Rafael Bordalo Pinheiro (Lisboa em 21 de março de 1846 – Lisboa, 23 de janeiro de 1905), autor do personagem satírico Zé Povinho.
Apaixonado pelo lado boêmio da vida lisboeta e avesso a qualquer disciplina, matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas-Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreia-se como ator no Teatro Garrett e no luxuoso Theatro Thalia na costa do Castelo.
Em setembro de 1868 inscreve-se como membro da Sociedade Portuguesa concorrendo com regularidade, entre 1868 e 1874, às exposições promovidas pela Sociedade Promotora de Belas-Artes com composições realistas.
Na 7ª exposição (1868) apresenta 8 aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos.
Em 1870 publica o álbum Calcanhar de Aquiles, a 1ª série da colecção A Berlinda e a revista O Binóculo.
No ano seguinte, o quadro de vastas dimensões desenhado numa simples folha de papel – “Bodas de Aldeia” -, inspirado numa cena ribatejana, é premiado na Exposição Internacional de Madrid e, no ano seguinte, conclui o ciclo de desenhos a carvão com “O Enterro na Aldeia”.
Ao mesmo tempo que concorre às exposições da Promotora, desenvolve paralelamente a faceta de ilustrador e decorador, compondo desenhos para almanaques, anúncios e revistas estrangeiras como “El Mundo Comico” (1873-74), “Ilustrated London News”, “Ilustracion Española y Americana” (1873), “L Univers Illustré” e “El Bazar”.
Até à Lanterna Mágica publicada em 1875, berço de origem do Zé Povinho, são numerosos os trabalhos. Em 1872 entra no universo da histórias aos quadradinhos a partir de uma sátira à viagem de D. Pedro II pela Europa -“Apontamentos sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa – que teve três impressões.
Seguiram-se os frontispícios do jornal de Artes e Letras (1872) e do Almanaque das Artes e Letras (1874). Publicou dois fascículos de M. J. ou a História Tétrica d uma Empreza Lyrica(1873), os dois volumes do Almanaque de Caricaturas (1873-74), coleção de portraits-charge de vários atores, e a admirável coleção de litografias Os Theatros de Lisboa (1875).
Rafael Bordalo Pinheiro, artista português nascido em Lisboa em 21 de março de 1846 é o criador do Zé Povinho.
O personagem, presente surge na bibliografia de Bordalo em 1875, com a publicação no periódico A Lanterna Mágica, com a charge intitulada “Calendário Português”, numa alusão aos impostos cobrados pelo governo.
No mesmo ano em que publicou o Zé Povinho pela primeira vez, Rafael Bordalo Pinheiro esteve no Brasil, onde colaborou com alguns jornais, enviando material para Lisboa. A viagem ao Brasil durou até 1879.
A 19 de Agosto de 1875 parte para o Brasil onde trabalha nos jornais O Mosquito, Psit!!! e O Besouro e desfruta dos prazeres do Rio de Janeiro com os seus companheiros da “República das Laranjeiras”.
Do lado de lá do oceano Atlântico continua a enviar a sua colaboração para jornais e revistas, exemplo disso é o Álbum de Phrases e Anexins da Língua Portuguesa (1876) e o Almanaque da Senhora Angot (1876-77).
As saudades da Pátria e as constantes ameaças contra a sua vida fazem-no regressar a Portugal, onde chega em Maio de 1879, para começar logo a trabalhar n”O António Maria (1879).
Seguiu-se o Álbum das Glórias (1880), No Lazareto de Lisboa (1881), Pontos nos iis (1885) e, finalmente, A Paródia (1900).
Em 1885 homenageia os companheiros do Grupo do Leão com um painel decorativo no Café Leão de Ouro. E ainda tem tempo para, juntamente com os seus irmãos Columbano e Maria Augusta participar na redecoração do interior do Palácio do Beau Séjour.
Pela decoração do Pavilhão de Portugal na Exposição de Paris de 1889 recebe a Legião de Honra. É distinguido internacionalmente em 2 publicações parisienses de J. Grand Carteret – Bismark en Caricaturas (1890) e Crispi Bismark et la Triplice Alliance (1891).
Rafael Bordalo Pinheiro morreu em 23 de janeiro de 1905, em Lisboa. O desenhista e aguarelista, ilustrador de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor, morreu no princípio do século 20 mas a atualidade da sua obra faz com que seja intemporal.
(Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/internet – NOTÍCIAS – TECNOLOGIA – INTERNET – 21 de Março de 2013)
(Fonte: http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/caricatura/bordalo_pinheiro/biografia)