OS 200 ANOS DE OSORIO
A vida de Manoel Luis Osorio, o gaúcho que virou soldado ainda menino e chegou a herói do Brasil:
Nasce na Vila Nossa Senhora da Conceição do Arroio, em 10 de maio de 1808. É o terceiro filho do tenente-coronel Manuel Luis da Silva Borges e de Ana Joaquina Osorio.
Em 1823, antes de completar 15 anos, assenta praça como voluntário na Legião de São Paulo. Acompanha o pai nas lutas contra as tropas portugursas que não aceitavam a Independência do Brasil e haviam se acantoado no Uruguai. A missão do adolescente é taratar os cavalos, cuidar dos arreios e das barracas, mas recebe o batismo de fogo nos arredores de Montevidéu, combatendo pela primeira vez.
Torna-se alferes (aspitante a oficial), em 1824, aos 16 anos. Em outubro do ano seguinte, salva o seu comandante, Bento Manuel, na batalha do Sarandi, ocorrida no Uruguai.
Em fevereiro de 1827, luta contra os espanhóis no Passo do Rosário (a maior batalha campal em solo brasileiro, no atual município gaúcho de Rosário do Sul). É promovido a tenente, aos 19 anos.
Em 1835, quando estoura a Revolução Farroupilha, casa-se com Francisca de Oliveira. Mora em Bagé, até simpatiza com os rebeldes, mas resolve lutar ao lado dos imperiais, pois rejeita a ideia de separar o Rio Grande do Sul do Brasil. É promovido a tenente-coronel.
Aos 43 anos, em 1852, destaca-se na Batalha de Monte Caseros, na Argentina. Pela bravura nas campanhas contra o Uruguai e o ditador argentino Juan Manuel Rosas (1851-52), torna-se coronel.
É promovido a brigadeiro, em 1856.
BIOGRAFIA
O centauro. O lendário. A Lança do Império. O general intrépido que combatia no front das batalhas. O estrategista cujas façanhas impressionavam até os inimigos. O guardião das fronteiras do Brasil. Estes e outros atributos são em homenagem ao marechal Manoel Luis Osorio – o Patrono da Cavalaria brasileira. Tornou-se um militar corajoso, elogiado até pelos inimigos. O general Osorio participou de todas as guerras do século 19, que foram importantes para definir o desenho que o mapa do Brasil tem hoje.
Ele nasceu em 10 de maio de 1808, na Vila Nossa Senhora da Conceição do Arroio (originou o município de Osório, hoje pertencente a Tramandaí).
Despertou para a vocação militar ainda menino. Antes dos 15 anos, alistou-se para lutar contra os portugueses que se insurgiram contra a independência do Brasil. Eram os tempos do “pica-fumo” – no jargão dos quartéis, o mais moço; no linguajar dos gaúchos, o novato que pica o fumo em corda para o patrão fechar o cigarro de palha.
Manoel Luis Osorio esteve a serviço do Brasil nas principais conflagrações ao longo do século 19. Empunhou sua temível lança nas guerras contra os vizinhos uruguaios e argentinos e na Revolução Farroupilha (1835-45). Brandiu o pesado sabre recurvo na Guerra do Paraguai (1865-70), sendo ferido no campo de batalha.
Osorio ganhou todas as estrelas do Exército, foi senador, ministro, conselheiro de dom Pedro II. Recebeu os títulos de barão, visconde e marquês, a coleção de medalhas não caberia na sua farda. Era admirado por Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, os adversários também reconheciam sua bravura. O argentino Domingos Sarmiento (depois presidente do seu país) elogiou a cavalaria ligeira de Osorio: “…notáveis cavaleiros: montavam até em potros com a elegância que não tinham os gaúchos argentinos. Laçavam com qualquer das mãos, sem que seus arreios militares, suas lanças, suas espadas e pistolas à cintura os embaraçassem”.
