Ricardo Semler, empresário paulista, autor do best-seller “Virando a Própria Mesa”, de 1988.
Considerado Homem de negócios do Brasil em 1990 e 1992 e Homem de negócios da America Latina em 1990. Foi apontado como um dos 100 mais arrojados jovens lideres globais pelo World Economic Fórum de 1994. Autor do livro Virando a Própria Mesa, o maior bestseller brasileiro de não-ficção de todos os tempos.
O empresário e educador é dono da escola Lumiar, sócio majoritário da empresa Semco S/A e diretor da Fiesp. Ricardo Semler se destacou no empresariado de São Paulo com conceitos de gestão completamente inovadores e explica algumas de suas ideias.
O empresário Ricardo Semler herdou a empresa de máquinas industriais Semco de seu pai, Antonio. Em 20 anos, transformou-a em um gigante de 3 mil funcionários. Inconformado com o que considerava uma excessiva hierarquização nas empresas brasileiras, inovou ao implantar um plano de gestão que integrava diretoria e funcionários.
O modelo, baseado no conceito de democracia industrial, é hoje copiado por diversas companhias. Entre 1988 e 2006, lançou cinco livros, incluindo o best seller Virando a Própria Mesa (Editora Rocco). No final dos anos 90, começou a reformular sua rotina. Foi se afastando gradativamente da Semco.
Meio ambiente e educação tornaram-se seu novo foco de trabalho. Criou o programa Lumiar, entre outros projetos educacionais. Por meio da Fundação Ralston-Semler, realiza trabalhos de pesquisa ambiental e pedagógica. É membro do SOS Mata Atlântica.
(Fonte: Veja, 25 de janeiro de 1978 Edição n° 490 DATAS Pág; 67)
(Fonte: http://jovemadministrador.com.br – Arquivo de etiquetas: ricardo semler – 4 de julho de 2012)
Ricardo Semler faz escola
Ricardo Semler sempre foi um menino curioso. Mas, na escola, os professores, quase todos desinteressantes, e as matérias desligadas do cotidiano abatiam seu entusiasmo. Cabulava, tirava as notas mínimas para passar o ano. “Se tirasse 5,5 na primeira prova e precisasse de 4,5 na segunda, estudava apenas metade do material”, recorda.
O menino se tornou empresário nacionalmente conhecido pela curiosidade de mudar práticas de gestão. Estimulou, como nunca se tinha visto no Brasil, a participação dos empregados nas decisões. Dessa experiência, surgiu o best-seller “Virando a Própria Mesa” , de 1988.
Depois de virar a empresa, empenha-se agora em virar a escola. Com a ajuda de Helena Singer, cuja dissertação de mestrado abordou experiências de escolas democráticas -os alunos mandam tanto ou mais do que os professores-, Semler lançou, em São Paulo, a escola Lumiar.
Percebeu que a empresa democrática devia ser precedida de uma escola democrática. “É preciso desprogramar as pessoas que vêm trabalhar nas empresas, que passaram a vida toda aprendendo a ficar quietas, a sentar, a levantar e a ir ao banheiro com permissão. São condicionadas a seguir instruções em vez de pensar livremente.”
A ideia é criar um espaço no qual os alunos sejam protagonistas, escolhendo o que e quando estudar, guiados não por um currículo prefixado, mas pela curiosidade. “Se alguém fosse “criogenizado” há 150 anos e acordasse numa empresa ou num hospital, numa casa ou no exército, pouco reconheceria. Apenas numa escola sentiria que tudo estava igual.”
Na Lumiar, o professor não é o professor como o conhecemos. Não é guiado pelos conteúdos definidos em currículos. Ele deve saber montar sua aula em cima do presente, usando a curiosidade do aluno como sua principal matéria-prima. Deve saber encontrar meninos como Semler, tão encantados pelo saber que a escola chegou a atrapalhar seus estudos.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/gilberto)