Washington Olivetto, foi importante empresário e publicitário brasileiro, ficou muito conhecido por seu envolvimento em propagandas como a da Bombril e as marcas da companhia, incluindo o amaciante Mon Bijou e o pinho Bril, estreladas pelo ator Carlos Moreno, o “Garoto Bombril” e o primeiro sutiã da Valisère, , em que uma adolescente comprava sua primeira peça íntima e que tinha como mote “O primeiro sutiã a gente não esquece”

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Washington Olivetto, publicitário e empresário, ícone da publicidade brasileira

(Crédito da fotografia: Cortesia © Copyright All Rights Reserved/ © Agliberto Lima/Estadão Conteúdo / REPRODUÇÃO/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

 

 

Washington Olivetto, foi importante empresário e publicitário brasileiro

Uma das mentes mais criativas do país, o publicitário e escritor Olivetto é considerado um dos maiores e mais premiados publicitários nacionais, tendo participado de inúmeros projetos e campanhas que marcaram a história da televisão brasileira.

O nome do publicitário ficou muito conhecido por seu envolvimento em propagandas como a da Bombril e o primeiro sutiã da Valisère. Seus trabalhos lhe renderam mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Canna.

Descendente de italianos, Olivetto nasceu em setembro de 1951 na capital paulista, onde foi criado pela mãe, uma dona de casa, e o pai, vendedor de tintas.

Aos 17 anos, entrou para o curso de publicidade da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). No ano seguinte, iniciou sua trajetória profissional como redator de uma agência publicitária.

Ainda em seu primeiro ano de atuação no mercado, conquistou um dos prêmios mais importantes para os profissionais da área, o Leão de Bronze do Festival de Publicidade de Cannes.

No final da década de 70, já experiente no ramo da publicidade, criou o “Garoto Bombril”, personagem clássico da propaganda brasileira e um de seus maiores feitos.

Mais tarde, em 1987, ele lançou outra campanha premiada, que se tornou marca da publicidade da época: a do Primeiro Sutiã, para a Valisère, em que uma adolescente comprava sua primeira peça íntima e que tinha como mote “O primeiro sutiã a gente não esquece”. Em entrevistas, Olivetto sempre disse que esta foi uma campanha “emblemática”.

Durante a carreira de sucesso, recebeu diversas estatuetas e homenagens, que foram desde títulos em universidades a menções em músicas de Jorge Ben Jor — “Alô, Alô W/Brasil”, diz o trecho em referência à empresa de Olivetto.

Em sua trajetória, também se descobriu autor, escrevendo oito obras sobre a própria carreira e peças publicitárias que havia criado.

Em 2017, se mudou para Londres, no Reino Unido, mas vinha ao Brasil com certa frequência para participar de palestras.

A fama internacional também teve lado negativo. Em 2001, foi sequestrado perto de sua casa, em Higienópolis, na região central de São Paulo, por um grupo de chilenos e argentinos, que planejaram a ação ao longo de 10 meses. Somente após 53 dias, Olivetto se viu livre do cativeiro.

Ícone da publicidade, Washington Olivetto criou propagandas emblemáticas

‘Garoto Bombril’, ‘primeiro sutiã’, ‘Hitler’… Olivetto produziu os únicos dois comerciais brasileiros presentes na lista dos 100 maiores do mundo de todos os tempos, além de ter sido eleito duas vezes o publicitário do século pela Associação Latino-Americana de Publicidade.

 

Ícone da publicidade mundial, Olivetto criou uma série de propagandas emblemáticas, obras que o tornaram um dos publicitários mais premiados de todos os tempos.

Campanhas que deram o que falar e marcaram o imaginário popular por décadas foram desenhadas por Olivetto, como os famosos comerciais da Bombril e as marcas da companhia, incluindo o amaciante Mon Bijou e o pinho Bril, estreladas pelo ator Carlos Moreno, o “Garoto Bombril”.

Ao todo, Olivetto conquistou mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes. No festival Profissionais do Ano, organizado pela Rede Globo, ele foi o criativo mais premiado dos últimos 30 anos.

O artista foi nomeado um dos 25 publicitários-chave do mundo pela revista britânica Media Internacional, além de ter sido eleito duas vezes o publicitário do século pela ALAP (Associação Latino-Americana de Publicidade).

Ele também venceu o Clio Lifetime Achievement Award, um dos prêmios de maior prestígio da publicidade mundial, em 2014, e foi escolhido como o primeiro não anglo-saxão da história a entrar para o Creative Hall of Fame, do The One Club – uma espécie de “Calçada da Fama” dos profissionais de publicidade.

Olivetto produziu os únicos dois comerciais brasileiros presentes na lista dos 100 maiores do mundo de todos os tempos.

O primeiro, de 1987, é o filme “Primeiro Sutiã”, desenvolvido para a marca de roupa íntima Valisère. Nele, uma adolescente ganha seu primeiro sutiã e passa a se sentir mais confiante.

