A primeira mulher a se tornar primeira-ministra britânica
Primeira mulher premiê do Reino Unido
Polêmica, Thatcher era chamada de Dama de Ferro devido ao pulso firme.
Margaret Thatcher, primeira mulher a se tornar primeira-ministra britânica, cargo no qual ficou por três mandatos consecutivos, entre 1979 e 1990.
Ela foi uma das figuras dominantes na política inglesa no século XX, ao dirigir um governo que reduziu o tamanho do Estado e transformou o Reino Unido.
Sua política neoliberal, que entrou para a história com o nome de thatcherismo, ainda influencia líderes mundialmente e é criticada e elogiada até hoje, inclusive no Brasil.
Vida
Margaret Hilda Roberts nasceu em 13 de outubro de 1925 em Grantham, Lincolnshire.
Seu pai era pastor e membro do conselho da cidade, além de comerciante.
Na casa da família, a missa era obrigatória, e o trabalho, em casa ou ajudando o pai no comércio, era uma segunda religião, razão pela qual a jovem saía pouco.
Por conta disso, ela se tornou uma “viciada em trabalho”.
Pessoas próximas contam que ela costumava dormir quatro horas diárias e trabalhava “o resto do tempo”.
Maggie graduou-se em química em Oxford em 1947 e depois também estudou direito, formando-se em 1954.
Desta época, data o seu interesse e sua aproximação da política
Em 1951, casou-se com Denis Thatcher, um rico homem de negócios, com quem, dois anos depois, teve dois filhos gêmeos, Carol e Mark.
Além de lhe dar seu nome, Denis a acompanhou e apoio durante mais de 50 anos de casamento, até morrer em 2003.
Carreira política
Thatcher se tornou membro dos Tories, como é chamado o Partido Conservador, no Parlamento de Finchley, ao norte de Londres, em 1959, onde cumpriu mandato até 1962.
Seu primeiro cargo parlamentar foi como ministra-assistente para previdência no governo de Harold Macmillan.
De 1964 a 1970, quando o Partido Trabalhista assumiu o poder, ela ocupou diversos cargos no gabinete de Edward Heath. Heath se tornou primeiro-ministro em 1970, e Thatcher, sua secretária de Educação.
Durante o período que ocupou a pasta, ela aumentou o orçamento da educação no país, mas foi criticada por abolir o leite que era gratuito em escolas para crianças.
A medida polêmica lhe deu o apelido de Thatcher the Milk Snatcher, algo como Thatcher, a Ladra de Leite.
Após os conservadores sofrerem nova derrota, em 1974, Thatcher concorreu com Heath pela liderança do partido e, para surpresa de muitos, venceu a indicação. Em 1979, o Partido Conservador venceria as eleições gerais, e ela se tornaria primeira-ministra, aos 54 anos.
Cinco anos antes, ela havia declarado: “Serão necessários anos – e não verei isso de novo durante a minha vida – para que uma mulher dirija este partido ou se torne primeiro-ministro”.
“Thatcherismo”
Com ideias arrojadas, ela criou uma nova expressão no dicionário inglês: thatcherismo, que significa uma política que privilegia a liberdade de mercado, as privatizações, preconiza menos intervenção do governo na economia e mais rigor no tratamento com os sindicatos de trabalhadores.
Suas políticas conseguiram reduzir a inflação, mas o desemprego aumentou dramaticamente no período.
Durante seu governo, os sindicatos foram amordaçados, setores inteiros da economia (telecomunicações, ferrovias, aeronáutica) foram privatizados, e o chamado “Estado de bem-estar social” foi desmantelado.
Os impostos e os gastos públicos foram reduzidos.
Adversários diziam que Thatcher havia criado uma nação dividida entre o sul, mais rico, e o norte, mais pobre.
Os círculos empresariais a veneravam, mas sua revolução também se chocava com fortes resistências, uma divisão vigente até hoje na avaliação de seu legado.
Nos primeiros anos de seu mandato, foi superada a marca de três milhões de desempregados, nível inédito desde os anos 1930, pós-Grande Depressão.
Cresceram o mal-estar social e os confrontos com os sindicatos, contra os quais declarou uma guerra sem quartel.
No início dos anos 1980, os mineradores em greve se chocaram com a intransigência da Dama de Ferro, diferente do modo de atuar dos governos anteriores. Seus aliados afirmam que ela evitou que o país caísse vítima de uma crise energética.
Nova vitória
Apesar dos confrontos e polêmicas, o sucesso militar na guerra com a Argentina pelas Ilhas Malvinas, em 1982, e uma oposição trabalhista rachada ajudaram Thatcher a conquistar uma nova vitória nas eleições de 1983.
Em 1982, quando as tropas argentinas desembarcaram no arquipélago austral das Malvinas, sob dominação britânica desde 1833, Thatcher enviou uma força naval que em dois meses, facilmente, recuperou as ilhas, chamada de Falklands pelos britânicos.
A vitória encaminhou sua reeleição em 1983.
