Música erudita perde o pianista norte-americano
Charles Rosen (Nova York, 5 de maio de 1927 – Nova York, 9 de dezembro de 2012), foi um dos maiores pianistas e historiadores da música do século 20.
Visto como um homem da Renascença, Rosen é autor de livros de referência na área, como “O Estilo Clássico” (1971) e “A Forma Sonata” (1980), de certo modo uma continuação do primeiro por analisar essa forma musical típica da era clássica. O último livro publicado por Rosen, “Freedom and the Arts” (Harvard University Press), lançado em abril do ano passado nos EUA, traz uma coletânea de ensaios seus sobre música e literatura – ele era doutor em literatura francesa pela Universidade de Princeton.
A estreia de Rosen em Nova York como pianista, em 1951, foi seguida pela gravação completa dos Estudos de Debussy, abrindo as principais salas de concerto da Europa para o norte-americano. Alguns dos mais renomados compositores do século 20, entre eles Stravinski e Pierre Boulez, escreveram peças especialmente para serem gravadas por Rosen, que ajudou a promover a obra pianística do compositor norte-americano Elliott Carter, morto no mês passado. É dele a primeira gravação do “Concerto Duplo” (1959) do músico.
A importância de Rosen é medida até mesmo pelo esforço que fez para entender a modernidade musical – ele que, aos 7 anos, ouviu Debussy pela primeira vez e detestou, dizendo que era preciso ter uma lei para proibir peças musicais como a do compositor impressionista francês, que gravaria quando adulto. Rosen começou a aprender piano ainda garoto e foi aluno de Moritz Rosenthal, nascido em 1862, que chegou a ter aulas com Liszt.
Nascido em Nova York em 5 de maio de 1927, Rosen recebeu neste ano do presidente Barack Obama a medalha National Humanities por sua contribuição cultural. Erudito, ele detestava competições e dizia que arte não é uma questão de gosto, mas de entendimento – lembrando que também Beethoven sofreu a incompreensão de seus contemporâneos, como Igor Stravinski e Pierre Boulez sofreriam no século 20.
Beethoven, aliás, é um dos três autores analisados por Rosen em “O Estilo Clássico”. Dele, o musicólogo estuda as sonatas para piano, elegendo ainda Haydn (os quartetos de cordas) e Mozart (as óperas cômicas).
As últimas sonatas para piano de Beethoven foram gravadas por Rosen, que também registrou obras-primas do repertório barroco, destacando-se “A Arte da Fuga” e as “Variações Goldberg”, de Bach, além de peças de Schumann. Sobre a época do último, ele escreveu “A Geração Romântica”, lançado pela Edusp há dez anos e esgotado, que cobre da morte de Beethoven à de Chopin, e ainda um livro fundamental que analisa a produção literária do período, “Poetas Românticos, Críticos e Outros Loucos”.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer – CULTURA/ NOTÍCIAS/ ARTE E LAZER/ AE – Agência Estado – 11 de dezembro de 2012)
Charles Rosen (Nova York, 5 de maio de 1927 – Nova York, 9 de dezembro de 2012), pianista considerado um dos maiores historiadores musicais do século 20. Nascido em Nova York em maio de 1927, recebeu em 2012 a medalha National Humanities pela contribuição à cultura do Estados Unidos, em cerimônia com o presidente americano Barack Obama.
Em 1972, recebeu o National Book Award pelo livro O Estilo Clássico, em que estuda as sonatas de piano de Beethoven, os quartetos de cordas de Haydin e as óperas cômicas de Mozart. Doutor em literatura francesa pela Universidade Princeton, publicou neste ano o último livro, Freedom and the Arts: Essays on Music and Literature.
Entre os trabalhos como historiador musical, também se destaca A Geração Romântica, em que Rosen analisa a música europeia desde a morte de Beethoven até a de Chopin. Escreveu ainda sobre a obra de autores barrocos, como Bach, e de compositores do século 20, como Elliott Carter. Charles Rosen começou a estudar piano aos quatro anos e teve aulas com o polonês Moriz Rosenthal, pupilo de Franz Liszt. Charles Rosen morreu dia 9 de dezembro de 2012, aos 85 anos, em Nova York, em decorrência de um câncer.
(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – 12 de dezembro de 2012 – MEMÓRIA)