CARROS QUE FIZERAM HISTÓRIA NO BRASIL

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CARROS QUE FIZERAM HISTÓRIA NO BRASIL
LINHA DO TEMPO

1893 – PEUGEOT TYPE 3; Embora ainda existam controvérsias a respeito, tudo leva a crer que este é o primeiro automóvel a circular no país. Ele desembarca no porto de Santos após ser importado pela família de Santos Dumont, o pioneiro da aviação.

1910 – FORD BIGODE; Começa a rodar por aqui o Ford T, o avô do fusca em termos de popularidade. O estilo rústico se adapta bem às estradas esburacadas do país. Ele ganha o apelido especial por causa das alavancas horizontais ao lado da coluna de direção, que lembravam um bigode.

1929 – CHEVROLET 1929; Ainda na há estradas no Brasil para tanta velocidade, mas esse modelo da GM com 45 cavalos já é capaz de atingir 100 km/h.

1942 – JEEP WILLYS MB; O Brasil entra na Segunda Guerra e os americanos fornecem mais de 600 unidades do Jeep para o nosso exército. Após as batalhas, muitos passam a transitar pelas ruas daqui.

1953 – VW SEDAN; Com peças trazidas da Alemanha, a Volkswagen começa a montar aqui um carro histórico: o popular Fusca. Em 1959, chegaria às ruas o primeiro modelo nacionalizado, iniciando duas décadas como o carro mais vendido do país.

1956 – ROMI-ISETTA; Pelo fato de ter uma só porta (a própria frente se abre levando junto o volante), ele não é considerado oficialmente o primeiro automóvel nacional. Entre os anos de 1956, são fabricadas cerca de 3 mil dessas estranhas criaturas.

1956 – PERUA DKW; Com o governo incentivando o crescimento da indústria de autopeças, a DKW-Vemag lança este modelo, que tem um alto índice de nacionalização: 60% do peso do carro vem de peças tupiniquins.

1958 – BANDEIRANTE; Fabricado pela Toyota, seria um dos carros nacionais com mais tempo de permanência no mercado. No início, há a opção do motor a gasolina, mas o motor a diesel é que se consagraria.

1959 – SIMCA CHAMBORD; Na França ele é chamado de Vedette. Aqui, o Chambord é pioneiro como fenômeno de marketing no setor automobilístico. Equipado com motor V8, um diferencial entre os carros fabricados por aqui, o modelo ganha popularidade por aparecer no primeiro seriado de TV do país: O Vigilante Rodoviário.

1960 – FNM 2000 MODELO JK; As iniciais são escolhidas em homenagem ao presidente Juscelino Kubitscheck, que é um dos grandes responsáveis pela instalação da indústria automobilística no Brasil.

1961 – INTERLAGOS; Com a missão de associar modernidade à marca Willys, o primeiro esportivo de série do país marca época e vira referência nacional pelos bons resultados em competições.

1962 – GORDINI; O motor de 40 cavalos não justifica nas ruas a imagem de carro veloz que a fábrica propagandeia. Mas até que o Gordini não faz feio nas competições. Corre pela famosa Equipe Willys, o mais bem estruturado time atuando nas pistas brasileiras.

1964 – VERANEIO; Nome original C-1416, lembra um código de filme policial. Setia quase uma profecia, pois o utilitário viria a se tornar o predileto dos policiais, transformando-se em símbolo da repressão nos anos 70 e ganhando o apelido de “camburão”.

1966 – PUMA; Seu nome inicial é GT Malzoni, mas o carro ficaria conhecido mesmo como Puma, uma marca que seria lançada apenas no ano seguinte. Nasce com mecânica DKW, mas adota componentes VW logo em seguida.

1966 – ITAMARATY; No Brasil, um país tropical, o ar-condicionado é recebido de braços abertos e janelas fechadas. E o Itamaraty é o primeiro carro de passeio a oferecer o equipamento como opcional.

1967 – GALAXE; É considerado o lançamento mais importante do ano. O tamanho e o acabamento luxuoso fazem os brasileiros acreditar que vivem no primeiro mundo.

1968 – CORCEL; Silencioso, econômico e confortável, o lançamento da Ford vira símbolo de “carro jovem” e logo cai no gosto do povo, iniciando uma trajetória que atravessaria outras duas décadas.

1968 – OPALA; Tem opção de motores de quatro ou seis cilindros. O maior, de 3,8 litros (e depois 4.1), justifica o apelido que o modelo carregaria por décadas: opalão. Entre 1968 e 1992, a GM vende um milhão de unidades.

1970 – DART; A Chrysler havia assumido o controle da Simca no final de 1966, mas só em 1970 apresenta um carro da marca. Além do motorzão V8, o modelo traz um grande avanço na segurança: a frente deformável em caso de choque.

1973 – CHEVETTE; Chega para enfrentar o Corcel e o Fusca. O pequeno carro de linhas modernas, tração traseira e boa estabilidade cai nas graças do público e se manteria no mercado durante duas décadas.

1973 – MAVERICK; Ele chega por aqui quatro anos após ser lançado pela Ford nos Estados Unidos. A versão GT, com motor V8, transforma-se no grande sonho de consumo dos adolescentes da época.