Atentado
Em 1984, Thatcher escapou por pouco de um atentado do IRA (o Exército Republicano Irlandês, com quem foi intransigente), que instalou um carro-bomba numa conferência do Partido Conservador em Brighton. Cinco pessoas morreram e vários ficaram feridas, inclusive colegas dela.
Horas depois do atentado, cumprindo a agenda, ela fez o pronunciamento de encerramento da conferência anual do Partido Conservador, prometendo não fazer concessões na luta contra o terrorismo.
Fim da Guerra Fria
Thatcher cultivou uma relação muito próxima e pessoal com o então presidente dos EUA, o republicano Ronald Reagan, e o reformista líder soviético Mikhail Gorbachov, o que a fez ter um papel importante no fim da Guerra Fria, que opunha os blocos capitalista e comunista.
Por conta disso, nessa época, recebeu, da imprensa soviética, o apelido de Dama de Ferro. Era para ser uma crítica, mas ela gostou e “adotou” o apelido.
“Margaret Thatcher era uma grande personalidade política e uma pessoa brilhante. Ela permanecerá na memória e na história”, disse Gorbachov sobre a morte, citado pela agência russa Interfax.
Ceticismo europeu
Ao nacionalismo de Thatcher, somou-se uma desconfiança em relação à União Europeia. Suas críticas aos “burocratas de Bruxelas”, gestores do bloco, entraram para a história.
A União Europeia (UE) lamentou nesta segunda a morte da ex-primeira-ministra britânica , que será recordada por suas “contribuições e por suas reservas ao projeto europeu”.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, destacou que a ex-dirigente foi “uma pessoa-chave, e também circunspecta” em relação à construção do projeto europeu.
Terceiro mandato e queda
Nas eleições de 1987, Thatcher ganhou um inédito terceiro mandato. Mas suas políticas controversas, como a adoção de novos impostos (a famosa “Poll Tax”, que provocou protestos de rua) e a oposição a qualquer integração mais próxima com a Europa, levaram sua popularidade a cair para o nível mais baixo desde que ela havia assumido o poder, em 1979.
A política interna da primeira-ministra começava a fracassar. Com a inflação alta, o país caminhava para a recessão, e sua liderança começou a ser questionada dentro do próprio Partido Conservador.
Em novembro de 1990, ela concordou em renunciar ao cargo e à liderança do partido, sendo substituída por John Major. A renúncia ocorreu em 22 de novembro.
Ela foi a recordista de tempo de permanência no poder no século XX, com 11 anos.
Aposentadoria
Após sua saída em prantos de Downing Street, residência oficial do premiê britânico, a baronesa Thatcher se refugiou no elegante bairro londrino de Belravia, onde continuou preparando lucrativas conferências e redigindo suas memórias.
Em fevereiro de 2007, ela tornou-se a primeira ex-chefe de Governo a ser homenageada com uma estátua no Parlamento ainda em vida.
Na época, já havia uns cinco anos que ela não falava e praticamente não era vista em público, depois de ter sofrido dois acidentes vasculares cerebrais leves e devido ao aumento de sua demência senil.
Mas ela viveu o suficiente para ver outro conservador, David Cameron, no poder, depois, depois de 13 anos de governos trabalhistas, embora Cameron tenha sido obrigado a formar uma inédita coalizão com os liberais-democratas.
Em um de seus primeiros discursos importantes, alguns meses depois de sua eleição, em maio de 2010, Cameron, que se apresenta como mais moderado que sua predecessora, definiu Thatcher como “a melhor primeira-ministra em tempos de paz do último século”.
Suas radicais posições direitistas alteraram tão profundamente a política britânica que os governos trabalhistas que a sucederam aceitaram muitas das suas políticas, criando o chamado “Novo Trabalhismo”, sob os governos de Tony Blair e Gordon Brown.
Em 2011, ela voltou a ser notícia ao ser lançado, no cinema, o filme “A Dama de Ferro”. A polêmica produção rendeu a Meryl Streep seu terceiro Oscar de melhor atriz.
Meryl afirmou que Thatcher foi uma pioneira para as mulheres.
Personalidade
Thatcher notoriamente ignorava seus críticos.
“A senhora não é de recuar”, disse ela num célebre discurso de 1980 a membros do seu Partido Conservador que pediam mais moderação no seu governo.
Outros que cruzaram seu caminho, particularmente na Europa, estavam sujeitos a violentas diatribes, frequentemente chamadas de “bolsadas”, numa alusão à bolsa de couro preto que ela invariavelmente carregava.
“Uma tirana brilhante, cercada por mediocridades”, foi como o ex-premiê Harold Macmillan a descreveu. “Aquela mulher sanguinária”, foi o veredicto menos complacente de outro ex-premiê, Edward Heath, seu antecessor como líder conservador.
(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04 – MUNDO – Do G1, em São Paulo – 08/04/2013)
Veja o legado de Margaret Thatcher para a economia britânica
Como premiê, ela reduziu o papel do Estado e incentivou o livre mercado.
