Conheça a trajetória de Attilio Fontana
Atílio Fontana (Santa Maria, 7 de agosto de 1900 – São Paulo, 15 de março de 1989), empresário e político brasileiro.
Fundador do maior grupo nacional do setor alimentício, a Sadia.
Não chegou a terminar o primário, mas foi deputado, senador e vice-governador de Santa Catarina.
O perfil de um empreendedor
Véspera do dia de São Pedro, em um vilarejo do Sul do País. O menino Attilio Fontana, então com oito anos de idade, recebe uma proposta para vender bolachas caseiras durante a festa do padroeiro.
Assim aconteceu o contato inicial de Attilio Francisco Xavier Fontana com o comércio. Seu lucro, de 1.400 réis (catorze tostões), foi o primeiro dinheiro ganho com esforço próprio e, sem dúvida, marca o início de uma história de muito trabalho e grandes empreendimentos.
Nascido em 7 de agosto de 1900, em Arroio Grande, distrito de Silveira Martins, em Santa Maria da Boca do Monte, Rio Grande do Sul, Attilio Fontana herdou dos pais, Romano Fontana e Theresa Dalle Rive, a garra e o amor a Deus e ao trabalho.
Proveniente da região de Vicenza, Norte da Itália, o casal emigrou para o Brasil em 1888. Trabalhando inicialmente na construção de estradas e na ferrovia, Romano Fontana conseguiu juntar certa quantia e comprar, dois anos depois, um sítio na colônia de Arroio Grande, onde se dedicou à lavoura, sobretudo de alfafa.
Assim como seus onze irmãos, Attilio começou cedo a trabalhar na terra, de início em Arroio Grande, e, a partir de 1911, no Lajeadinho, em São Pedro do Sul, do outro lado de Santa Maria.
Por volta de 1913, seu pai era um próspero produtor de alfafa e atendia a granjeiros da região. A entrega era feita de carroça pelos irmãos Domingos e Attilio Fontana. Enquanto Domingos acertava as contas com o comprador, cabia a Attilio cuidar dos animais. Em uma dessas ocasiões, alguns vizinhos de um dos granjeiros viram no jovem a pessoa ideal para supri-los de produtos escassos no lugarejo, como ovos e galinhas. Como a viagem era feita toda semana, seria fácil. Attilio poderia comprar os produtos e revendê-los. E foi o que fez por oito meses, enquanto durou o contrato com aquele granjeiro. No final da empreitada, obteve um lucro de 24 mil-réis.
As oportunidades não paravam de surgir para Attilio. Certa vez, uma viúva vizinha de sua família precisou desfazer-se de uma bezerrinha. De imediato o jovem Fontana resolveu comprar o animal em sociedade com um irmão. Em pouco tempo, a novilha cresceu, engordou e teve duas crias. A primeira ficou com Attilio; a segunda foi vendida com a mãe por um bom preço. Attilio Fontana iniciou seus estudos aos sete anos, aprendendo as primeiras letras com o pai, em dialeto vêneto. Somente aos nove começou a estudar português. Apesar de na escola seu professor notar nele uma “boa cabeça”, Attilio cursou apenas até o terceiro ano primário. Mas seu tino para os negócios já havia aflorado.
O PRIMEIRO EMPREGO
A vida continuava dura, com muito trabalho na lavoura. Romano Fontana fazia questão de que os filhos aprendessem as atividades ligadas ao campo. Certa ocasião, comprou uma prensa de aço, que logo provocou a curiosidade de Attilio.
Em pouco tempo, o garoto operava a engenhoca com muita habilidade. A experiência possibilitou-lhe o aprendizado necessário para se tornar um excelente enfardador de alfafa e também abriu as portas para seu primeiro emprego.
Com a morte do pai, em 1921, Attilio mudou-se para Bom Retiro de Campos Novos, atual Herval d”0este, em Santa Catarina, para trabalhar sob contrato com Casimiro Tisian. Sua principal atividade era enfardar a alfafa, embora ajudasse também na lavoura de trigo.
