Orlando Vieira Dantas, ou simplesmente Orlando Dantas (Capela, Sergipe, 28 de setembro de 1900 Aracaju, 9 de abril de 1982), jornalista, industrial, político e escritor brasileiro.
Orlando Dantas descendia de tradicional família sergipana ligada à cana-de-açúcar. Ingressou nos negócios da família, tendo dirigido a Usina Vassouras e contribuído para a modernização da agroindústria no estado de Sergipe.
Destacou-se porém como intelectual e jornalista, tendo fundando em 1956 o jornal Gazeta Socialista que depois transformou em Gazeta de Sergipe. Como político foi deputado estadual constituinte em Sergipe em 1946 pela Esquerda Democrática. Em 1950 foi eleito deputado federal pelo Partido Socialista Brasileiro, sendo o único membro da sua bancada, tendo participado ativamente da campanha O Petróleo É Nosso que resultou na criação da Petrobrás. Ao final do seu mandato retorna a Sergipe participando com destaque da política local. No governo de Seixas Dória, foi nomeado presidente do Banco do Fomento Econômico do Estado de Sergipe, depois Banco do Estado de Sergipe.
Orlando Dantas fundou em 1930, o Diário de Notícias, o Diário destacou-se nas décadas de 30 e 40 por suas posições liberais; durante o Estado Novo, já com uma tiragem de 150 000 exemplares, o matutino sustentava a causa dos Aliados. Em 1960 tem início uma situação crítica para ele, que atingiu seu ponto máximo em 1970, quando 140 funcionários foram despedidos sem indenização.
Posteriormente, o deputado Ricardo Fiúza, Arena-PE, ligado ao grupo financeiro T. A. A., assumiu a direção do Diário, para vendê-lo em 1974 ao jornalista Olímpio Campos, que, depois de uma série de obscuras transações vê o jornal interditado pela Justiça. Em 10 de novembro de 1976, no Rio de Janeiro é decretada pelo juiz Luiz Salgueiro Cerqueira, da 4.ª Vara Cível do Rio de Janeiro, a falência da S. A. Diário de Notícias.
Publicou diversos ensaios sobre a economia sergipana e brasileira, entre os quais O problema Açúcareiro de Sergipe, 1944, e Análise sobre a Inflação Brasileira, 1958, mas sua obra mais importante foi Vida Patriarcal de Sergipe publicado pela editora Paz e Terra em 1980.
Orlando Dantas faleceu em 9 de abril de 1982, em Aracaju.
(Fonte: Veja, 17 de novembro de 1976 – Edição n° 428 – DATAS – Pág; 131)