Gore Vidal, considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século 20.

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Gore Vidal (Academia Militar de West Point, 3 de outubro de 1925 – Hollywood Hills, Los Angeles, 31 de julho de 2012), escritor norte-americano

Vidal era romancista e também escreveu para a Broadway e a televisão.

O escritor era primo do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore e meio-irmão da ex-primeira dama Jacqueline Kennedy.

Ele foi romancista e ensaísta e residiu muitos anos em Ravello, na Itália. Gore escreveu livros e artigos para periódicos do mundo inteiro.

Trajetória

Gore Vidal nasceu na Academia Militar de West Point em 3 de outubro de 1925, dentro de uma família com excelentes contatos no mundo da política. Era filho de um pioneiro da aviação americana e foi criado em Washington, D.C., onde seu pai trabalhou para o governo Roosevelt e seu avô foi o senador T. P. Gore.

Estudou na Universidade de Nova Hampshire.

Ele ingressou na literatura quando adolescente, escrevendo contos e poemas. Publicou seu primeiro romance, “Williwaw”, aos 21 anos, ao servir às Forças Armadas durante a Segunda Guerra Mundial. O livro foi escrito a bordo de um navio.

Vidal escreveu 25 romances, incluindo obras históricas como “Lincoln” e “Burr” e sátiras como “Duluth” – sua produção literária girou em torno do romance histórico, da sátira sobre o estilo de vida dos americanos e da ficção científica. Seus livros mais famosos são “À procura de um rei”, “O julgamento de Paris” e “A era dourada”.

Seu terceiro romance, “A Cidade e o Pilar”, abordou sem subterfúgios o homossexualismo, decisão que escandalizou os críticos quando foi publicado em 1948, mas que abriu um novo terreno na literatura americana.

Seu fascínio pela política foi evidenciado em 1967 no livro “Washington DC”, que conta a história de uma família de políticos.

Ele também escreveu sucessos da Broadway, roteiros e dramas para a televisão. Como roteirista de cinema, Vidal escreveu os textos de “Calígula” (1979) e “Paris está em chamas?” (1966).

Em 1993, obteve o Prêmio Nacional do Livro dos Estados Unidos por seu ensaio “United States Essays, 1952-1992”.

Quando não estava escrevendo, aparecia em filmes, interpretando a si mesmo, como em “Roma de Fellini”.

Vida pessoal e política
Abertamente bissexual, Vidal retornou ao tema da identidade sexual 20 anos mais tarde, com a sátira “Myra Breckenridge.”

Nos anos 50 passou a sofrer perseguições por parte dos conservadores liderados pelo senador McCarthy, pois era um crítico das posturas belicistas adotadas pelos dirigentes norte-americanos.

Ele tentou várias vezes, sem sucesso, ser eleito para cargos políticos. Nos anos 60, teve um papel muito ativo dentro das fileiras mais liberais do Partido Democrata e se apresentou sem sucesso para o posto de congressista pelo estado de Nova York.

Entre 1970 e 1972, presidiu o People”s Party (de tendência liberal), e em 1982 se apresentou como senador pela Califórnia e ficou perto de conquistar uma cadeira no Congresso ao obter mais de 500 mil votos.

Nos últimos anos, suas opiniões políticas ficaram ainda mais radicais. Vidal foi particularmente ácido com o governo do presidente George W. Bush, a quem chamou uma vez de “homem mais estúpido dos Estados Unidos”.

Polêmicas com escritores

Por várias vezes, Vidal se envolveu em polêmicas com outros escritores, como uma discussão com insultos com o colunista conservador William Buckley diante das câmeras de TV.

Vidal considerava Ernest Hemingway uma piada e chamou Truman Capote de “animal sujo”.

Em outro episódio famoso, Vidal afirmava que Norman Mailer havia dado uma cabeçada em seu rosto ao fim de uma discussão antes de um programa de televisão. Vidal também associou Mailer ao assassino Charles Manson.

Ele elogiou, criticou ou fez piadas de amigos e inimigos como Anais Nin, Tennessee Williams, Christopher Isherwood, Orson Welles, Truman Capote, Frank Sinatra, Jack Kerouac, Marlon Brando, Paul Newman, Joanne Woodward, Eleanor Roosevelt e a família Kennedys, entre outras celebridades.

O escritor norte-americano Gore Vidal morreu na terça-feira (madrugada de quarta no Brasil), dia 31 de julho de 2012, de complicações de uma pneumonia, aos 86 anos em sua residência em Hollywood Hills, Los Angeles, nos Estados Unidos.
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/08 – 01/08/2012)

Considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século 20, Gore Vidal começou a carreira cedo, escrevendo contos e poemas ainda na adolescência.

Seu primeiro romance, “Williwaw”, foi escrito quando tinha apenas 19 anos, a bordo de um navio, durante a Segunda Guerra Mundial. A obra, recebida com destaque por público e crítica, é baseada em suas experiências de guerra, no destacamento do porto do Alaska.

Na década de 1950 escreveu ficções baratas e livros de suspense utilizando-se de três pseudônimos diferentes. Nessa mesma década escreveu também “À Procura de um Rei”, “Verde Escuro, Vermelho Brilhante”, “O Julgamento de Páris”, e “Messias”.

Nem todos os seus livros alcançaram sucesso de público e vendas, e, nesse período, para reforçar seu caixa, Gore dedicou-se a escrever peças de teatro e roteiros para televisão e filmes de Hollywood, para receber o que considerava “dinheiro bom e rápido”.

O escritor também sempre foi ativo politicamente. No ano de 1960 Gore se lançou na política, como candidato democrata ao Congresso, pelo estado de Nova York, mas acabou não sendo eleito.

Entre 1970 e 1972, presidiu o People”s Party (de tendência liberal), e em 1982 se apresentou como senador pela Califórnia e ficou perto de conquistar uma cadeira no Congresso ao obter mais de 500 mil votos.

Sua identificação política esteve sempre relacionada à defesa dos direitos das minorias e ao combate do que costumava chamar de “imperialismo” dos Estados Unidos. Sua oposição ao partido republicano é notória, e ficou particularmente conhecido por suas críticas cáusticas ao governo de George W. Bush, o qual denominou como “o mais desastroso de nossa história”.

Segundo Gore Vidal, os Estados Unidos vivem um sistema político de um só partido com duas alas direitistas.

Gore Vidal, que escreveu em 1995 seu livro de memórias “Palimpsest”, andava de cadeira de rodas desde 2008, quando fraturou a coluna ao cair em um restaurante em Los Angeles.

Candidato eterno ao Nobel da Literatura, o escritor era primo do ex-vice-presidente dos EUA Al Gore e meio-irmão da ex-primeira dama Jacqueline Kennedy.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada – DE SÃO PAULO – 01/08/2012)

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