A primeira mulher a participar da competição do Rodeio Internacional de Barretos

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A primeira mulher a participar da competição do Rodeio Internacional de Barretos

Vitória inédita

Gaúcha lidera equipe campeã no rodeio de Barretos
Como técnica, Cristina Borba Gaspar conquistou o primeiro lugar nas montarias em touro no Rodeio Internacional

Na manhã da segunda-feira (27), Cristina Borba Gaspar encarou os 1,5 mil quilômetros que unem o norte paulista a Gravataí com uma conquista inédita na bagagem. A gaúcha rumou para casa como técnica da equipe que representou o Estado e obteve o primeiro lugar nas montarias em touro no Rodeio Internacional, na 57ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.

Se a vitória é novidade, a tentativa foi a terceira. Dona de uma boiada de 43 animais criados em uma fazenda na Região Metropolitana, Cristina comandou o time de seis peões — nenhum deles gaúcho — que surpreendeu equipes de São Paulo e Goiás, favoritas ao título na montaria em touro. Parte do segredo, ela revela.

— Tem que ter pulso firme. E, às vezes, assumir o papel de mãe e dizer aos peões a palavra certa no momento exato — acredita.

Na quarta-feira dia (22), o grupo já havia conquistado o Top Brasil 2012, prêmio disputado entre 13 Estados brasileiros, México e Estados Unidos. Os três primeiros colocados — Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás — garantiram vaga no Rodeio Internacional de Barretos. A última etapa, realizada no domingo (26), rendeu à equipe o prêmio de R$ 100 mil.

Aos 43 anos, Cristina é a primeira mulher a participar da competição. Das origens no pampa, a tropeira acredita ter o amor pelo campo e pelos animais. Então, como se fosse fácil, conta que foi preciso apenas desenvolver a técnica para escolher o melhor peão para cada tipo de animal.

Pela própria previsão, Cristina desembarca na tarde de hoje na fazenda de onde saiu há mais de uma semana. Lá, esperam as duas filhas: Nicole, 17 anos, e Mariana, 11 anos — que, se deixar, sai montando em touros. A mãe sabe que volta diferente. E a conquista não é somente pessoal. Acredita que o título pode trazer ao Estado um novo olhar sobre o rodeio.

Certeza, por enquanto, apenas uma:

— Não vou comemorar com churrasco. Nós comemos tanto, que até enjoamos.

Paulistas representam o Estado

Claudio Marcelino Montanha Jr., 23 anos, foi um dos seis cowboys que representaram o Rio Grande do Sul no rodeio de Barretos. Se parece estranho que a equipe seja formada por não gaúchos, segue a explicação: os participantes são selecionados a partir de um ranking de competidores do Circuito Barretos de Rodeio — que não contava com ninguém do Estado.

Se, no entanto, não nasceu aqui — ele é natural de Ribeirão dos Índios, pequeno município paulista — frequentou muitos rodeios no Rio Grande do Sul. Em um deles, conheceu a técnica Cristina e, com ela, prontamente combinou a formação da equipe que disputaria a montaria em touro. Vestiu a camisa, trouxe um título extra para o Estado — a terceira colocação na categoria individual do 20º Barretos International Rodeo — e aprendeu hábitos novos.

— Estou até tomando chimarrão — revela o campeão.

Country x cowboy

O country é uma modalidade de rodeio tipicamente americana e que reúne multidões em grandes eventos no sudeste do Brasil. Nesse estilo, o cowboy monta em touro. Diferente do rodeio crioulo, mais popular no Rio Grande do Sul, onde o ginete monta em cavalo.

(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – Edição n° 17.127 – GERAL/ Por Bruna Scirea – 28 de agosto de 2012)

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