Pouco tempo depois, Tisian, observando a desenvoltura de Attilio, ofereceu sociedade ao empregado na comercialização da alfafa. O patrão não tinha jeito para os negócios, tanto que decidiu colocar à venda sua casa de comércio. Como não tinha o dinheiro necessário, Attilio resolveu recorrer à família Fuganti, conterrânea sua, para que comprasse a casa de Tisian e lhe desse alguma participação.
Para tanto, seria necessário fazer uma viagem a São Paulo e, com o intuito de torná-la mais lucrativa, Attilio convence o patrão a adquirir, em sociedade, um lote de 38 porcos que seriam vendidos na região paulista de Osasco. Mas a ideia não foi nada feliz. Devido a um excesso de oferta, os preços dos suínos despencaram, e patrão e empregado amargaram um grande prejuízo. Tisian ficou bastante irritado, porém Attilio tomou o acontecido como um desafio: “Pois saiba o senhor que os próprios porcos é que vão cobrir o meu prejuízo”.
Em parte a viagem a São Paulo tinha dado certo. A família Fuganti adquiriu o estabelecimento de Tisian, mas não deu a esperada participação nos negócios ao intermediário. Attilio continuou sendo empregado, porém recebeu licença para negociar a alfafa com os colonos da região, recebendo por isso alguma comissão. Paralelamente, vendia e comprava suínos. Assim, começou a juntar certa quantia de dinheiro e, em 1924, comprou um pequeno hotel.
A VISÃO DE UM EMPREENDEDOR
Attilio trabalhava catorze horas por dia, e quem tomava conta do hotel eram sua esposa, Diva Bordin, com quem se casara em 1922, e a cunhada. Com o passar do tempo, ele achou por bem transformar o hotel em loja. Em sociedade com o sogro e com o apoio dos agricultores locais, que prometeram ser seus clientes, deu início a essa nova empreitada. Com sua inquietude natural, Attilio começou a inovar ainda na fase da montagem das prateleiras. Em vez de esperar os caixeiros-viajantes para adquirir seu estoque, decidiu fazer suas compras diretamente das matrizes atacadistas, para, com isso, oferecer melhores preços aos seus clientes.
Em janeiro de 1925, fez sua segunda viagem a São Paulo, e, como não poderia deixar de ser em se tratando de Attilio Fontana, resolveu retomar a história do prejuízo com a venda dos porcos.
Desse modo, partiu para São Paulo com um bom lote de suínos. Logo no início da viagem, um novo imprevisto aconteceu, mas dessa vez com um outro desfecho. Attilio já havia embarcado os animais, quando começaram a passar trens com tropas militares integrantes da Coluna Prestes. Obrigado a desembarcar sua carga, ele improvisou um chiqueiro à beira do rio do Peixe e ali permaneceu por vinte dias, até ser autorizado a partir. Nesse tempo, ocorreu uma grande alta no preço dos animais e, antes mesmo de chegar a São Paulo, na cidade de Itararé, Attilio vendeu seus porcos pelo dobro do preço.
Com o lucro obtido, fez as compras para abastecer sua loja – tecidos, artigos de armarinho, louças, ferragens, latarias e conservas – e, em quinze dias, a mercadoria chegava a Bom Retiro. Conforme o previsto, a primeira casa de comércio de Attilio Fontana se pôs a vender os produtos a preços mais baixos. Por isso, em pouco tempo, sua clientela estava formada, garantindo um lucro de cerca de 20%, em média.
BONS NEGÓCIOS COM SUÍNOS
Para renovar o estoque de sua casa de comércio, Attilio continuou fazendo suas viagens a São Paulo, sempre transportando lotes de suínos para vender em Itararé. Um de seus compradores era a firma Antonio Menck & Irmão, que possuía sede em Osasco e uma filial em Itararé.
Em 1927, Attilio Fontana procurou Carlos Menck para propor um acordo de fornecimento regular de porcos, e acabou por ser convidado para um negócio muito melhor e definitivo em sua trajetória profissional.
Menck sugeriu uma sociedade em cota de participação: adiantaria o dinheiro para que Attilio comprasse os animais em Santa Catarina e os embarcasse para Itararé; de lá, ele os remeteria para Osasco. Sociedade feita, 50% para cada parte, Attilio Fontana teve então o capital necessário para dinamizar os negóciosl.
