O primeiro avião comercial com motor a jato do Brasil

0
Powered by Rock Convert

Super C-46: o primeiro avião comercial com motor a jato do Brasil

Uma das curiosidades sobre o C-46 é que ele chegou a ter motores a jato, os primeiros instalados em um avião comercial no Brasil

Na Força Aérea Brasileira (FAB) o Curtiss C-46 Commando não foi um avião de grande relevância. Somente duas aeronaves foram operadas pela FAB, sendo que uma dela encontra-se preservada no MUSAL (Museu Aeroespacial) localizado no Campo dos Afonsos.

Porém, o emprego do C-46 na aviação comercial no Brasil foi bastante significativo. Perto de uma centena deles voou pelos céus do país em mais de duas dezenas de empresas. Aerogeral, NAB, Itaú, Paraense, TABA e Sadia eram apenas algumas dessas empresas que hoje, assim como o C-46, desapareceram dos céus do Brasil.

O ‘Commando’ estocado em Bebedouro foi originalmente construído como um C-46A e pertencia a um lote de 166 aviões do mesmo tipo encomendados pela USAAF em 1942. O avião em questão recebeu a matrícula 42-101201 (c/n 30656) era a última aeronave deste lote. Parte da sua história na USAAF pode ser acompanhada na placa que se encontra sob o nariz da aeronave (reproduzida na última foto deste post).

Depois da guerra, o 101201 recebeu a matrícula civil CU1192. Não é conhecido o seu operador civil norte-americano, mas o que se sabe é que a aeronave foi para o México em algum momento e recebeu a matrícula XA-HAM, sendo posteriormente comprada um senhor chamado Cardiff, que costumava realizar vendas de aviões usados para a Varig.

A Varig comprou o avião em fevereiro de 1952. Há informações de que parte dos C-46 comprados pela Varig tiveram seus motores (Pratt & Whitney , R-2800-75 de 2000 HP) e hélices originais (quadripá Hamilton Standard) substituídos por motores mais possantes (Pratt & Whitney , R-2800-83 AM4 de 2100 HP) e hélices tripá (Curtiss Electric). Estes C-46 foram denominados Super C-46. Outros aviões receberam dois turbojatos (!) Turbomeca Palas apenas para uso na decolagem (JATO – Jet Aid Take-Off). Seria o caso de considerar estes os primeiros jatos comerciais do país?

O PP-VCE foi um dos C-46 equipados com turbojados. As duas fotos acima (de autoria desconhecida) mostram o PP-VCE, quando operado com a Varig, equipado com os dois motores a reação sob as asas. No entanto, em uma das fotos tiradas recentemente (ver mais abaixo) fica evidente que as hélices são quadripá (Curtiss Eletric). Atualmente a aeronave não possui mais os motores a reação (ver foto da asa inferior direita).

Sobre o uso dos jatos, cabe uma pequena história que se encontra no livro do comandante Lili Souza Pinto, “Assim se voava antigamente”.

Em 1969, a aeronave foi vendida para a Arruda Indústria e Comércio Ltda, mesma empresa que operou o Lockheed Lodestar que também está estocado em Bebedouro. O dono da empresa (empresário Antonio Silmo Laginestra de Arruda) faleceu em 1972 e a empresa acabou desaparecendo também.

Consta que este C-46 foi para a TABA (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica – não confundir com a TABA, Transportes Aéreos Bandeirantes, absorvida pelo Lóide em 1950) em 1978, conforme placa abaixo do nariz do avião, sendo logo em seguida enviado para Bebedouro. Há informações que mencionam a ida direto da Arruda para o museu em 1975. Esta última tese parece mais provável, pois fontes confiáveis informam que os únicos dois C-46 operados pela TABA vieram da Nacional e da Paraense.

(Fonte: http://www.aereo.jor.br/2012/09/13 –
História, História da Aviação, por Guilherme Poggio – 13 de setembro de 2012)

Powered by Rock Convert
Share.