Rudolf Brazda, último sobrevivente dos “triângulos rosas” – homossexuais internados em campos de concentração durante a II Guerra Mundial.
Brazda nasceu em 26 de junho de 1913, na Saxônia (leste da Alemanha), em uma família checa de língua alemã. Ele estava entre os cerca de 10 mil deportados por Adolf Hitler devido à orientação sexual.
Em 1937, foi condenado a seis meses de prisão por participar de “uma orgia entre homens” e, mais tarde, expulso e levado à então Checoslováquia. Lá, foi novamente julgado e condenado a 14 meses de detenção pelo mesmo fato.
Após cumprir pena, Brazda foi deportado a Buchenwald por ser considerado reincidente. Sobreviveu a 32 meses de maus-tratos e humilhação graças à sua amizade com um chefe comunista e “um pouco mais de sorte que os outros”. No local, do qual foi libertado em abril de 1945, foi obrigado a usar um triângulo rosa, símbolo que estigmatizava os homossexuais.
O drama dos “triângulos rosas” permaneceu desconhecido até 1980, quando foram publicados livros, rodados filmes e encenadas peças de teatro que discutiam a questão. Em 2008, Brazda saiu do anonimato, quando a Alemanha inaugurou um monumento para homenagear os “triângulos rosas” e anunciou que apenas uma testemunha permanecia viva.
Ao lado de seu amigo Jean-Luc Schwab, Brazda escreveu sua biografia, Triângulo Rosa – Um Homossexual no Campo de Concentração Nazista, no qual relembrou os 32 meses no campo de concentração, os trabalhos forçados, a presença da morte, as agressões e as humilhações. Em abril do ano passado, ele foi nomeado cavaleiro da Legião de Honra francesa, uma alta condecoração do país.
Seu companheiro, Edouard Mayer, com quem viveu por mais de 50 anos, morreu em 2003.
Rudolf Brazda morreu em 3 de agosto de 2011, aos 98 anos, em Bantzenheim, no leste da França. De acordo com a família, ele vivia desde junho em um centro hospitalar para idosos.
(Fonte: Zero Hora – ANO 48 – N° 16. 740 – TRIBUTO – 5 de agosto de 2011)