A forma proposta era tão boa que vários comerciantes de Santa Catarina quiseram trabalhar nas mesmas bases com os Menck. Mas a resposta era sempre a mesma: quem os representava na região era Attilio Fontana.
Anos mais tarde, em seu livro de memórias, ele escreveu: “Uma sociedade rara, feita apenas verbalmente, sem nenhuma espécie de documento; na base tão-somente da palavra empenhada. E durou nada menos que dezoito anos, sem que jamais tivesse havido um só arranhão na lisura, na estima e na confiança com que nos tratávamos”.
Os negócios cresciam, e o nosso comerciante atraía os mais variados convites. Já com duas lojas em Bom Retiro, Attilio Fontana foi convidado a abrir um novo estabelecimento no município de Cruzeiro, hoje Joaçaba. Uma família local, dona de muitas terras, estava projetando ali a formação de uma vila, que se chamaria Água Doce. Até então, havia uma única loja na região. Attilio recebeu cerca de 100.000 m2 para instalar seu novo negócio.
Tanto as casas de comércio como os negócios com suínos caminhavam bem. Os convites feitos a Attilio Fontana também aumentavam. Foi assim que, em 1933, ele foi procurado para abrir uma nova casa em um município hoje chamado Videira. Como já possuía negócios de compra de porcos na região, não titubeou e adquiriu um imóvel com uma pequena loja na frente, que logo se transformaria em um magazine de grande movimento. Mas foi em 1935 que surgiu um convite com sabor especial.
AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ
A família Fuganti, que havia comprado o estabelecimento de Tisian e, na ocasião, negado a Attilio Fontana participação nos negócios, propôs-lhe sociedade. Os Fuganti possuíam três casas de comércio, e Attilio, juntamente com mais dois sócios – Honório, seu irmão, e Vicente Conte -, possuía outras três.
Como os negócios de Attilio Fontana andavam melhor, as lojas ficaram sob sua orientação administrativa. O ponto alto dessa união foi a construção de uma filial em Londrina, no Paraná, inaugurada em 1936.
A sociedade com os Fuganti só se desfez em 1939, após a morte de Honório. Acamado e bastante doente, o irmão de Attilio pediu para que ele nunca deixasse de olhar por sua esposa e seus filhos. Em 1938, Honório faleceu, e Attilio cumpriu a promessa feita em seu leito de morte. O contrato com os Fuganti era claro: no caso de um dos sócios falecer, caberia aos remanescentes decidir se os herdeiros permaneceriam nos negócios ou não. Os Fuganti decidiram, então, pagar a parte da viúva e afastá-la da sociedade. Attilio não se sentiu bem com a decisão e optou por retirar-se também.
Com a dissolução da empresa, os negócios precisavam ser divididos. Na ocasião, a Fuganti, Fontana & Cia. era composta por cinco estabelecimentos: o de Bom Retiro, Água Doce e Cruzeiro, em Santa Catarina, o de Londrina e o de São Paulo. Na divisão, Attilio ficou com as três de Santa Catarina, e os Fuganti com as outras duas.
Pouco tempo depois, Attilio Fontana vendeu as lojas de Água Doce e de Cruzeiro, ficando apenas com a de Bom Retiro. Os negócios iam muito bem, mas seus sonhos eram maiores.
Em Concórdia, oeste de Santa Catarina, um empreendimento industrial, composto por um pequeno moinho, um abatedouro de suínos e um frigorífico, estava parado por desavenças entre os cotistas. O então prefeito, Dogelo Goss, convidou Attilio para uma visita ao local e, logo nos primeiros contatos, todos já estavam insistindo para que ele assumisse a direção da sociedade, proposta essa não aceita, pelo menos não nos termos sugeridos. Ao invés disso, Attilio Fontana propôs uma sociedade de participação: 50% para os cotistas e 50% para ele, para que administrasse o negócio.
Proposta feita, proposta aceita. Mas, para iniciar essa associação, Attilio faria funcionar inicialmente o pequeno moinho de trigo. Assim, em 1942, o moinho estava em total atividade, com capacidade para industrializar cerca de seis toneladas de trigo por dia. Com os recursos gerados, aumentou as compras de trigo e começou a pagar as dívidas vencidas, para evitar os juros.