1973 – BRASÍLIA; Embora ainda tivesse o imbatível Fusca liderando as vendas de automóveis, a Volkswagen aposta, e se dá bem, na criação da Brasília, o primeiro carro totalmente pensado e desenvolvido no Brasil por uma montadora multinacional.

1974 – ITAIPU; O primeiro carro elétrico nacional é uma iniciativa ecologicamente correta da Gurgel. Só não engrena, mesmo com várias tentativas nos anos posteriores e na década de 80.

1974 – PASSAT; O motor refrigerado a água é uma novidade tecnológica e o Passat da VW passa a ser apontado nas ruas como o “carro mais moderno do Brasil”, status que conservaria por quase uma década.

1976 – FIAT 147; O modelo marca a estréia da Fiat no Brasil. É um árduo começo para a montadora, pois muitos brasileiros olhavam com desconfiança o motorzinho de 1050 cm³. Em 1979, ele é o primeiro carro de série movido a álcool.

1980 – GOL; Ele nasce carregando uma grande responsabilidade: substituir, ao longo dos anos, o Fusca e a Brasília, campeões de vendas da VW. E não é que o Gol daria conta do recado?

1982 – MONZA; A primeira versão que a GM apresenta aos consumidores, o Hatch, não comove. O modelo seda, porém, tornaria o Monza o carro mais vendido do Brasil entre 1984 e 1986, roubando do Passat o título de vanguarda da indústria automobilística nacional.

1983 – ESCORT; Outro modelo “imortal”, no mercado até hoje. O Escort fez sucesso tanto como carro médio quanto como esportivo, com a clássica versão XR3. Foi o grande acerto da Ford durante a difícil década de 80.

1990 – UNO MILLE; Por um lado, o governo atrai os importados; por outro, alegra a indústria automobilística nacional reduzindo o IPI dos modelos com até 1.0 litro e criando o carro popular. O Uno é o primeiro a emplacar, impulsionando o crescimento da Fiat no país.

1990 – LADA NIVA; Sua modernidade é questionável, mas, em 1990, o carro russo marca o retorno em grande escala dos importados ao Brasil.

1990 – ALFA ROMEO 164; A importação de veículos é liberada pelo governo e a Fiat se antecipa trazendo este modelo. Um carrão, porém caro no preço e na manutenção.

1991 – TEMPRA; A Fiat muda a condição de fabricante de carros compactos e lança o seu primeiro carro grande. Dois anos mais tarde, o modelo inovaria ao apresentar o motor com quatro válvulas por cilindro, popularizando a sigla 16V.

1991 – BMW 325; Mais que um objeto de desejo, ele vira símbolo de status e de bela saúde financeira. Reina absoluto entre os colunáveis.

1993 – BESTA E TOWNER; A chegada desses dois coreanos gera piadas e novos negócios. Enquanto a Besta provoca brincadeiras por causa do nome, a Towner sofistica o velho carrinho de cachorro-quente.
1994 – CORSA; Modelo que revoluciona o segmento de carros populares. A agressiva campanha de marketing e o desenho atraente provocam fila de espera por tempo indeterminado nas concessionárias e o pagamento de ágio.

1994 – VECTRA; Aparece para aposentar o Monza, que já mostra perda de fôlego. Os modelos convivem por dois anos até que, no final de 1996, surge o Vectra reestilizado. Com belo design e preço razoavelmente acessível, ele passa à liderança do mercado.

1995 – S10; Apesar de ser um utilitário de carga, cativa o público jovem, que não costuma transportar mais que motos ou pranchas.

1996 – PALIO; Vem para substituir o Uno e com pretensões de disputar a liderança com o Gol. Até seria capaz da proeza, mas a resistência do Uno muda a estratégia da Fiat, que vê na soma de ambos a chance de chegar à liderança geral.

1997 – KA; O projeto é audacioso: associa dimensões compactas com linhas arrojadas, que dividem opiniões. É a inauguração do conceito “New Edge” no Brasil.

1999 – CLASSE A; Além do desenho futurista, o carro ostenta a estrela prateada da Mercedes e tem a opção do câmbio semi-automático (câmbio manual sem pedal de embreagem).

1999 – SCÉNIC; A temática é o carro familiar e, nesse contexto, a Renault coloca nas ruas a primeira minivan. O desenho do monovolume não esbanja charme, mas o aproveitamento de espaço é o grande trunfo.

2000 – CELTA; Inicialmente projetado para ser o carro mais barato do Brasil, o modelo da GM não obteve o êxito na política de preços, mas inaugurou a moda das vendas via internet.

2002 – MERIVA; O sucesso dos monovolumes abre caminho para a “miniminivan”, um pequeno carro baseado na plataforma do Corsa, mas com bom espaço interno para não contrariar o conceito de automóvel familiar.

(Fonte: Revista QUATRO RODAS ESPECIAL – Edição Especial – 0418 – N.º 507–B – Editora ABRIL – O AUTOMÓVEL NO BRASIL – Capítulo II – O Carro no Brasil – Pág. 51)

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