Jacques Vergès (Tailândia, 5 de março de 1925 – França, 15 de agosto de 2013), personagem francês muito midiático e polêmico que o cineasta Barbet Schroeder retratou no documentário “O Advogado do Terror”.
Nascido em 5 de março de 1925, em Ubon Ratchathani, capital da província de mesmo nome na Tailândia, sendo filho vietnamita com francês, sua figura é ligada à defesa de criminoso de guerra, como o nazista Klaus Barbie (1913-1991); o cambojano Khieu Sampham, cabeça do regime de terror imposto pelo Khmer Vermelho, e o terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como “Carlos”.
Sua clientela, segundo a imprensa francesa, inclui igualmente integrantes da extrema esquerda europeia, caso do ex-presidente sérvio e iugoslavo Slobodan Milosevic (1941-2006) e os terroristas libaneses Georges Ibrahim Abdallah e Anis Naccache.
Vergès, que publicou mais de 20 livros, serviu as Forças Francesas Livres (FFL) do general De Gaulle em 1941, combateu na Argélia, no Marrocos, na Itália e na França, encerrando a faculdade de Direito em 1955.
Apelidado por seus opositores como “o chinês”, Vergès é considerado o criador da chamada “estratégia de ruptura”, na qual, ao invés de tentar minimizar os fatos e obter a indulgência dos juízes, ele questionava o sistema judiciário e negava a legitimidade do tribunal.
Pai de dois filhos, frutos de sua relação com a militante da Frente de Libertação Nacional (FLN) Djamila Bouhired, quem, segundo ele, teria conhecido “na saída de uma sala de tortura”, o advogado não fugia da polêmica.
“Estaria disposto a defender Hitler? Certamente e, inclusive, George W. Bush. Estou disposto a defender todo o mundo (…) desde que tenham sido culpados”, assegurou o advogado no documentário de Schröder.
“O que precisamos nos lembrar de Vergès é o talento, a coragem, o compromisso e o sentido da contradição. Um advogado não é um mercenário, é um cavalheiro. E Jacques Vergès era um cavalheiro”, afirmou ontem à noite o ex-presidente do Conselho Nacional de Advocacia, Christian Charrière-Bournazel.
Jacques Vergès morreu em 15 de agosto de 2013, aos 88 anos de idade, na França.
(Fonte: http://noticias.br.msn.com/mundo – Paris, (EFE) – 16/08/2013 – Por EFE Brasil, EFE Multimedia – 16 agosto de 2013)