Wladyslaw Sikorski, general e primeiro-ministro do governo polonês no exílio

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Herói disputado

Wladyslaw Sikorski (Polônia, 20 de maio de 1881 – Gibraltar, 4 de julho de 1943), general e primeiro-ministro do governo polonês no exílio, que morreu em um acidente aéreo em 1943. Exerceu o cargo de primeiro-ministro de seu país entre dezembro de 1922 e maio de 1923.

Foi também primeiro-ministro do governo polonês no exílio, após a invasão e partilha da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, exercendo o cargo de 30 de setembro de 1939 até sua morte em 4 de julho de 1943.

Em julho de 1943, Sikorski morreu em um acidente aéreo imediatamente depois de decolar de Gibraltar. As circunstâncias exatas de sua morte ainda permanecem em discussão, e têm avivado teorias de conspiração.

Alguns meses depois da invasão da Polônia pelas forças nazistas, em setembro de 1939, mais de 300 000 poloneses que conseguiram fugir, ou que já viviam em outros pontos da Europa, reuniram-se na França – e, sob o comando do general Wladyslaw Sikorski, organizaram um formidável exército até que a capitulação da própria França, em junho de 1940, os forçou a escaparem para a Inglaterra.

Convertido em líder político, Sikorski instalou em Londres um governo polonês no exílio – e jurou voltar um dia a uma Polônia livre. Morto antes do final da guerra, num desastre de avião em 1943, aos 62 anos de idade, o general não chegou a cumprir sua promessa.

A família, porém, cuidou de dar validade póstuma ao compromisso, e nunca permitiu que o corpo de Sikorski fosse levado para a Polônia comunista. Mas a família também já desapareceu – e, em junho de 1981, o governo britânico precisou dar proteção especial aos restos mortais do general, sepultado no Cemitério Militar de Newark, perto de Nottingham: temia-se que velhos soldados poloneses tentassem retirá-los de lá, como forma de evitar sua repatriação, há anos reclamada pelas autoridades de Varsóvia.

A senha para essa opreção seria a aguardada decisão do ministro do Interior da Inglaterra, William Whitelaw (1918-1999), sobre um pedido formal do governo da Polônia, que inclusive já construiu um mausoléu na cidade de Cracóvia, na esperança de ali depositar o corpo de Sikorski, no aniversário de sua morte, a 4 de julho.

O episódio, além disso, sempre esteve envolto em névoas – a começar da morte de Sikorski. O avião em que o general voava, de Gibraltar para Londres, caiu logo após a decolagem, e nunca se desfizeram as suspeitas de sabotagem. No fundo de uma trama sórdida estaria o ditador soviético Josef Stalin, para quem Sikorski se transformara numa presença incômoda, como o principal líder nacional – e não comunista – da Polônia.

Poucos meses antes de morrer, além disso, o general vinha insistindo no pedido de uma investigação internacional a respeito do massacre de 10 000 militares poloneses na floresta de Katyn, em território soviético. Sikorski afirmava que a matança fora obra dos russos, enquanto estes culpavam os alemães.

O governo polonês no exílio está disposto a tudo para evitar a exumação, e para tanto se aferra a uma lei inglesa, de 1857, segundo a qual essa operação depende do consentyimento de um parente consanguíneo do morto – algo que já não existe mais.

O governo de Varsóvia espera poder resolver a questão pela via diplomática – e para isso enviou a Londres, em junho de 1981, seu ministro das Relações Exteriores, Josef Czyrec. O governo britânico, está cauteloso, podendo irritar os exilados poloneses, que com seus descendentes formam uma ponderável força política, como também os soviéticos, para quem o general Sikorski continua indigno das honras de herói nacional.

(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia – CIÊNCIA – GENÉTICA – 24 de Janeiro de 2013)

(Fonte: Veja, 24 de junho de 1981 – Edição 668 – POLÔNIA/ Po0r Jader de Oliveira, de Londres – Pág: 38/39)

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