Cecília Meireles, poetisa de revolucionária importância dentro da poesia da língua portuguesa

0
Powered by Rock Convert

Cecília Meireles: a cristalina voz

Cecília Meireles (Tijuca, 7 de novembro de 1901 – Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964), pintora, professora, jornalista e esplêndida poetisa carioca. Poetisa de revolucionária importância dentro da poesia não só da língua portuguesa mas de toda a criação poética do século XX.

Serena, majestosa e aristocrática, filtrando a fonte original da emoção através de uma contenção verbal aprendida nos “rimances” da tradição galega de Rosalía de Castro ou na poesia medieval portuguesa, a obra poética da autora de “Retrato Natural” surgiu como um filão novo.

Logo a ela se uniria toda uma série de poetas, imbuídos de um cultivo erudito do verso e de um conteúdo filosófico, muitas vezes místico, percorrendo uma escala decrescente, que, depois de atingir seu ápice em Jorge de Lima, descamba até o pieguismo grandiloquente de um Augusto Frederico Schmidt.

Fio da vida – A Coletânea de sua obra abrange a estreia lírica, de 1929 a 1937. Com “Viagem” e “Vaga Música”, Cecília Meireles traça seu roteiro poético, sempre impregnado de uma resignada melancolia, de uma requintada melodia do verso e de temas abstratos, diáfanos.

É quase um confessionário íntimo que se transforma muitas vezes num monólogo da poetisa com a natureza, com o espelho, com o tempo que desnovela implacavelmente o fio da vida que se esvai.

A grande poesia social, histórica e transcendente do “Romanceiro da Inconfidência”, quando, a par da “Crônica Trovada da Cidade do Rio de Janeiro”, a poetisa voluntariamente se localiza numa paisagem, numa nação, num sentir vibrante pela Inconfidência Mineira e seus ideais de liberdade, independência e democracia.

(Fonte: Veja, 18 de julho de 1973 – LITERATURA/ Por Leo Gilson Ribeiro – Pág; 117)

Powered by Rock Convert
Share.