A pioneira na pesquisa acadêmica sobre mangá no Brasil e no mundo
Especialista em histórias em quadrinhos
Sônia M. Bibe Luyten, jornalista e pioneira na pesquisa de quadrinhos no Brasil, autora de, entre outros livros, Histórias em Quadrinhos: Leitura Crítica.
A pesquisadora é protagonista da história em sinônimo de revista em quadrinhos no Brasil. Em 1972, quando ela lecionava editoração das histórias em quadrinhos na Universidade de São Paulo (USP), ela criou no campus universitário a primeira gibiteca do país.
“O sucesso de vendas da revista transformou a palavra gibi em sinônimo de revista de histórias em quadrinhos no Brasil, fazendo o sentido original cair em desuso”, resume Luyten. “A popularização do termo foi tão grande que inspirou as bibliotecas brasileiras a adotarem a denominação de gibiteca para seus acervos de HQ.”
A professora Sonia M. Bibe Luyten é Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo, título conquistado com uma tese sobre mangá. Foi professora do Departamento de Jornalismo e Comunicações da ECA/USP (1972-1984), professora convidada da Universidade de Estudos Estrangeiros de Osaka e Tóquio (Japão, 1984-1990), professora da Universidade Real de Utrecht (Holanda, 1993-1996) e professora convidada da Universidade de Poitiers (França, 1998-1999). Também foi professora e coordenadora do curso de Pós-graduação de Comunicação da Universidade Católica de Santos, lecionando uma cadeira sobre Histórias em Quadrinhos.
Sua tese deu origem ao pioneiro livro Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses (Ed. Estação Liberdade, 1991), atualmente em sua terceira edição (Ed. Hedra, 2000). Também é autora dos livros Comunicação e Aculturação (Ed. Loyola, 1981), Histórias em Quadrinhos – Leitura Crítica (Edições Paulinas, 1984), O que é Histórias em Quadrinhos (Ed. Brasiliense, 1985), organizadora do livro Cultura Pop japonesa: Animê e Mangá (Hedra, 2000) e coautora de Efeito HQ: Uma Prática Pedagógica (2017), livro on-line escrito em conjunto com José Alberto Lovetro (JAL).
Ao longo de uma carreira extremamente produtiva, Sonia Luyten obteve vários prêmios por sua pesquisa em Histórias em Quadrinhos, a destacar: HQ Mix em 1988, 1991, 1999 (São Paulo – Brasil), MangaCon em 2001. (São Paulo- Brasil), Prêmio Romano Calise, em Lucca (Itália) em 1990, Prêmio Ângelo Agostini – Mestre dos Quadrinhos em 2005, Prêmio Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação- em 2006 e Honraria do Governo Japonês pela atuação na divulgação e pesquisa da Cultura Pop Japonesa, em 2008.
Foi professora do primeiro curso universitário de Histórias em Quadrinhos no Brasil, com início em 1972 na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e do primeiro núcleo de estudos sobre mangá no Brasil na década de 1970 na ECA/USP que mais tarde tornou-se a ABRADEMI – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações.
A veterana pesquisadora também já foi presidente do Troféu HQMIX, que faz a premiação dos melhores artistas nas áreas de Histórias em Quadrinhos e Humor Gráfico. Atualmente é presidente da Comissão de Teses do Troféu HQ MIX (para pesquisas acadêmicas) e membro da ASPAS (Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial).
Sonia Luyten não é uma pesquisadora acadêmica puramente teórica. Ela viveu um bom tempo no Japão, conviveu na sociedade, conheceu pessoas do meio acadêmico, estudantil, autores de mangá, editores… Conseguiu enxergar a sociedade japonesa e seu produto cultural mais famoso não apenas lendo no original, mas convivendo e descobrindo como se vê, como se retrata e como reage uma sociedade que possui uma mentalidade, referenciais e paradigmas diferentes do ocidente.
(Créditos autorais: https://www.blogsushipop.com – Blog Sushi POP/ por Ale Nagado – 18 de abr. de 2022)
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2024/04/14 – G1 Pop e Arte Cinema/ POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por BBC NEWS –