Emitiu o primeiro sinal de televisão de Pernambuco
Francisco Pessoa de Queiroz (Umbuzeiro, 7 de novembro de 1890 – Recife, 7 de dezembro de 1980), jornalista e político pernambucano, fundador, em 1932, da empresa Jornal do Commercio, que deu origem a dois jornais, uma agência de notícias, cinco estações de rádio e um canal de TV, vendidos em 1978.
Em 1960 inaugurou a TV Jornal do Commercio, emitindo o primeiro sinal de televisão de Pernambuco. Em 1960, Pessoa de Queiroz foi eleito senador pela UDN, agregando-se posteriormente ao MDB a pedido do presidente Castello Branco. Pessoa de Queiroz faleceu dia 7 de dezembro de 1980, aos 90 anos, de complicações cardíacas, no Recife.
(Fonte: Veja, 17 de dezembro de 1980 Edição n° 641 DATAS Pág; 107)
F. Pessoa de Queiroz
Francisco Pessoa de Queiroz, mais conhecido como F. Pessoa de Queiroz, diplomata, jornalista e empresário, foi também Deputado Federal e Senador da República. Nasceu em Umbuzeiro, cidade paraibana situada na fronteira com Pernambuco, no dia 7 de novembro de 1890. Filho de João Vicente Queiroz e de Mirandolina Lucena Pessoa de Queiroz.
Foi exatamente desse casamento, ocorrido em 1881, que surgiu a união dos sobrenomes Pessoa e Queiroz. Embora pertencessem a ilustres famílias da região, o Sr. Vicente e D. Mirandolina eram pobres e viviam da agricultura.
Francisco foi educado no Recife pelos seus padrinhos, que o receberam em sua casa até a conclusão do seu bacharelado em direito pela Faculdade de Direito do Recife, em 1911. No ano seguinte, fez o curso de Direito Internacional Público na Universidade de Paris para, em seguida, ser admitido pelo Ministério das Relações Exteriores, sendo designado para o corpo diplomático de Londres e, posteriormente, de Buenos Aires.
Já formado, mudou-se para o Rio de Janeiro assumindo o posto de secretario particular de seu tio, Epitácio Pessoa, senador da República pelo estado da Paraíba e conceituado jurista. Do próprio Epitácio seria mais tarde assessor especial em missões diplomáticas fora do país e secretário particular da Presidência da República, quando seu tio foi eleito presidente em 1919. Foi também no Rio de Janeiro que F. Pessoa de Queiroz casou-se com Leontina Jouvin, em novembro de 1924, com quem teve dois filhos, Paulo e Elza.
Aspirando entrar na vida política, deixa a diplomacia em 1918 para candidatar-se a deputado federal por Pernambuco, com o patrocínio das principais casas comerciais e o prestígio de sua família, principalmente dos irmãos José e João Pessoa de Queiroz, comerciantes de grande prestígio na região. Entretanto, sua candidatura não foi bem aceita pelas autoridades governamentais da época, obrigando-o a retirá-la.
Retornando então à diplomacia, F. Pessoa de Queiroz é convidado a integrar o Gabinete do Chanceler Domício da Gama, Cônsul geral do Brasil na Romênia. Um ano depois, participa da delegação brasileira na Conferência de Paz em Versalhes, em 1919.
Em 1920, José Bezerra, então governador de Pernambuco, incluiu o nome de F. Pessoa de Queiroz na chapa oficial. Ele deixa seu cargo de Secretário da Presidência e, com o apoio dos irmãos, é eleito deputado federal por Pernambuco durante quatro legislaturas: de 1921 a 1923, de 1924 a 1926, de 1927 a1929 e em 1930.
Fez parte da Comissão de Diplomacia e Tratados, representando o Congresso Brasileiro na Conferência Internacional em Bruxelas (1925), Roma (1927), no Rio de Janeiro e em Paris (1928).
Em 1921, assumiu também a direção do Jornal do Commercio, do Recife, fundado por seus irmãos em 1919. O deputado e seus irmãos, tiveram participação ativa nos acontecimentos que antecederam a Revolução de 1930.
Durante a campanha presidencial de 1929, o Jornal do Commercio defende a candidatura de Júlio Prestes contra a chapa oposicionista formada por Getúlio Vargas e João Pessoa. Sinalizando a posição do Jornal, seus redatores atacaram duramente a política de João Pessoa, resultando em graves desavenças políticas.
Com a queda do regime vigente em 1930, F. Pessoa de Queiroz foi deposto e deportado, permanecendo exilado na França até 1932. O Jornal tem sua circulação interrompida por quatro anos. Quando volta ao Brasil, assume a missão de restaurar os bens da família que haviam sido praticamente destruídos por manifestantes exaltados durante a Revolução.
Afastado da política, decidiu pautar sua conduta pela neutralidade e independência. Em 1934, restabelece o finado Jornal do Commercio, reestruturando-o, instalando-o luxuosamente e transformando-o em sociedade anônima. Contrata grandes nomes do jornalismo, como Caio Pereira, Luiz Delgado, Mario Melo, Esmaragdo Marroquim e outros, dando nova vida ao jornal.
Em 1948, é inaugurada a Rádio Jornal do Commercio que usava o slogam Pernambuco falando para o mundo, numa demonstração de orgulho pela terra que considerava sua. Em seguida, recebe a concessão para quatro radios difusoras no interior do Estado, sediadas em Garanhuns, Caruaru, Limoeiro e Pesqueira. Em julho de 1960, a rede é ampliada com a inauguração da TV Jornal do Comércio canal 2, passando então a conquistar uma grande e respeitável parcela do mercado das comunicações, tendo sido pioneira na transmissão de programas televisivos. Estava iniciada uma nova era para os meios de comunicação de massa em Pernambuco.
Em 1958, volta à vida política sendo eleito senador por Pernambuco, onde teve uma atuação destacada pela atenção dada aos problemas do Estado. Completados os oito anos de Senado, F. Pessoa de Queiroz, adoentado, vai progressivamente abandonando suas atividades.
Em 1980, com 90 anos, recebeu a Medalha do Mérito Empresarial Conde da Boa Vista, classe ouro, que lhe foi outorgada pelo Governo do Estado.
Já afastado das suas atividades empresariais, F. Pessoa de Queiroz faleceu no Recife, no dia 7 de dezembro de 1980.
Antes de morrer, passou a direção da empresa ao seu filho Paulo Pessoa de Queiroz. Sob a administração do filho, a empresa entrou em decadência, atravessando vários anos de crise até ser adquirida pelo Grupo Paes Mendonça, que volta a reerguer o grupo, transformando-o em uma das principais empresas no ramo das comunicações do país.
(Fonte: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar – Maria do Carmo Andrade/ Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco – Recife, 28 de junho de 2007)
(Atualizado em 9 de setembro de 2009).
FONTES CONSULTADAS:
FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. F. Pessoa de Queiroz: 100 anos de um pioneiro. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1990. Catálogo da Exposição realizada em 21 de novembro, no Espaço Cultural Mauro Mota- Galeria Vicente do Rego Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco.
PERÍODOS legislativos da Quinta República, 1971- 1974. Disponível em: . Acesso em: 8 jun. 2007.
F. PESSOA: uma vida de lutas por Pernambuco. Diario de Pernambuco, Recife, 9 dez. 1980.
PEREIRA, Nilo. F. Pessoa de Queiroz e seu jornal. Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife; Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco; Bompreço Gráfica Editora, 1989. (Coleção Recife. 53).
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: ANDRADE, Maria do Carmo. F. Pessoa de Queiroz. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: . Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.