No início de 1943, apesar de o balanço da nova sociedade ter sido muito bom, Attilio Fontana quis retirar-se dos negócios. Mas os cotistas foram irredutíveis e insistiram para que permanecesse. Sendo assim, ele fez uma proposta que julgou impossível de ser aceita: compor uma nova sociedade, comprando as cotas pela metade do valor nominal para que fossem pagas em dinheiro ou em ações do empreendimento. Para sua surpresa, eles concordaram.
A SADIA
No ano seguinte, em 7 de junho de 1944, foi constituída formalmente a S. A. Indústria e Comércio Concórdia, composta por 27 acionistas e tendo como diretor-presidente Attilio Fontana. Um de seus primeiros atos foi juntar as iniciais do nome da empresa, correspondentes à expressão “sociedade anônima”, à última sílaba de Concórdia. Estava criada a marca Sadia, sinônimo de uma das maiores indústrias alimentícias da América Latina.
Os negócios prosperaram, não só com o moinho,mas também com o frigorífico, que processava carne suína para fazer banha, toucinho, salame, lingüiça, presunto e carnes salgadas, todos com a marca Sadia.
O nosso grande empreendedor não parou por aí. Ainda em 1944, depois do falecimento de sua mãe, Attilio Fontana mudou-se para Concórdia e continuou a trabalhar seguindo três alicerces básicos, nos quais sempre acreditou: o respeito ao trabalho do homem, o cuidado com a terra e a valorização da técnica.
Em 1951, Attilio Fontana, em sociedade com os irmãos Germani, iniciou a implantação de um moinho de trigo em São Paulo. Para essa nova empreitada, era preciso comprar maquinário moderno. Uma empresa italiana, Officinas Meccanicas Reggiani, ofereceu um bom negócio. Foi feito um adiantamento, mas, decorrido um ano,chegou a notícia de que a empresa decretara falência.
Para tentar resolver o problema, Attilio Fontana foi pela primeira vez ao exterior, vindo a conhecer, desse modo, a terra de seus ancestrais. O caso das máquinas foi finalmente resolvido, porém dessa viagem à Europa ficou a certeza de que, para desenvolver e melhorar as atividades industriais no Brasil, era fundamental adquirir o conhecimento e a tecnologia usados no exterior.
O CRESCIMENTO E CONSOLIDAÇÃO
Por fim, em 10 de março de 1953 foi inaugurado o Moinho da Lapa S. A., uma criação pioneira para a jovem Sadia, na época com apenas nove anos de atividade.
Propositadamente instalada em São Paulo, a nova empresa ampliava ainda mais a ação da Sadia, que passava então a ter uma veia industrial na capital paulista, inscrevendo-se em definitivo no cenário nacional.
No início da década de 60, o País vivia tempos difíceis. Em 1961, o presidente Jânio Quadros renunciou, e seu sucessor, João Goulart, foi destituído do cargo em 1964, acirrando ainda mais a radicalização político-ideológica.
Tudo era discutido com fervor: a reforma agrária, a entrada de capital estrangeiro, o papel do Estado. Paralelamente, a inflação galopava e, decerto, não era aquele o momento ideal para nenhum novo empreendimento. Mas não era assim que pensavam Attilio Fontana e os pioneiros da Sadia.
No dia 4 de julho de 1961, 94 acionistas – familiares de Attilio, funcionários de suas empresas, a S.A. Indústria e Comércio Concórdia e o Moinho da Lapa – constituíram em São Paulo a Frigobrás – Companhia Brasileira de Frigoríficos.
Três anos mais tarde, era inaugurada a nova empresa, com objetivos os mais variados: industrializar e comercializar produtos alimentícios, além de instalar matadouros, frigoríficos, fábricas de conservas enlatadas, de carnes, gorduras e laticínios.
A exportação dos produtos também estava nos planos e, já no início dos anos 70, a Sadia chegou aos países árabes e europeus, para depois aterrissar na Ásia e no restante da América Latina.