Autor de dois livros históricos produzidos para o bicentenário, o coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia ressalta que a comoção em torno da morte de Osorio, em 4 de outubro de 1879, aos 71 anos, pode definir a importância do Patrono da Cavalaria. O poeta gaúcho Múcio Teixeira, contemporâneo de Osorio, registrou que a “nação inteira” cobriu-se de luto.
CURIOSIDADES DE UM GENERAL
O MARQUÊS DA ERVA-MATE
Osorio apreciava tomar chimarrão, tinha uma cuia ricamente adornada e uma bomba de prata. Ganhou os títulos de barão, depois visconde e marquês do Herval. Em 1856, quando comandava a região de fronteira em São Borja, foi encarregado de descobrir matas de erva-mate, no Alto Uruguai (divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Em reconhecimento ao rico erval que explorou, recebeu o título herval do imperador dom Pedro II.
AS BOCAS DE FOGO
O Brasil estava ben equipado de canhões – La Hitte e Whitworth – na Guerra do Paraguai. Comprados na França, Inglaterra e Espanha, também foram fabricados no Rio de Janeiro. Um petardo do La Hitte alcançava o inimigo a 4.100 metros de distância.
O SABRE DE HONRA
Em 1871, em reconhecimento aos feitos nas guerras, Osorio recebeu o Sabre de Honra do então coronel Deodoro da Fonseca. Verdadeira jois, a arma cinzelada em ouro e ornada de brilhantes diamantinos mede 1m8cm e pesa 1.920 gramas. Na lâmina, estão gravadas as cenas de combate. A dedicatória: “Do Exército ao bravo Osorio”.
A LANÇA DE HONRA
A cavalaria ligeira de Osorio usava lanças que aterrorizavam os inimigos nos entrechoques. Em 1877, ele ganhou a Lança de Honra, mandada confeccionar pela população do Rio de Janeiro. A lâmina está apoiada num capitel de ouro, onde desponta uma águia. É outra obra-prima de ourivessaria, preservada pelo Exército brasileiro.
OS GUASCAS DESTEMIDOS
O General Dionísio Cerqueira descreveu os gaúchos rudes que integravam a tropa de Osorio: “Barbas longas até o peito, cabelos trançados… longas adagas… Todos tinham boleadeiras, umas de marfim, outras de ferro… Traziam ainda a chaleira de mate pendurada na argola (da montaria)…”
FRASES PARA A POSTERIDADE
Historiadores contam que Osorio era de poucas palavras. Não espichava conversa, mas deixou frases que ficaram gravadas no bronze da eternidade. Em abril de 1865, ao ser o primeiro combatente a pisar no solo paraguaio, ao cruzar o Passo da Pátria, proclamou: “Soldados! É fácil a missão de comandar homens livres: basta mostrar-lhes o caminho do dever.” A pérola pode ser lida no monumento a Osorio, na Praça da Alfândega, centro de Porto Alegre.
Entre 1865 e 1870, durante a Guerra do Paraguai, consolida a fama de líder valente e estrategista. Participa dos principais combates, como em Tuiuti (1866), a maior batalha travada na América do Sul. Em 1868, na batalha do Avaí, é ferido no rosto, fraturando o maxilar.
Em 1868, doente e forçado a abandonar o front no Paraguai, fica viúvo. Aos 60 anos, é marechal-de-Exército.
Em janeiro de 1877, é escolhido senador pela Princesa Isabel, representando o Rio Grande do Sul.
É eleito Ministro da Guerra, em 1878.
Morre, em 4 de outubro de 1879, aos 71 anos, coberto de glórias, medalhas e pela admiração dos brasileiros.
(Fonte: Zero Hora – ANO 45 – N° 15.594 – GERAL – OS 200 ANOS DE OSORIO/ Por Nilson Mariano – 10 de maio de 2008 – Pág; 40)
(Fonte: livros Osorio e Episódios Militares, do coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia)
(Fonte: Correio do Povo – ANO 118 – N° 222 – CRONOLOGIA/ Por Renato Bohusch – 10 de maio de 2013 – Pág; 23)
Manuel Luís Osório, militar (10 de maio de 1808), falecido em 4 de outubro de 1879
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 10 de maio)