Abraham Bloemaert (Gorinchem, 1566 Utrecht, 27 de janeiro de 1651), um refinado criador de cenas campestres, um dos principais mestre da escola de Utrecht, uma cidade medieval encravada no coração da Holanda. Foi um fino exemplo da narrativa pictórica praticada no século XVIII na terra dos diques e moinhos.
Num tempo em que os pintores de outros países europeus empunhavam seus pincéis para criar obras sacras ou retratos empolados da nobreza, os holandeses pintavam sua própria burguesia, compondo um vivo painel de época.
São retratos de família, paisagens urbanas, cenas rurais e até arranjos de flores. Situações cotidianas banhadas por uma luminosidade algo dramática, inspirada na obra do italiano Caravaggio, que influenciava fortemente a pintura europeia da época.
Esse artista, que ganhava a vida vendendo seus trabalhos para o povo da cidade, influenciaria uma dupla de gênios do pincel, os seus conterrâneos Rembrandt (1606-1669) e Jan Vermeer (1632-1675).
(Fonte: Veja, 1° de abril de 1998 Edição n.° 1540 Ano 31 N° 13 – ARTE/ Por Angela Pimenta – Pág; 120/121)