Conhecida como Dama de Ferro, Margaret Thatcher, a primeira e única primeira-ministra britânica mulher até hoje, foi responsável por implementar políticas como a privatização de estatais e a redução da influência dos até então poderosos sindicatos britânicos. Personalidade polêmica, criticada e elogiada até hoje, Thatcher ocupou o cargo de premiê por três mandatos consecutivos, entre 1979 e 1990.
A primeira-ministra conduziu o Reino Unido durante a Guerra das Malvinas, em 1982, iniciadas quando a Argentina invadiu o território britânico. O confronto ajudou-a a retomar popularidade no seu país, mesmo em um momento de recessão e desemprego em alta, garantindo sua reeleição em 1983. Em 1990, ela renunciou ao posto de premiê e ao de líder do Partido Conservador, após Michael Heseltine desafiar seu comando da sigla. Antes, ela havia vencido eleições gerais em 1979, 1983 e 1987.
Durante seu governo conservador, milhares de britânicos conseguiram comprar casas populares e ações de empresas recém-privatizadas nas áreas de energia e telecomunicação.
Como primeira-ministra, ela estava determinada a moralizar as finanças públicas, e partiu firmemente para a redução do papel do Estado e para o incentivo ao livre mercado.
O controle da inflação era uma meta central do governo, que introduziu um corte radical nos gastos e nos impostos. Thatcher privatizou empresas estatais, fomentou a compra de casas populares e aprovou leis para coibir a militância sindical.
As novas políticas monetárias fizeram do centro financeiro de Londres um dos mais vibrantes e bem-sucedidos do mundo.
Nos primeiros anos de seu mandato, foi superada a marca de três milhões de desempregados, marca semelhante à dos tempos da Grande Depressão, nos anos 1930, e cresceram o mal-estar social e os confrontos com os sindicatos, contra os quais declarou uma guerra sem quartel. No início dos anos 1980, os mineradores em greve se chocaram com a intransigência de “Maggie”. Segundo seus defensores, as medidas adotadas pela premiê evitaram que o país caísse em uma crise energética.
Em busca de um país mais competitivo, antigas indústrias foram desativadas.
Apesar de pressão popular, Thatcher não cedia. Em uma conferência partidária de 1980, ela declarou: Aos que esperam por uma guinada, só tenho uma coisa a dizer: dêem a guinada se quiserem. Essa dama não volta atrás.
No fim de 1981, sua taxa de aprovação havia caído para 25%, nível mais baixo registrado para qualquer premiê até então.
No ano seguinte, a economia iniciou sua recuperação e, com isso, cresceu a popularidade de Thatcher.
Críticos e simpatizantes
Para seus críticos, Thatcher foi uma política que colocou o livre mercado acima de tudo. Foi acusada por muitos de deixar que parte da população pagasse o preço por iniciativas que aumentavam o desemprego e geravam distúrbios sociais.
Para seus simpatizantes, a ex-premiê reduziu o tamanho de um Estado inflado e a influência dos sindicatos, além de restaurar a força britânica no mundo.
Acima de tudo, ela foi uma política de opiniões firmes. Sua crença de que não deveria ceder em suas convicções mais enraizadas foi sua maior força e, ao mesmo tempo, sua maior fraqueza, diziam muitos.
“Gostemos ou não, Margaret Thatcher mudou a economia britânica para sempre. E também mudou a maneira de pensar dos britânicos sobre o dinheiro, o capitalismo e a empresa. Cameron e Blair herdaram isso”, explicou Tony Travers, professor na London School of Economics.
No momento da morte de Thatcher, a sociedade britânica ainda parece mais “thatcherista” do que quando ela estava no poder, e as críticas se multiplicam atualmente na imprensa popular contra a generosidade dos subsídios sociais.
“Agora somos todos filhos de Thatcher”, disse o Daily Telegraph, próximo aos conservadores. Uma opinião compartilhada pelo The Guardian (centro-esquerda), para o qual o “Reino Unido é mais thatcherista que nos anos 1980”.
(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04 – MUNDO – Do G1, em São Paulo – 08/04/2013)
Em 4 de maio de 1979 – Margaret Thatcher (1925-2013) tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro da Inglaterra.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 4 de maio)
Em 4 de maio de 1979 – Margaret Thatcher (1925-2013) assume como primeiro-ministro do Reino Unido. Seu mandato se prolonga até 1990.
(Fonte: Correio do Povo – ANO 118 – N° 216 – GERAL – 4 de maio de 2013 – CRONOLOGIA/ Por Dirceu Chirivino – Pág; 16)
Margaret Thatcher vence leições
Candidata do Partido Conservador, Margaret Thatcher foi nomeada em 4 de maio de 1979 primeira-ministra da Grã-Bretanha pela rainha Elisabeth II.
Antes de desocupar a casa que será de Thatcher, o antigo premier – derrotado nas eleições -, James Callaghan, representante do Partido Trabalhista, afirmou que “o fato de uma mulher ocupar este cargo é muito importante na história do país.”
(Fonte: Zero Hora – ANO 46 – N° 15.952 – HÁ 30 ANOS EM ZH – 5 de maio de 1979/2009 – Pág; 63)