Zora Seljan (Belo Horizonte – Rio de Janeiro, 25 de abril de 2006), estudiosa do folclore brasileiro tornou-se especialista em cultura afro além de ser teatróloga e romancista foi casada com o escritor Antônio Olinto.
Zora é de descendência croata, nasceu em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais.
Sua formação acadêmica foi em Ciências Econômicas pela USP e em Ensaística pela Universidade de Columbia, Estados Unidos, 1965. Foi leitora de Literatura Portuguesa e Brasileira na Universidade de Lagos, Nigéria, onde residiu por dois anos. Zora fundou o Conjunto Folclórico Oxumaré.
Desde jovem participou do jornalismo brasileiro onde escreveu sobre vários assuntos literários, folclóricos, econômicos e políticos. Foi a primeira jornalista sul-americana a visitar os países da Cortina de Ferro (Rússia e países da União Soviética). Após essa viagem escreveu E vi as democracias populares, publicado em 1951, após a Segunda Guerra Mundial. Dos escritos de seu pai, o etnógrafo croata Stevo Seljan, tirou material para escrever artigos sobre o que foi a invasão da Itália na Abissínia, anos 30.
Após a guerra, seu marido foi em missão cultural para a Nigéria, e Zora iniciou suas pesquisas sobre os costumes, cultura e artes africanas e usou o teatro para transmitir suas descobertas. A obra de Zora é uma das excelentes fontes para a divulgação de nossa brasilidade e serve para incentivar novas pesquisas.
Em 1958 publicou a peça Três mulheres de Xangô. Em 1978, reeditou essa peça e outras sendo todas precedidas de capítulo introdutório com detalhamento de como deverá ser feita a montagem teatral de cada uma, mas também esclarecimentos sobre cada personagem, danças, músicas e cenários. Sobre esse trabalho a autora falou: “…Meus personagens são Deuses que se manifestam dançando/…./Que se dê aos orixás a mesma vitalidade dos deuses olímpicos…”.
Publicações da autora:
Teatro: Três mulheres de Xangô, 1958; As moças dos corpos cheirosos, 1959; A donzela Teodora, 1959; Os negrinhos, 1960; Três mulheres de Xangô e outras peças afro-brasileiras (Oxum, ABALO, Iansan, Mulheres de Xangô, A orelha de Oba, os negrinhos, A festa do Bonfin)1978 (RJ, Ibrasa/MEC).
Ensaio: A educação na Nigéria, 1966; A demanda de Don Domingos. s/d. Folclore, História de Oxalá, 1965; Iemanjá e suas lendas, 1967; Iemanjá, mães dos Orixás, 1972.
Contos de encantamento; Contos do amanhã, 1979.
Crônica: No Brasil, ainda tem gente de minha cor, 1978.
Biografia: São Vicente Ferrer, santo prodigioso, 1980.
Muitas dessas obras foram traduzidas para a língua inglesa.
(Fonte: http://www.allaboutarts.com.br/dv/showpage)
Intelectual ocupava a cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras desde 1997.
Olinto, que foi casado com a escritora Zora Seljan
Antônio Olinto (Ubá, Minas Gerais, 10 de maio de 1919 – Copacabana, Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2009 ), escritor, acadêmico e intelectual da Academia Brasileira de Letras.
Sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária e análise política.
Carreira
Olinto nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 1919. O acadêmico estava na Academia Brasileira de Letras desde 1997.
Foi crítico literário de O Globo por 25 anos e colaborou em jornais de todo o Brasil e de Portugal. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. A Academia diz também que o poeta e ensaísta teve publicados na década de 50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.
Olinto dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil, na TV Tupi, e em seguida nas TVs Continental e Rio.
O escritor foi casado com a escritora e jornalista Zora Seljan. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de O Globo, Zora assinava a crítica de teatro no mesmo jornal. Zora Seljan faleceu no Rio de Janeiro em 25 de abril de 2006.
Em 31 de julho de 1997 foi eleito para a ABL na Cadeira nº 8, sucedendo o escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de diretor-tesoureiro nas gestões de 1998-99 e 2000. Nos últimos anos, segundo a ABL, proferiu ainda conferências em seminários no Brasil e no exterior.
Em 1998, o Jornal de Letras voltou a circular, sendo Olinto o editor-chefe desta nova fase. Em setembro, a Embaixada do Brasil na Romênia inaugurou em Bucareste a Biblioteca Antonio Olinto.
Em 2001 foi nomeado pelo então prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, para o cargo de Diretor Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da Secretaria das Culturas.
Recebeu o Prêmio Machado de Assis, em 1994, pelo conjunto de obras, da Academia Brasileira de Letras.
Antônio Olinto morreu dia 12 de setembro de 2009 de falência múltipla dos órgãos, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O acadêmico tinha 90 anos.
(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1301920-5606,00- Do G1, no Rio – 12/09/09)