Attilio Fontana continuou ampliando seus negócios, e a marca Sadia já era vista como sinônimo de qualidade. Nos anos 70, foram inauguradas unidades em Chapecó (SC), Várzea Grande (MT), Toledo e Dois Vizinhos (PR).
Em Toledo, a Sadia adquiriu o Frigorífico Pioneiro, que, depois de uma grande reforma, passou a ser o abatedouro e fornecedor de carne suína à Frigobrás de São Paulo. Logo a empresa se tornou uma das maiores e mais importantes unidades da Sadia, firmando definitivamente a presença do grupo no oeste paranaense.
Na década de 80, foram implantadas as unidades de Paranaguá (PR) e Três Passos (RS). Mais tarde, já nos anos 90, com o objetivo de diversificar seus produtos, a Sadia inaugurou em Ponta Grossa (PR) uma fábrica para a produção de massas frescas e pizzas congeladas.
O nosso menino vendedor de bolachas, ex-enfardador de alfafa, sonhou alto e voou longe. Atualmente a Sadia lança uma média de quarenta novos produtos por ano, possui doze unidades produtoras, dezoito filiais comerciais, emprega mais de 30 mil funcionários, e, em 1999, seu faturamento atingiu R$ 3,14 bilhões.
A TRAJETÓRIA POLÍTICA
Em suas atividades comerciais, Attilio Fontana encontrou dificuldades, com as quais não se conformava. Quando teve problemas com a precariedade das estradas de Santa Catarina, procurou o interventor do Estado, Nereu Ramos. Quando um contrato foi desfeito depois de assinado, Fontana, sem se intimidar, acabou na sala do ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra. Quando a empresa italiana da qual foi adquirido o maquinário para o Moinho da Lapa abriu falência e o equipamento não foi entregue,ele decidiu ir a Roma, conseguindo resolver o problema. A garra e o espírito de liderança acabaram por conduzi-lo à política.
Assim, em 1945 Attilio Fontana foi indicado à revelia para ser o presidente do comitê pró-candidatura Gaspar Dutra e, convidado por Nereu Ramos, organizou o diretório do PSD – Partido Social Democrático – de Joaçaba e Concórdia. Em 1946, aconteceu seu primeiro mandato – eleito vereador por Concórdia, Attilio deu início à sua longa trajetória política.
Em 1950, após uma disputa acirrada com o candidato da União Democrática Nacional – UDN -,Attilio Fontana se elegeu prefeito de Concórdia, defendendo com tenacidade os pontos que tão bem conhecia: estradas, educação e os interesses dos agricultores. Sua gestão, muito elogiada, acabou por levá-lo à Câmara Federal, onde exerceu, como deputado federal, dois mandatos consecutivos: 1954-58 e 1958-62.
Nessa fase, Attilio se mudou para o Rio de Janeiro e, em 1955, começou a receber aulas de português do advogado e professor Manoel Franco. Sua pronúncia não era boa, por isso sentia-se despreparado para fazer seus pronunciamentos na Câmara. Assim, três vezes por semana o dr. Manoel ministrava as aulas, dava ditados, cópias e leitura em voz alta. Attilio Fontana, aluno aplicado, ia ganhando confiança para exercer suas novas funções com maior segurança.
No final do segundo mandato como deputado federal, Attilio Fontana recebeu um convite para assumir a Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, na gestão de Celso Ramos. Eleito senador em 1962, exerceu seu mandato até 1970 e encerrou sua carreira política quatro anos mais tarde, como vice-governador de Santa Catarina, na gestão de Colombo Machado Sales.
Foram 28 anos de vida pública e oitenta de trabalho árduo. Attilio Fontana faleceu em 15 de março de 1989 deixando oito filhos, 26 netos e um grande legado. Se fosse vivo, estaria completando, em 2000, cem anos, e na certa teríamos ainda um Attilio ativo, como sempre foi, e cheio de idéias. Um visionário, um homem obstinado pelo trabalho, atento às mudanças e às novidades que impulsionam os tempos rumo ao futuro.
(Fonte: Veja, 22 de março de 1989 – ANO 22 – Nº 12 – Edição 1072 – DATAS – Pág; 85)
(Fonte: http://www.memorialattiliofontana.com.br/historia_attilio10)