O segundo, de 1989, é o filme “Hitler”, comercial feito para a Folha de S. Paulo. Em um minuto de vídeo, o narrador conta feitos positivos de Adolph Hitler para a economia alemã, sem revelar de quem se tratava. Ao mostrar, então, Hitler, ele diz “é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”.

Publicidade na veia

Washington Olivetto nasceu em São Paulo, em 29 de setembro de 1951, e se interessou pela publicidade logo no começo da juventude, sem chances para outras carreiras. A influência veio de seu pai, que era vendedor.

Ele estudou publicidade e propaganda na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), mas não chegou a concluir o curso. Apesar disso, começou a trabalhar na área ainda bem jovem, aos 18 anos, em 1969, quando foi contratado como redator em uma agência.

Foi lá onde, com poucos meses de trabalho, produziu um comercial para a Deca, conhecido como “O Pingo”. Na produção, uma torneira fica pingando água por 21 segundos, até que um locutor anuncia que a empresa está lançando uma torneira com um mecanismo de vedação, e conclui: “Por isso, se a sua torneira Deca estiver vazando, é porque você simplesmente esqueceu de fechar”.

Anos depois, em 1973, este comercial ganhou o prêmio Leão de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes, o primeiro da carreira de Olivetto.

Já no ano seguinte, em 1974, garantiu o primeiro prêmio Leão de Ouro da publicidade nacional no Festival de Publicidade de Cannes, com o comercial “Homem de 40 Anos”.

No comercial, fotos de homens famosos que só fizeram sucesso depois dos 40 anos, como Mahatma Ghandi, Donald Trump e Albert Einstein, são exibidas, enquanto um narrador fala que as empresas deveriam dar oportunidades para homens mais velhos e retirar exigências de idade de seus anúncios de vagas.

Em 1986, foi para a agência de publicidade GGK, que tempos depois, quando Olivetto e dois sócios (Gabriel Zellmeister e Javier Llussá Ciuret) assumiram o comando, se tornou a W/Brasil. A empresa também abriu filiais nos Estados Unidos, Portugal e Espanha e se tornou uma das agências mais premiadas do mundo.

Em 2010, a W/ se uniu à agência McCann, passando a se chamar W/McCann, onde Olivetto foi chairman até 2018.

Em 2020, o publicitário lançou seu podcast, o WCast, onde falava sobre suas histórias e temas atuais ao mercado de publicidade.

Sua criatividade para as campanhas que elaborou era tamanha que foi até reconhecida em músicas de Jorge Ben Jor.

Em “Engenho de Dentro”, o compositor recita:

“A cabeça do Olivetto
É igual a uma cabeça de negro
Muito QI e TNT
Do lado esquerdo”

Outra canção levou, ainda, o nome da empresa fundada por Olivetto: “Alô, Alô! W/Brasil”.

Garoto Bombril

Foi em 1978, com 27 anos, que criou um dos maiores símbolos da propaganda de TV nacional: o “garoto Bombril”, interpretado por Carlos Alberto Bonetti Moreno. Desde o fim da década de 1970, foram inúmeras propagandas para a marca de esponja de aço.

A campanha se estendeu por anos, com diversas versões e o mesmo ator. Em uma das muitas propagandas memoráveis da Bombril com criação de Olivetto, o ator Carlos Moreno interpreta diferentes personagens para falar sobre o produto de forma personalizada, como intelectuais, sambistas, rockeiros e grã-finos.

Ainda nas campanhas envolvendo a Bombril, destaque para uma propaganda do amaciante Mon Bijou, criada em 1988, também interpretada por Carlos Moreno.

“Você também é bom, não precisa ficar chateado”: A peça falava sobre o sucesso do amaciante Mon Bijou de um jeito bem ousado: mostrando e nomeando também o principal concorrente do produto.

Depois de a marca concorrente reclamar, o comercial foi relançado com um saco cobrindo o amaciante da outra empresa – e com alfinetadas: “Andou reclamando e não vai mais aparecer na televisão”.

Também para produtos da Bombril, foi o responsável por trás da campanha “Pense em mim”, de 1991. Durante três minutos, o “Garoto Bombril” canta o sucesso da dupla sertaneja Leandro e Leonardo, enquanto mostra o pinho Bril, assegurando que as outras marcas não se importavam com a dona de casa.

Washington Olivetto faleceu no domingo (13), aos 73 anos. Ele estava internado no Rio de Janeiro.

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/10/13 – Globo Notícias/ SÃO PAULO/ NOTÍCIA/ Por g1 SP e GloboNews — São Paulo – 13/10/2024)

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2024/10/13 – G1 Economia/ ECONOMIA/ Midia e Marketing/ Por André Catto, Bruna Miato, g1 – 13/10/2024)

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