Expedito Machado, músico baiano, o Dito da dupla com Tom nos anos 1970
Compositor de hits como ‘Ilariê’ e ‘A Grande Família’
Cantor e compositor baiano é coautor de sucessos como ‘A grande família’, ‘Não chore não’, ‘Ilariê’ e ‘Tindolelê’.
Expedito Machado, cantor, compositor e violonista baiano – foi um dos autores dos sucessos de Xuxa e também o compositor parceiro de Antonio Carlos dos Santos Pereira, o Tom da dupla.
No começo dos anos 1970, Dito formou com Antonio Carlos dos Santos Pereira, o Tom, conhecido como Tom da Bahia, a dupla Tom e Dito. Eles são os compositores e intérpretes da versão original, de 1972, de “A Grande Família”, samba que fez muito sucesso quando regravado por Dudu Nobre para a abertura do remake da série da TV Globo de mesmo nome.
Em 1975, os dois foram finalistas no Festival Abertura da TV Globo, com a música “Tamanco malandrinho”, e gravaram seis álbuns, entre eles “Obrigado Corcovado”, “Tom e Dito”, “Se mandar m’imbora eu fico” (do sucesso “Malandragem dela”, incluído na trilha da novela “O Espigão”) e “Revertério”. Alcione e Dóris Monteiro estão na lista de intérpretes dos sambas que os dois compuseram.
Em tempos de axé music, Dito participou da composição de alguns hits nacionais, como o “Ilariê”, e o “Tindolelê” de Xuxa, e “Dança da Cordinha”, “Bambolê” e “A nova loira do Tchan”, do É o Tchan.
Ninguém associa dois dos maiores sucessos de Xuxa no mercado fonográfico dos anos 1980, Ilariê (1988) e Tindolelê (1989), aos sambas da dupla Tom e Dito na década de 1970.
Mas o fato é que tanto os hits infantis da apresentadora de TV quanto as composições do duo baiano têm em comum o fato de trazerem na ficha técnica o nome de Expedito Machado de Carvalho.
Expedito era o Dito da dupla com Tom que emplacou sucessos como Tamanco malandrinho (1974) e o samba A grande família (1972), música-título do seriado exibido pela TV Globo de 1972 a 1975. O samba foi regravado por Dudu Nobre para o remake da sitcom estreado em 2001.
A rigor, a parceria de Dito com Tom começou ainda na década de 1960 quanto o então Toninho integrava com Dito o Inema Trio, com o qual o artista entrou em cena em festivais da Bahia.
A escalada da dupla Tom e Dito está associada ao sucesso de outra dupla baiana de sucesso nacional, Antonio Carlos & Jocafi. Ambos os duos tinham inclusive o mesmo empresário, Athayde Guimarães.
Iniciada em 1971 com a edição do álbum Obrigado Corcovado, a discografia de Tom e Dito durou uma década, se encerrando em 1981 com o álbum intitulado Tom e Dito.
Entre um e outro disco, houve outros quatro álbuns, com destaque para Se mandar m’imbora eu fico (1974), o disco de Tamanco malandrinho, música apresentada nas prévias do festival Abertura (1975).
Em 1977, Dito – sempre em parceria com Tom – emplacou; na voz de Alcione o samba Não chore não, apresentado pela cantora no álbum Pra que chorar… (1977).
Com a dissolução da dupla Tom e Dito após o derradeiro álbum de 1981, Expedito Machado se concentrou no ofício de compositor, seguindo caminhos que se cruzariam com a trajetória de Xuxa.
Expedito Machado foi encontrado morto em 17 de julho, no apartamento em que morava na Pituba, bairro de Salvador (BA).
Em perfil de Jorge Zárath, amigo de Dito, que deu a notícia da morte, Carlinhos Brown prestou homenagem: “Um gênio que nos fará falta, Dito é o Tom e Tom é Dito. Deus o receba em seu reinos de glórias.”
(Créditos autorais: https://oglobo.globo.com/cultura/musica/noticia/2024/07/17 – CULTURA/ MÚSICA/ NOTÍCIA – 17/07/2024)
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2024/07/18 – POP & ARTE/ MÚSICA/ BLOG DO MAURO FERREIRA/ Por Mauro Ferreira – 18/07/2024)
Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em ‘O Globo’ e ‘Bizz’.
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