Karadzic era um dos homens mais procurados do mundo. Sua prisão chega depois de quase 13 anos de buscas. Durante este tempo, a Sérvia sofreu pressões da comunidade internacional para entregá-lo ao Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII). Acusado pelo massacre de milhares de muçulmanos bósnios e croatas, ele foi indiciado duas vezes pelo tribunal de crimes de guerra das Nações Unidas, em Haia. Segundo as acusações, ele ordenou o massacre de cerca de 8 mil muçulmanos homens em Srebrenica em julho de 1995, como parte de uma campanha de terror contra as populações muçulmanas e croatas na antiga Iugoslávia. Ele também é acusado do cerco de Sarajevo, que resultou na morte de cerca de 10 mil pessoas e pelo uso de 284 soldados da ONU como escudo em 1995. Depois do acordo de Dayton, que colocou fim à guerra na Bósnia, o ex-presidente se escondeu das autoridades possivelmente nas montanhas a sudeste na parte da Bósnia controlada pela Sérvia. Ele era protegido por paramilitares. A pressão internacional pela prisão de Karadzic aumentou em 2005, quando vários de seus antigos generais se renderam e um vídeo que mostravam soldados sérvio executando prisioneiros de Srebrenica foi divulgado. Karadzic nega as acusações contra ele e se recusa a reconhecer a legitimidade do tribunal da ONU.
Líder sérvio flho de um ex-guerrilheiro chetnik – nacionalistas sérvios que lutaram contra a ocupação nazista e contra a guerilha comunista de Tito – Karadzic nasceu em Montenegro em 1945. Poeta, formado em medicina e especialista em psicologia, Karadzic foi um dos fundadores do Partido Democrata Sérvio em 1990. O partido era uma resposta ao nascimento de partidos nacionalistas na Bósnia e na Croácia e pregava a construção da “Grande Sérvia”. Dois anos depois, com a independência da Bósnia-Herzegovina, Karadzic declarou a criação da independente República Sérvia da Bósnia e Herzegovina ( depois batizada de Republica Srpska) com capital em Sarajevo e ele na presidência. Depois de ser indiciado por crimes de guerra, ele foi obrigado a renunciar da liderança do Partido Democrata Sérvio e logo se tornou um foragido.
(Fonte: www.estadao.com.br/noticias/internacional – 21 de julho de 2008)
Tribunal absolve Karadzic de acusação de genocídio
HAIA – O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia absolveu nesta quinta-feira Radovan Karadzic de uma acusação de genocídio, na qual o ex-presidente sérvio era suspeito de massacrar bósnios muçulmanos entre março e dezembro de 1992. Karadzic, no entanto, ainda deve responder por dez queixas de crime de guerra, entre elas uma sobre o massacre de Srebrenica, em julho de 1995.
Segundo juízes, não há evidências suficientes para provar que as mortes perpetradas por servo-bósnios em várias cidades da Bósnia Herzegovina tinham a intenção de eliminar um povo. O Tribunal explicou que apesar de ter ouvido “provas de atos contra civis muçulmanos e croata-bósnios e da repetição de atos discriminatórios contra essa população, a natureza e a escala dos atos não podem concluir que houve intenção de genocídio”.
Sobre o massacre de Srebrenica, quando 8 mil muçulmanos foram assassinados, o tribunal disse haver evidências de genocídio e se recusou a retirar a acusação. Além de Srebrenica, Karadzic ainda responde por outras nove acusações de crimes de guerra e tinha pedido a suspensão de todas elas.
Com a decisão dia 28 de junho de 2012, a defesa de Karadzic deve começar no próximo dia 16 de outubro. O ex-presidente sérvio foi preso em 2008 e foi entregue a Haia em 2008, depois de 12 anos foragido.
(Fonte: br.noticias.yahoo.com – Por Com agências internacionais – Agência O Globo 28/06/12)