Magic Slim (Torrance, no Mississippi, agosto de 1937 – Filadélfia, 21 de fevereiro de 2013), guitarrista e ícone do blues.
Contemporâneo de nomes como Muddy Waters e Howlin” Wolf, guitarrista Magic Slim. Ele, que foi uma das peças-chave do eletric blues de Chicago.
Nascido em 1937 na cidade de Torrance, no Mississippi, com o nome de Morris Holt, Magic Slim cresceu nos campos de algodão no delta do rio Mississippi. Sua primeira paixão foi o piano, mas ele perdeu o dedo mindinho da mão direita em uma máquina de colheita e acabou migrando para a guitarra. Assim como outros guitarristas de origem humilde, Magic Slim começou a tocar com um instrumento de uma corda que ele fez pregando um pedaço de fio de uma vassoura.
Aos 11 anos, Magic Slim mudou-se para Granada, onde conheceu Magic Sam, um importante guitarrista de blues. O veterano, então, o ensinou sobre o instrumento e, anos depois, deu a Slim seu primeiro trabalho como baixista, quando ele se mudou para Chicago.
Magic Slim não fez suas primeiras gravações até 1966. Seu primeiro álbum, Born Under A Bad Sign, foi lançado em 1977. No ano passado, o guitarrista registrou um álbum de covers, intitulado Bad Boy.
Com seu eletric blues, o grupo Magic Slim and the Teardrops tinha presença assídua em festivais de música.
Magic Slim faleceu dia 21 de fevereiro de 2013, aos 75 anos, eu seu último suspiro em um hospital na Filadélfia, nos Estados Unidos, informou seu empresário, Marty Salzman.
De acordo com Salzman, o guitarrista tinha problemas de saúde – úlceras hemorrágicas, doenças pulmonares, no coração e nos rins – que se agravaram com a intensa turnê realizada em janeiro e início de fevereiro de 2013 na Pensilvânia.
(Fonte: http://musica.terra.com.br – MÚSICA – 21 de fevereiro de 2013)
Três acordes – Em meados da década de 40, no pequeno vilarejo de Torrence, no Mississippi, entre muitas plantações e poucas ruas, Morris Holt, um garoto negro nascido em agosto de 1937, dividia seu tempo entre o árduo trabalho na lavoura e a música – no coral da igreja e à frente do piano. E então, quando manuseava um descaroçador de algodão, Holt teve o quinto dedo da mão direita prensado e decepado por uma das moendas de sua ferramenta. Estava traçado o destino. “Depois do acidente, como não poderia mais continuar no piano, comecei a tocar guitarra”.
Quando perdeu o mindinho e se conformou de que precisaria desenvolver suas habilidades em outro instrumento, com dez anos sequer completados, Morris Holt tratou logo de agilizar o processo: com cerdas de uma vassoura da casa, improvisou o que entendia ser uma guitarra.
Grenada, para onde foi pouco depois, não era muito maior que sua terra natal. Não fez diferença, no entanto, quantas lojas havia ou quantas pessoas lá viviam. Já a camaradagem que construiu com um músico que encontrou na nova cidade, sim. Samuel Gene Maghett, ou Magic Sam para os íntimos, deu ao pupilo o privilégio de carregar consigo o título de mágico e um ensinamento precioso. “Sam me mostrou muito, mas, principalmente, me disse para que criasse um jeito próprio de tocar. E foi o que fiz”.
Foi na companhia do parceiro que Magic Slim aportou em Chicago, em 1955. Depois de assumir a função de baixista na banda de Magic Sam por um curto período, inseguro com a qualidade de sua música, o jovem Morris Holt voltou para casa, deu a dois de seus irmãos baixo e bateria e formou o trio que seria batizado como Teardrops. Mais habilidosos, os três rumaram novamente à cidade do blues e aos poucos foram ocupando os espaços – bares, cabarés e casas de show – que lhes eram devidos.
Com mais de trinta discos gravados, Magic Slim tinha boa parte da sua produção dividida entre os selos Wolf Records e Blind Pig Records. Seu último trabalho, Raising the Bar, foi lançado em 2010 e segue à risca o que o mágico propõe: composições novas e antigas, interpretadas com o mesmo vigor daquele blues visceral da Chicago dos anos 50.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias – Notícias > Cultura – 22 de fevereiro de 2013)